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Guia F1 2022 – a Haas tenta voltar à turma do meio do grid

Depois de se perder nos últimos anos, equipe busca voltar a ser competitiva no pelotão intermediário. E conta com um velho nome para isso

14 mar 2022 - 19h06
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Kevin Magnussen em seu primeiro contato com o VF-22, no Barein
Kevin Magnussen em seu primeiro contato com o VF-22, no Barein
Foto: Haas / Twitter

Nome oficial: Haas F1 Team

Carro: VF-22

Motor: Ferrari 066/7

Pilotos: #20 Kevin Magnussen e #47 Mick Schumacher

Posição em 2021: 10º de 10 

A equipe

A Haas é a caçula entre as equipes da Fórmula 1. A estreia se deu em 2016 tendo como parceiros a Dallara, que era responsável pelo chassi, e Ferrari, que ofereceu unidades de potência. A sinergia com essas empresas experientes rendeu bons resultados, e o time seguiu progredindo até 2018, quando foi 5º entre os construtores. De lá pra cá, foi ladeira abaixo. 2019 foi um ano chave na derrocada da equipe, marcado pela parceria com a Rich Energy, o controverso patrocinador que deixou a equipe na mão ainda no começo daquela temporada. 

Desde então, os recursos para desenvolvimento foram ficando cada vez mais escassos – e os resultados idem. Para sobreviver, a equipe de Gene Haas estreitou laços com a Ferrari e apelou para mais um patrocinador que se mostrou polêmico, a empresa russa Uralkali. 

Tanto Ferrari quanto Uralkali “nomearam” os pilotos da equipe para 2021: Mick Schumacher chegou com a benção da fabricante italiana, e Nikita Mazepin, do patrocinador. E a temporada se mostrou um desastre. Com dois pilotos novatos e utilizando o malnascido carro de 2020, a Haas não pôde ir além da lanterna nas tabelas de pilotos e construtores. Mazepin chegou ao cúmulo de ser o 21º dentre os 20 pilotos titulares (Robert Kubica fez apenas duas corridas pela Alfa Romeo e obteve um resultado melhor que todos os do russo). 

Até fevereiro último, era certo que a dupla de pilotos seria a mesma de 2021, com Schumacher e Mazepin. Mas o estouro da guerra na Ucrânia, em empreitada iniciada pela Rússia, mudou tudo. Saíram da equipe o patrocinador russo e o piloto por ele bancado, e a Haas se viu na busca por um novo piloto às pressas. Muito se falou no reserva do time, o brasileiro Pietro Fittipaldi, mas a escolha foi por outro velho conhecido nos corredores da Haas. 

Mick Schumacher e Kevin Magnussen formam a dupla da Haas
Mick Schumacher e Kevin Magnussen formam a dupla da Haas
Foto: Haas / Twitter

A dupla de pilotos

- Kevin Magnussen: o dinamarquês de 29 anos fez 79 Grandes Prêmios pela Haas entre 2017 e 2020, tendo como melhores resultados dois 5º lugares. Antes disso, havia feito outras duas temporadas na F1 e conseguiu um pódio, logo em sua estreia pela McLaren. 

Magnussen havia saído da Haas em 2020 deixando portas abertas. Sua dispensa aconteceu apenas para ceder lugar para Mick Schumacher e Nikita Mazepin, que chegaram com aportes mais interessantes para aquele momento. Mas seu bom trabalho no período em que esteve com o time foi motivo para uma segunda chamada para 2022 e além (seu contrato é “multianual”, sem especificar o período). 

Terá papel importante no time. Sua experiência pode ajudar no desenvolvimento do carro e na obtenção de melhores resultados, algo que seguramente faltou à jovem dupla de 2021. Também será uma referência para Mick Schumacher. 

- Mick Schumacher: o filho do heptacampeão vai para sua segunda temporada na Haas e na F1.  O jovem alemão, que completa 23 anos ainda em março, tem 22 corridas no currículo e obteve um 12º lugar como melhor resultado na carreira. 

O ano de 2022 será crucial para as pretensões de Schumacher. Em 2021, ele bateu sem dificuldades seu então colega Nikita Mazepin, mas o russo era claramente abaixo da média da categoria em termos técnicos. Agora, ele terá uma referência mais realista dentro da equipe. Magnussen é um piloto rodado e rápido, e vencê-lo na disputa interna pode cacifar Mick para voos mais altos no futuro.  

Mick Schumacher nos testes do Barein
Mick Schumacher nos testes do Barein
Foto: Haas / Twitter

O carro para 2022

Desde antes da temporada de 2021, a Haas se apegava a um fio de esperança de que poderia ter um 2022 melhor, já que estava comprometida desde cedo a sacrificar o campeonato corrente para focar no novo carro feito sob as novas regras. Melhor: o desenvolvimento seria feito a quatro mãos, em parceria com a poderosa Ferrari. Parceria tão próxima que o que o projeto do VF-22 foi gestado em Maranello, na sede da equipe italiana. 

Isso é um efeito colateral da regra do teto de gastos, implementada a partir de 2021. A Ferrari se viu com uma estrutura muito maior do que o suportado pelo limite, e estreitou a parceria com a Haas, cedendo algumas de suas cabeças pensantes à equipe para ajudar no projeto. 

A Haas foi a primeira equipe a apresentar a pintura de seu modelo de 2022. Mas podemos dizer que aquele modelo revelado em 4 de fevereiro não corresponde em nada como que veremos em ação na temporada. 

Primeiro, porque se tratava de um carro ainda conceitual. A versão real que foi à pista nos testes de Barcelona era quase completamente diferente. Depois, porque a pintura foi mudada por inteiro. Com a saída da Uralkali, as cores e motivos russos foram deletados ainda no meio dos testes na Espanha. Já nos testes do Barein, o carro recebeu mudanças na pintura, passando a contar com detalhes vermelhos. 

Mazepin e o VF-22 com as cores russas nos testes de Barcelona. Em pouco tempo, tudo mudou
Mazepin e o VF-22 com as cores russas nos testes de Barcelona. Em pouco tempo, tudo mudou
Foto: Haas / Twitter

A pré-temporada

Nos três dias de testes de Barcelona, o VF-22 sofreu com diversos problemas que acabaram por tirar tempo precioso de pista, sendo o mais recorrente deles um vazamento de água que demorou para ser solucionado. 

E a sorte parecia não sorrir mesmo para a Haas. Em meio à turbulência envolvendo a saída da Uralkali e de Mazepin, a equipe viu o avião que levava seus equipamentos para os testes do Barein sofrer um problema mecânico e ficar parado na Turquia, o que a fez perder metade do primeiro dia de atividades. Pietro Fittipaldi foi o responsável por rodar com o carro na metade que sobrou do dia 1

Mas as coisas começaram a melhorar nos dias seguintes. O time recebeu autorização para ter mais tempo de pista como forma de compensar a perda que tivera com o problema logístico, e esse tempo foi bem utilizado. Kevin Magnussen chegou a ser o mais rápido do dia 2, em seu primeiro contato com o carro, e Mick Schumacher foi o 2º mais rápido no dia 3. Isso não quer dizer que o carro será rápido o bastante para brigar lá em cima quando a coisa for para valer. Mas, ruim não é... 

Ainda melhor que os tempos foi o fato de o time conseguir rodar de maneira mais constante nos últimos testes antes do início do campeonato. Ainda houve problemas menores, como o tal vazamento, que tirou Magnussen do último dia mais cedo, mas o carro deu mostras de ser bem mais tratável que os de 2020 e 2021. 

Mesmo não escolhido para ser titular, Pietro Fittipaldi pilotou o VF-22
Mesmo não escolhido para ser titular, Pietro Fittipaldi pilotou o VF-22
Foto: FIA / Twitter

Expectativa para 2022

A Haas entrou em 2021 já pensando em 2022. O carro do ano passado era uma mera continuidade do modelo 2020, e não recebeu atualizações ao longo da temporada, já que o foco era total no projeto do VF-22. E o know-how da Ferrari foi uma importante adição ao corpo técnico do time. 

A ainda pouco experimentada dupla de pilotos formada por Mick Schumacher e Nikita Mazepin poderia ser um calcanhar de Aquiles da equipe, mas, por linhas tortas, a Haas parece ter feito uma boa escolha ao recrutar Kevin Magnussen de volta. A experiência do dinamarquês pode ser o ingrediente que faltava no time. Com ele em cena, voltar a brigar por pontos no pelotão intermediário tende a ser uma meta alcançável.

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