Guia F1 2022 – McLaren, a esperança é laranja
Após voltar a vencer, a McLaren busca consolidar os ganhos dos últimos anos e recuperar seu lugar entre os ponteiros
Nome Oficial: McLaren F1 Team
Carro: MCL36
Motor: Mercedes-AMG F1 M13 E Performance
Pilotos: #3 Daniel Ricciardo #4 Lando Norris
Posição: 4º de 10
A equipe
Desde quando Zak Brown assumiu o comando do time, a McLaren vem dando saltos ano após ano. Embora a condição financeira tenha passado por várias tempestades nos últimos tempos, o time vem se reconstruindo e recuperando a capacidade de lutar. Ver como a equipe estava em 2017 após o aparatoso divórcio com a Honda e agora é sensacional. Nenhuma pedra ficou no lugar.
Hoje, a McLaren aparenta ter uma ótima situação técnica e a equipe estar tranquila. Brown partiu para uma estratégia agressiva comercial, partindo para a construção de uma ampla rede de apoiadores. Na pista, a vinda de James Key e – principalmente – Andreas Seidl deram oportunidade para a construção de uma base forte.
Resultado disso tudo foi permitir que a McLaren aproveitasse as chances na pista. Lando Norris foi uma certeza, mas quem levou o time à vitória após 9 anos foi Daniel Ricciardo. O inglês teve a chance no GP da Rússia, mas foi traído pela avaliação das condições de pista. Mas o conjunto foi tão positivo que levou o time ao 4º lugar no Campeonato de Construtores.
A dupla de pilotos
Pode se discutir se é a melhor. Mas não há dúvida que é a mais carismática.
#3 Lando Norris: o jovem inglês foi a locomotiva da McLaren em 2021. Mostrou que amadureceu e que pode sim ser considerado para ser uma carta de grande valor no futuro da equipe e da F1. Aliou velocidade com perícia e ajudou a desenvolver o MCL35. Merecia muito ter ganho o GP da Rússia e poderia ter tido melhores resultados se não fosse alguns vacilos do time nas estratégias e nas paradas de box. Renovou seu contrato até 2025.
# 4 Daniel Ricciardo: o maior sorriso da F1 chega para esta temporada querendo mostrar que pode ainda ser considerado como um grande na categoria. A vitória na Itália acabou sendo um alento diante das dificuldades de adaptação à McLaren. Ricciardo sabe que ficou devendo em 2021, que Norris é um piloto muito forte e que a equipe confia nele. Normalmente, vemos que o australiano cresce em um segundo ano. A conferir se isso se confirma.
O carro
O MCL36 mostrou soluções até certo ponto ousadas quando apareceu. Nem tanto nas formas, embora também tenha adotado uma solução bem enxuta nas laterais. Mas mecanicamente: foi uma das poucas que adotou a receita de suspensão pullrod na frente (braço saindo debaixo do bico) e pushrod na traseira. Isso permitiu uma frente um pouco mais baixa do que a maioria.
Um ponto positivo que o MCL36 trouxe logo de início foi saber tratar a famigerada “quicada” na variação de carga aerodinâmica. Tanto que a solução trazida pelo time serviu de referência para os outros (a Ferrari já trouxe um assoalho novo inspirado na McLaren logo no segundo dia em Barcelona)
No Bahrein, a McLaren teve sérios problemas de freios e não conseguiu fazer todo o programa previsto. Além disso, Ricciardo não pode testar por conta da COVID e Norris teve que fazer todo o trabalho. O próprio time reconheceu que não dá para entender onde está no pelotão.
Expectativa para 2022
A McLaren deixou claro que vê 2022 como um ano de consolidação. Vitórias? Se vierem, será ótimo. Mas o objetivo é voltar a disputar títulos de forma frequente em 2024. O MCL36 é um carro que tem soluções interessantes e quer estar em condições de aproveitar as oportunidades para chegar na frente.
Um ponto interessante será acompanhar a disputa entre Norris e Ricciardo. O australiano quer mostrar que pode ser o líder da equipe e o inglês está em processo de consolidação de imagem e preparar a pavimentar o caminho para ser um futuro campeão. A McLaren acredita muito nele e espera que cresçam juntos.
Um dos pontos que se espera que a McLaren melhore nas estratégias e no trabalho de boxe. No ano passado, algumas oportunidades foram perdidas pela equipe justamente por este aspecto. Afinal de contas, uma corrida não se ganha na pista, mas pode se perder nos detalhes.