Haas encerra vínculo com Mazepin e patrocinador russo
Equipe confirma que cortou relações com a Uralkali, empresa russa que era sua principal patrocinadora. Nikita Mazepin também está fora
A Haas segue sendo o centro das atenções no mundo da Fórmula 1 após o início do conflito entre Rússia e Ucrânia. Confirmando algo que já se desenhava há alguns dias, a equipe americana comunicou o rompimento do contrato com a Uralkali, seu principal patrocinador. Nikita Mazepin, bancado pela empresa, também está fora do time.
A Uralkali é uma empresa russa do setor de fertilizantes e tem como um de seus donos o oligarca Dmitry Mazepin, pai de Nikita. Dmitry tem fortes ligações com Vladimir Putin, o controverso presidente da Rússia. Dado o cenário de guerra em que o país euroasiático está inserido e as fortes pressões e sanções internacionais em curso – especialmente a pessoas e empresas ligadas de alguma forma à Putin –, a continuidade do relacionamento entre a equipe e seu patrocinador ficou inviável. Ainda mais por se tratar de uma equipe americana, justamente o país que está à frente das sanções.
A parceria entre Haas e Uralkali se iniciou em 2021. O time vivia um momento delicado financeiramente ao fim de 2020, e o patrocínio trouxe um fôlego extra. Na esteira da parceira, a empresa colocou na equipe o polêmico Nikita Mazepin, além de pintar os carros da equipe (americana) com as cores da bandeira russa. Até o nome da Haas passou a ser “Uralkali Haas”. Tudo se manteria nos mesmos moldes para 2022, mas o conflito envolvendo a Rússia mudou os planos. Já sob pressão, a equipe participou do último dia de testes em Barcelona com uma pintura toda branca e sem o nome do patrocinador.
Desde então, muito tem se especulado sobre a continuidade (ou não) de Mazepin e da empresa patrocinadora. Em suas redes sociais, a Haas emitiu um breve comunicado anunciando a decisão de romper o vínculo: "A Haas F1 Team escolheu terminar, com efeito imediato, a parceria de nome com a Uralkali e o contrato de piloto de Nikita Mazepin. Assim como o resto da comunidade da Fórmula 1, a equipe está chocada e triste com a invasão à Ucrânia e deseja um rápido e pacífico fim do conflito.”
Mazepin não demorou para se manifestar, também via redes sociais. O piloto se mostrou desapontado com a decisão “unilateral” da equipe: “Caros fãs e seguidores, estou muito desapontado de ouvir que meu contrato na F1 foi encerrado. Embora eu entenda as dificuldades, a decisão da FIA e a minha disposição em aceitar as condições propostas para continuar foram ignoradas e nenhum processo foi seguido nesse passo dado de forma unilateral. Para aqueles que tentaram entender, minha gratidão eterna. Eu valorizei meu tempo na F1 e espero genuinamente que possamos estar juntos novamente em tempos melhores. Terei mais a dizer nos próximos dias.”
Sem Mazepin, a próxima decisão importante da Haas será sobre quem vai assumir o segundo carro da equipe para correr ao lado de Mick Schumacher. O brasileiro Pietro Fittipaldi, piloto reserva do time, é o primeiro da fila, segundo o chefe Guenther Steiner. Outro nome bastante ventilado é o de Antonio Giovinazzi, que saiu da Alfa Romeo e ficou sem vaga na F1. Assim como Schumacher, ele é ligado à Ferrari, principal fornecedor da Haas. Mas não se pode descartar nomes como Oscar Piastri e até Nico Hulkenberg.
A expectativa é de que a decisão seja tomada na próxima semana, antes da segunda e última rodada de testes de pré-temporada, que acontece no Barein entre os dois 10 e 12 de março.