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Hamilton e Schumacher são exterminadores de gerações na F1

Fases de domínio absoluto dos multicampeões Hamilton e Schumacher inviabilizaram a conquista de títulos por duas gerações de pilotos da F1

22 out 2020 - 09h39
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Hamilton com o capacete de Schumacher, após igualar o recorde de 91 vitórias do alemão.
Hamilton com o capacete de Schumacher, após igualar o recorde de 91 vitórias do alemão.
Foto: Divulgação

Lewis Hamilton e Michael Schumacher, além de recordistas de vitórias na F1, têm uma característica em comum: são exterminadores de gerações. Jacques Villeneuve nasceu no dia 9 de abril de 1971 e foi campeão em 1997. O canadense foi o único piloto de sua geração a conquistar um título de Fórmula 1. Contemporâneos de Jacques, ficaram sem títulos colegas como Rubens Barrichello (23 de maio de 1972), David Coulthard (27 de março de 1971), Giancarlo Fisichella (14 de janeiro de 1973), Ralf Schumacher (30 de junho de 1975), Jarno Trulli (13 de julho de 1974), Alexander Wurz (15 de fevereiro de 1974), Nick Heidfeld (10 de maio de 1977), Juan-Pablo Montoya (20 de setembro de 1975). Isso para ficar apenas entre pilotos ou que conquistaram vitórias e brigaram por títulos na Fórmula 1 ou que se destacaram em outras categorias relevantes do automobilismo mundial.

A sina que se abateu sobre toda essa geração tem nome e sobrenome: Michael Schumacher. Com dois títulos na década de 1990 e outros cinco entre 2000 e 2004, o alemão capitaneou uma das histórias de maior domínio da Fórmula 1, com uma Ferrari recheada de profissionais icônicos como Jean Todt, Ross Brawn e Rory Byrne. Sorte dos ferraristas, falta de sorte de toda uma geração que coexistiu com o alemão.

Michael Schumacher, com Jean Todt, no primeiro dos cinco títulos pela Ferrari.
Michael Schumacher, com Jean Todt, no primeiro dos cinco títulos pela Ferrari.
Foto: Divulgação

É certo que, em sua jornada até o heptacampeonato, Schumacher viveu anos em que a concorrência foi quase nenhuma, especialmente fora da equipe. Em 2002 e 2004, o companheiro Barrichello conquistou os vice-campeonatos, e nem vale a pena entrar no mérito do jogo de equipe que a Ferrari fez (ontem, hoje e fará amanhã, pois está praticamente em seu DNA). Em 2001, foi Coulthard quem mais chegou perto do alemão na pontuação (123 pontos a 65). 

Os dois outros títulos obtidos por Schumacher com a Ferrari tiveram como vice-campeões dois pilotos que, antes ou depois, conquistaram seus próprios títulos. Em 2000, o finlandês Mika Hakkinen (bicampeão de 1998 e 1999) e, em 2003, curiosamente outro finlandês, Kimi Raikkonen, que conquistaria seu único título em 2007, também pela Ferrari. Nenhum piloto nascido entre 9 de abril de 1971 (Villeneuve) e 17 de outubro de 1979 (Raikkonen) conseguiu furar a hegemonia de Schumacher.

Schumacher conquistando o título de 2004, ano em que Barrichello foi vice.
Schumacher conquistando o título de 2004, ano em que Barrichello foi vice.
Foto: Divulgação

Uma situação semelhante está sendo vivenciada hoje na Fórmula 1. A hegemonia ainda mais impressionante do conjunto Hamilton-Mercedes pode estar exterminando mais uma geração de pilotos. Hamilton nasceu em 1985 e se tornou campeão pela primeira vez em 2008, portanto com 23 anos e 10 meses. Na época, tirou o cetro da mão de Fernando Alonso, que em 2005 havia destronado Emerson Fittipaldi. Dois anos depois do primeiro título de Hamilton, no entanto, Sebastian Vettel viria para estabelecer novo recorde. Nascido em 1987, o alemão conquistou seu primeiro título em 2010. Também tinha 23 anos e 4 meses. De 2010 até agora, só Vettel (4 títulos), Hamilton (5 títulos e provavelmente mais um neste ano) e Nico Rosberg (1 título) foram campeões.

Tal como aconteceu com Schumacher-Ferrari, os anos de domínio da Mercedes ficaram muitas vezes restritos aos muros da equipe. Primeiro, com a disputa entre Hamilton e Rosberg, depois entre Hamilton e Valtteri Bottas. Nos anos em que foi ameaçado por um concorrente de fora, Hamilton teve como vice-campeão o mesmo Vettel que havia dominado o início da década. Nesse meio tempo, uma nova geração parece estar se consolidando como a nova turma de proscritos dos títulos da Fórmula 1. 

Daniel Ricciardo (1º de julho de 1989), Valtteri Bottas (28 de agosto de 1989) e Sergio Perez (26 de janeiro de 1990), para ficar nos mais promissores de outrora, correm o risco de passar pela Fórmula 1 enfrentando outra sina, esta chamada Lewis Hamilton.

Sebastian Vettel, o mais jovem campeão da história, e Lewis Hamilton, que o sucedeu nesse recorde.
Sebastian Vettel, o mais jovem campeão da história, e Lewis Hamilton, que o sucedeu nesse recorde.
Foto: Divulgação

Sem que nada pareça ameaçar a hegemonia Hamilton-Mercedes em 2020 e em 2021, parece seguro apostar em um hepta e provavelmente em um oitavo título para o inglês, o que seria também o oitavo título seguido do time alemão. Em 2022, quando o novo regulamento técnico estiver vigente, pode ser que as forças na Fórmula 1 voltem a se equilibrar e equipes como Red Bull, Renault, McLaren e Aston Martin passem a postular os títulos de Pilotos e Construtores. 

Nesse panorama hipotético, talvez esteja a maior chance para Daniel Ricciardo, entre os listados acima o que aparentemente estará mais perto de furar essa hegemonia geracional. Caso a supremacia do piloto inglês com a equipe alemã prolongue-se mais, é possível que a Fórmula 1 só veja novos campeões nascidos no final dos anos 1990, como Max Verstappen (30 de setembro de 1997), Charles Leclerc (16 de outubro de 1997), George Russell (15 de fevereiro de 1998) ou Lando Norris (13 de novembro de 1999).

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