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Masi: no fim, a culpa é do mordomo (ou do Diretor de Prova)

Michael Masi entrou na linha de tiro após o GP de Abu Dhabi. Sai ou fica?

13 dez 2021 - 11h44
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Michael Masi: na linha de tiro do público da F1
Michael Masi: na linha de tiro do público da F1
Foto: fia.com

O velho Chacrinha dizia que o programa dele só acabava quando terminava. A temporada  2021 da F1 entra neste campo justamente pelas decisões tomadas pela Direção de Prova nas voltas finais do GP de Abu Dhabi e que afetaram diretamente o resultado da prova e do campeonato.

As decisões de Michael Masi ao longo do ano foram confrontadas. Desde quando assumiu o posto de Charlie Whiting em 2019, o australiano, que vinha sendo preparado para ser o novo responsável, resolveu aprofundar a mudança de abordagem da F1. Desde quando a Liberty Media assumiu o comando da categoria, as posturas foram sendo revistas e a teoria do “Let Them Race” tomou conta.

O histórico de Masi facilitava. Ele vinha da Supercars Australiana (semelhante à nossa Stock Car), um certame bem mais combativo. E suas primeiras intervenções foram neste sentido. Aos poucos, a F1 foi se tornando menos amarrada, mesmo com suas trocentas e quatro páginas de regulamento...

Mas, ao mesmo tempo, a busca de usar o bom senso e ser um grande contemporizador, acabou criando algumas situações complicadas. Talvez a primeira piscada que ele tenha dado foi Canadá 2019, com a punição a Sebastian Vettel (famoso caso de troca do totem de posição no parque fechado). Não que o erro não faça parte, mas ali, algumas sobrancelhas começaram a se levantar...

Aqui também cabe a observação: muito dos BOs que são alegados ao Diretor de Prova são advindos de decisões dos Comissários. Estes podem inclusive convocar investigações à revelia do Diretor. Mas o Diretor tem poderes para atuar. O maior exemplo foi o que aconteceu ontem, com o uso do Carro de Segurança.

Ao longo do tempo, muitos posicionamentos foram questionados e muitas revisões aconteceram. Podemos tirar como exemplo a situação dos limites de pista. Já tivemos situações revistas ao longo do mesmo final de semana. O último senão foi sobre as ultrapassagens, principalmente depois do GP do Brasil, o que levou até os pilotos exigirem um esclarecimento do que é legal ou não.

Sobre o que aconteceu em Abu Dhabi, pode até se questionar. Em outros tempos, a bandeira vermelha seria dada e a prova teria sido encerrada. Também poderia ter sido feito como Baku e dar uma nova largada. Uma coisa é certa: não teríamos um final em bandeira amarela, com o Carro de Segurança. Aparentemente, foi nisso que a Mercedes se bancou para não chamar Hamilton para parar. Mas a situação dele era complicada: se parasse, Verstappen poderia ficar na pista. O caso contrário, vimos na última volta...

Sobre o realinhamento, o questionamento da Mercedes é válido. Embora o realinhamento tenha sido feito para retirar os carros entre Hamilton e Verstappen e não se esperou o grid ficar completo, já tivemos isso antes e, como já exposto na decisão dos Comissários, o Diretor de Prova tem o poder sobre o uso do Safety Car. A questão que pode se levantar aqui é um possível erro de procedimento que levaria a um impacto no resultado final (este é o ponto que a Mercedes deve trabalhar).

Ser Diretor de Prova é uma posição extremamente complicada. Nestes últimos dias, tem havido um endeusamento de Charlie Whiting. Sua experiência e importância não podem ser diminuídos. Mas ele cometeu erros também. Masi é uma “obra em construção”. Ele pode ser demitido ?

A resposta é sim. Afinal, este é um cargo comum e a FIA, a qualquer momento, pode retirá-lo daí. Entretanto, não o vejo saindo. Pelo menos, não agora. A FIA terá novo Presidente na sexta, dia 17.  Além disso, são poucos hoje que poderiam assumir este cargo. Ser Diretor de Prova não é um mero capricho, mas um caminho construído. O próprio Masi é exemplo disso. Nomes para substitui-lo hoje talvez poderiam ser o do português Eduardo Freitas, hoje no WEC, e da francesa Silvia Bellot, que está na F2 e fez parte do grupo de decisão do GP da Arábia Saudita. Mas isso aqui é especulação.

Não concordo com diversas das posturas do australiano. Entretanto, muita coisa nos últimos tempos tem saído no calor das redes sociais. Masi tem sido apedrejado em praça pública. E deve vir à público em breve para se pronunciar. Suas decisões neste GP de Abu Dhabi, embora possa sim se questionar, estão embasadas pelo Regulamento. E, embora tenha culpa no cartório, não é o único que pode levar pedra. Este processo tem vários pais e mães. Escolher um bode expiatório é muito fácil.

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