Motores F1 2026: últimos detalhes para divulgação das regras
Os principais pontos estão fechados, mas há diferenças entre Audi/Porsche e as demais fabricantes. Mas teremos novidades na F1.
O assunto anda um pouco fora das últimas discussões sobre as diretrizes anti-quique. Porém as regras dos novos motores da F1 para 2026 seguem em curso e próximos de um fim. A intenção era já ter divulgado. Porém, algumas divergências ainda seguem antes do fechamento. O Presidente da FIA, Mohammed Ben Sulayem, prometeu a divulgação final até o final deste mês.
As linhas gerais estão fechadas, especialmente a saída do MGU-H (recuperação da energia gerada pelo turbo). Este ponto foi considerado por Mattia Binotto e Toto Wolff como uma “grande concessão” para que Audi e Porsche pudessem vir para a categoria. Afinal de contas, as fornecedoras gastaram milhões de dólares para desenvolver um equipamento de grande valia (boa parte da energia da parte elétrico do motor da F1 é gerada por ele, além de evitar o atraso da entrada em funcionamento, o chamado turbo lag) e deixar de lado é uma grande perda, considerando ainda que este equipamento não deve ser levado para os carros de rua.
Os pontos que impedem a divulgação do regulamento são dois: tempo de uso de bancada de testes e material a ser utilizado nos pistões. Estes aspectos dividem os novatos e as atuais fornecedoras. A entender.
Audi e Porsche conseguiram quase tudo que queriam: A retirada do MGU-H foi a principal. A adoção de combustível 100% sustentável também foi um fator importante, porém os alemães ainda pediam uma redução da capacidade atual de combustível (110 kg), o que ainda não está claro que será atendido. Um ponto não atendido é a recuperação de energia, que queriam usar o eixo traseiro para geração (tal qual faziam no WEC). Sobre combustível, diz a Auto Motor Und Sport que o combustível será 100% sustentável, mas sendo 75% sintético e 25% vindo de resíduos orgânicos (como já se prevê em parte hoje).
Os alemães pedem mais horas de teste nas bancadas. A alegação é que, por serem “novatas”, merecem mais tempo para que desenvolvessem suas unidades. Até houve uma discussão neste sentido sobre a Red Bull Powertrains, que deve ser parceria da Porsche neste projeto, e ela será considerada novata, mas não poderá acumular horas em conjunto com a montadora.
Já as atuais fornecedoras não pretendem dar mais horas do que o atual. Lembrando que no ano passado uma série de medidas foram tomadas no sentido de restringir os custos por parte das fabricantes. O que se prevê é que as entrantes tenham sim alguma folga de tempo e dinheiro. Mas que não seria tanto quanto o solicitado e, quando se constatasse que as unidades estivessem no mesmo nível que as demais, as benesses seriam cortadas.
O outro ponto é o material dos pistões. Este é um ponto crítico, pois acaba mexendo em peso, configuração de partes móveis e da parte de combustão, que é o grande segredo da potência. As atuais fornecedoras querem a manutenção dos pistões em aço, que conferem maior resistência e performance. Já Audi e Porsche desejam a liberação do alumínio, que é um material que conhecem e mais comum. Só que o uso do aço é uma vantagem competitiva para as atuais pois a tecnologia para fabricação é cara e não são todos que dominam.
Entretanto, não será isto que impedirá as duas de entrar na F1 (espera-se um anúncio antes das férias da F1, embora alguns digam que estariam aguardando o anuncio de uma possível abertura de capital da Porsche na bolsa de valores). E não são poucas as conversas que Audi e Porsche não seriam as únicas a entrar. Se espera que, tão logo as regras saiam, ambas divulguem oficialmente sua entrada. A Aston Martin estaria para entrar também nesta seara, bem como o retorno de possíveis marcas.