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O golpe de mestre da Red Bull na F1

Se confirmada a aquisição de 50% do time pela Porsche, a Red Bull consegue um motor com uma grande marca e gastando menos. Saída a vista?

27 jul 2022 - 16h50
(atualizado às 17h06)
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Red Bull faz seu movimento rumo a redução de investimento. Mas com manutenção da exposição
Red Bull faz seu movimento rumo a redução de investimento. Mas com manutenção da exposição
Foto: Red Bull Content Pool / Divulgação

O assunto do dia é a união entre Red Bull e Porsche. Este assunto era colocado na mesa há tempos, mas não da maneira que surgiu hoje. Sempre se disse em um acordo para tratar somente do desenvolvimento e fornecimento de motores. Mas a aquisição de 50% da equipe Red Bull chamou bem a atenção de todos…

Em sendo verdade, tal ação significaria uma aceleração da redução de desembolsos da Red Bull na F1. Não podemos esquecer que a Red Bull é uma fabricante de energéticos e que a equipe de F1 é mais uma ferramenta de marketing. E mesmo com o dinheiro gasto, o retorno de exibição da marca é estimado em mais de US$ 5 bilhões. Neste ponto se justifica totalmente o investimento. Isso sem contar a AlphaTauri, que é a marca de roupas do grupo, que é controlada diretamente pela fabricante.

Mas se notarmos bem, o desembolso da Red Bull começou a cair bastante já este ano. Se considerarmos o teto de gastos e os valores de premiação de campeonato, os taurinos praticamente fazem esta temporada a custo zero (ver aqui). A própria AlphaTauri também deu alívio pelo fato de ter recebido mais dinheiro pela pontuação nos Construtores e por ter conseguido mais alguns parceiros para bancar a operação.

Embora tenha havido o investimento para estruturação da divisão de motores, ainda é bem menos do que gasto anteriormente. E a entrada da Porsche acaba sendo uma situação que a Red Bull sempre quis. Com a Honda, os taurinos tinham o apoio irrestrito de uma grande montadora. Agora, terão ainda as delícias de ter o aporte financeiro de uma marca de peso e fazer um motor sob medida.

Estima-se que esta transação deverá oscilar entre US$ 300 a 500 milhões. E o formato de gestão pode ser algo semelhante com o que a McLaren tinha com a Mercedes. Ou seja: a Red Bull segue tocando a operação, mas com uma forte digital da divisão esportiva da Porsche. Além de continuar com o seu programa de formação de pilotos, que deve contar em breve com algum piloto alemão…

Esta operação também começa a encaminhar resposta a uma dúvida que vinha surgindo nos últimos tempos. O CEO da Red Bull, Dietrich Mateschitz, está com 79 anos e ainda não deixou claro qual será o plano de sucessão. E como é um dos grandes entusiastas do envolvimento da marca com corridas (iniciado em 1989 com o patrocínio pessoal a Gerhard Berger), uma mudança no comando poderia colocar a continuidade do programa em xeque.

Mas a entrada da Porsche ajudaria a dividir as contas e o melhor de tudo: manteria a veiculação da marca em grande nível só que a um valor menor. Maximização do investimento é tudo que os acionistas gostam de ouvir. Afinal, que tal ter a mesma exposição gastando menos? É mais ou menos o que aconteceu com a Mercedes quando se desfez de parte das ações da equipe de F1.

E ainda mais: o acordo comercial que a Red Bull tem com a F1 é até 2025. Caso a ligação entre Porsche e Red Bull já se consumasse agora, a montadora já estaria envolvida diretamente nas negociações com a Liberty Media.

Tem um ponto a ser considerado aqui: a equipe de F1 é uma subsidiária da Red Bull Technology. Esta é empresa é a responsável pelo desenvolvimento e fabricação dos carros e é controlada 100% pela Red Bull fabricante de energéticos. O que parece acontecer é que a Porsche terá metade da equipe de F1. Não está claro se também haverá alguma compra da divisão de motores, que também é 100% controlada pela Red Bull matriz (falamos desta situação aqui)

Deste jeito, a Red Bull seguiria responsável pelo desenvolvimento e fabricação dos carros e a Porsche só apitaria na equipe de F1. Sem contar a continuidade de fornecimento de peças à AlphaTauri, que não está claro se também usará os motores Porsche. Não se descarta a possibilidade de algum acordo com a Honda, que parece muito arrependida de ter saído da categoria.

Além do mais, a ligação Porsche e Red Bull permitiria uma otimização de recursos. De acordo com as notícias que chegam, ambas são consideradas novas fornecedoras. Deste jeito, teriam direito a mais tempo de testes em bancada e um orçamento maior. Não podemos esquecer que a preocupação das fornecedoras atuais era impedir que Porsche e Audi se unissem para desenvolver motores e aproveitassem as sinergias para acelerar o processo.

Ainda sobre motores, a Honda deve ampliar sua exposição nos carros da Red Bull e AlphaTauri no próximo ano, já que os projetos do motor e o trabalho principal de manutenção são ainda de sua responsabilidade até 2025. Este foi um tremendo nó tático dado. Então, a Red Bull não ficaria totalmente triste se vendesse a sua operação satélite e ainda manter algum tipo de relacionamento, especialmente para os pilotos da Academia.

O fato é, ao se consumar esta operação, uma fase importante para a Red Bull se encerra na F1. Agora, aguardemos se será um reposicionamento dos taurinos como simples patrocinadores ou o início de uma retirada. A F1 ajudou muito a divulgar a marca e a Red Bull ajudou a categoria em momentos difíceis. Agora, é hora de ajuste de rumos. E um grande golpe de mestre até aqui.

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