Peso mínimo F1 2022: conversando, a FIA atende a todos
Após a chiadeira das equipes em Barcelona, a FIA deverá aumentar o peso mínimo para os carros da F1 2022
Os leitores e leitoras sempre em cima da notícia deste site vão se lembrar que alguns dias atrás fizemos uma matéria falando sobre o peso mínimo dos carros da F1 nesta temporada (eis o link aqui). Nela, falamos que somente 1 dos 10 carros deste ano, a Alfa Romeo, estaria dentro do peso mínimo estabelecido, 795kg. E que a Red Bull seria aquela que enfrentaria maiores problemas.
Nesta coluna, eis o que escrevi sobre a situação:
Mas o que fazer com quem conseguiu chegar ao limite? Deve ser penalizado? E a FIA abrir uma brecha deste tipo às vésperas do campeonato? Peso importa e muito. Mas há limites para ajustes e, caso a FIA abra alguma brecha neste sentido, o campeonato já começaria manchado.
Pois bem, não podemos esquecer que corridas também se vencem fora das pistas. E a politicagem correu brava em Barcelona. Mais uma vez, as equipes foram até à FIA pedir o aumento do peso mínimo. Agora, uma das desculpas eram os reforços a serem feitos nos chassis por conta dos quiques aparecidos com a volta do efeito solo (o porpoising, já abordado aqui também).
Diante do quadro, ainda não foi oficializado, mas a FIA teria concordado em adotar uma posição conciliatória: não daria tudo que as equipes gostariam, mas abre a porta para o acréscimo de mais 3 kg, indo para 798kg. Esta informação foi publicada nesta segunda pelo jornalista Roberto Chinchero, da edição italiana da Motorsport.
Este aumento de 3kg seria explicado da seguinte forma: 1kg por conta do conjunto pneu/rodas; 1 kg pelas calotas e 1kg pelos reforços estruturais nos chassis. As equipes não teriam tudo que gostariam, mas seria alguma coisa. Sem contar que, caso fosse posto em votação, um placar de 8 x 2 não seria pouco provável (além da Alfa Romeo, a McLaren teria conseguido chegar perto do piso e estaria reticente em uma revisão da marca atual).
Além disso, a FIA evitaria chegar ao número “mágico” de 800kg. E aí chegaríamos com certeza ao dado impressionante de um F1 largar com 1 tonelada de peso. Complicado? Senão vejamos: 800 kg (peso mínimo, carro sem combustível) + 80 kg do piloto (peso mínimo) + 120 kg de combustível... A vida do piloto fica mais complicada...
O que se diz é que este acréscimo também acomodaria ao trabalho que a Alfa Romeo terá que fazer no C42. Embora tenha conseguido chegar no peso mínimo, o carro foi um dos que mais sofreu com o porpoising e já virá bem revisado para o Bahrein. Com este trabalho, o carro já teria seu peso acrescido e chegaria ao novo valor.
Esta revisão alivia, mas não resolve o problema de quem estaria precisando “emagrecer”. Por enquanto, tudo ainda está na área das probabilidades, pois ninguém admitiu abertamente qual é a extensão do problema. Afinal, peso a mais acaba por deixar carro mais devagar e não tem mais a carta de tirar mais potência do motor para compensar. Sem contar a dinâmica do carro que se altera, já que impacta em consumo de pneu, acerto de suspensão... Com o teto orçamentário, a margem de manobra diminui.
Diante a situação, a FIA acomodou ligeiramente. A ver como funcionará isso no início efetivo do campeonato, pois a carta da “segurança” poderá ser usada para disfarçar uma nova revisão...