Pinturas provisórias: solução criativa das equipes na F1
Além da Alpine, relembre outras cinco pinturas provisórias na Fórmula 1; lista traz equipes como McLaren e Red Bull
Embora não seja uma prática recente, o uso de layouts provisórios na Fórmula 1 é algo que sempre chama a atenção dos fãs da categoria. Dentre os motivos, estão a troca de patrocinadores, ou até mesmo a tentativa de esconder as modificações realizadas de um ano para o outro nos carros. No entanto, algumas pinturas acabam se destacando e caindo no gosto do público, justamente por fugirem do padrão adotado pelas equipes.
E recentemente, mais uma equipe apresentou uma solução provisória. Quatro meses depois do anúncio de que a Renault daria lugar à Alpine na Fórmula 1, a nova equipe francesa aproveitou para deixar os fãs ainda mais ansiosos. De forma virtual, a Alpine divulgou um layout provisório do carro de 2021. O visual definitivo só será apresentado em fevereiro, ainda sem data definida.
Se por um lado, a Alpine é uma equipe nova, a adoção de pinturas provisórias não é uma novidade na Fórmula 1. Antes dela, outras escuderias também aproveitaram para lançar pinturas chamativas que se tornaram inesquecíveis, mesmo sem terem sido usadas em corridas oficiais. Confira abaixo seis pinturas provisórias utilizadas na Fórmula 1.
Pintura dupla BAR 1999
Para a estreia na Fórmula 1, a recém-formada British American Racing (BAR) tinha uma ideia inovadora: utilizar duas pinturas diferentes, uma para cada carro. Um deles teria uma pintura azul, enquanto o outro correria de vermelho. No entanto, a ideia não agradou à FIA, que vetou a pintura, pois quebraria o padrão único por equipes. Como forma de protesto, a BAR adotou uma solução tão polêmica quanto, com um layout metade vermelho, metade azul.
Em contraste com a pintura ousada, o desempenho da equipe anglo-americana representada pelo campeão Jacques Villeneuve e pelo brasileiro Ricardo Zonta foi bem tímido nas pistas, ficando em último lugar entre os construtores. O melhor resultado em 1999 foi um sétimo lugar conquistado por Mika Salo no GP de San Marino. O piloto finlandês substituiu Zonta, que se ausentou de três corridas depois de um acidente em Interlagos.
Alpine e a pintura de inverno de 2021
Estreante na categoria em 2021, a Alpine apresentou recentemente um “layout de inverno”. No lugar do amarelo da Renault, se juntaram ao preto as cores azul, branco e vermelho, cores da bandeira francesa e inglesa. Anunciada em setembro do ano passado como substituta da equipe Renault, a Alpine contará com o retorno do bicampeão Fernando Alonso à categoria, que se juntará a Esteban Ocon. A pintura definitiva será apresentada em fevereiro.
Outra novidade apresentada pela Alpine foi o nome do carro, que se chamará A521, um associação entre o ano de 2021 e o protótipo A500 F1, pilotado por Jean Pierre Jabouille em 1975. Fundada em 1955 pelo piloto francês Jean Rédélé, a Alpine construiu uma história de sucessos em diferentes categorias do automobilismo, com vitórias no Rali de Monte Carlo, a Alpine conquistou o Campeonato Mundial de Rali (WRC) em 1973.
McLaren laranja 2006
Após a saída da patrocinadora West em 2006, a McLaren optou por utilizar uma tradicional pintura durante a pré-temporada daquele ano. No lugar das cores prata e preta, a equipe inglesa adotou o laranja. Desde 1971 sem utilizar a pintura em corridas, a McLaren deixou os fãs empolgados com a possibilidade do retorno da cor oficial da marca.
No entanto, assim como em 1997, quando utilizou o laranja durante a transição entre o patrocínio da Marlboro para a West, a McLaren não permaneceu com o laranja. Após um acordo com a empresa de telefonia Vodafone, a McLaren adotou as cores prata e vermelha, e foi representada pelos pilotos Kimi Raikkonen, Juan Pablo Montoya e Pedro de la Rosa, conquistando o terceiro lugar entre as equipes, com 110 pontos. Já o laranja só retornaria de forma oficial somente em 2017.
Honda e a cor preta de 2007
Depois da aquisição da equipe BAR, a Honda adotou uma solução sóbria para os testes da temporada 2007. A equipe japonesa representada por Jenson Button e Rubens Barrichello optou por utilizar uma pintura totalmente preta, e os únicos detalhes visíveis do carro eram as logomarcas da Honda e dos patrocinadores.
Em contraste com a opção discreta para os testes, o layout oficial da Honda foi uma pintura bem chamativa. Com uma estampa do planeta Terra por toda a carroceria, a Honda buscava chamar atenção para a linha de motores Earth Dreams. O desempenho da equipe na temporada, por outro lado, não foi um destaque. Com apenas seis pontos conquistados e um quinto lugar de Jenson Button no GP da China, a Honda ficou em oitavo no campeonato de construtores.
Red Bull camuflada 2015
Com o histórico de utilizar pinturas provisórias durante a temporada de testes da Fórmula 1, a Red Bull apresentou em 2015 o RB11. Utilizando uma pintura semelhante às vistas em carros de rua em desenvolvimento, a equipe austríaca buscou camuflar as novidades do carro para aquele ano.
Apesar da euforia causada entre os fãs da equipe, a Red Bull optou por utilizar uma pintura tradicional no resto da temporada, com as cores azul e amarelo. Representada pelo australiano Daniel Ricciardo e o russo Daniil Kvyat, a escuderia alcançou o quarto lugar entre as equipes em 2015, com 187 pontos e três pódios.
Alfa Romeo e a pintura São Valentim de 2019
Um ano depois de retornar à Fórmula 1, a Alfa Romeo utilizou uma pintura romântica durante os testes da temporada de 2019. Aproveitando que a data dos testes em Fiorano coincida com o dia de São Valentim (14/02), quando é comemorado o dia dos namorados na Europa e nos EUA, a escuderia italiana adotou uma estampa de corações, em conjunto com os trevos do logotipo da Alfa Romeo.
Já utilizando a pintura oficial alvirrubra, a Alfa Romeo não teve um desempenho de destaque durante aquele ano. Em 21 corridas disputadas, a equipe ganhou 57 pontos entre os construtores, ficando à frente apenas de Haas e Williams, respectivamente. Já entre os pilotos, a Alfa teve como melhor resultado um quarto lugar no GP do Brasil, com Kimi Raikkonen.