Pneus e a F1: teremos concorrência para a Pirelli a partir de 2025?
Não é só as fornecedoras de motores que pedem definições do regulamento técnico. A Pirelli também quer saber e pode ter concorrência pela F1
Por conta da entrada de Porsche e Audi na F1, todos os olhos se voltaram para a definição dos motores para 2026. Mas existe um outro aspecto a ser definido e é tão importante quanto isso, impactando diretamente os aspectos técnicos, econômicos e esportivos: os pneus.
Atualmente, a Pirelli tem o monopólio do fornecimento para a F1 até 2024 (originalmente, era até 2023, mas foi acordada uma extensão de 1 ano por conta da pandemia). Aparentemente, a fábrica parece satisfeita com o acordo pelo lado técnico e comercial, principalmente pela expansão da exposição da categoria. O responsável pelo programa de F1, Mario Isola, já expos isso.
Entretanto, há todo um processo a ser seguido. Como feito anteriormente, a FIA deve lançar um processo de licitação para o fornecimento de pneus para a categoria por 5 anos. Neste caso, seria para o período 2025/2029.
Como a F1 considera fazer uma revisão no regulamento técnico em 2026, a Pirelli também gostaria de saber o mais breve possível qual o caminho a ser seguido para iniciar a questão de desenvolvimento dos novos pneus, até mesmo para verificar a viabilidade de prosseguir com a categoria, que está junta desde 2011.
Um dos aspectos que serão levados em conta será o maior impacto ambiental. Embora a corrida em si hoje seja a parte menos impactante na pegada de carbono da F1, a indústria automobilística olha com atenção isso. Além de reduzir o número de jogos (uma direção neste sentido foi decidida para 23 em 2 provas), reduzindo a quantidade a ser deslocada, a questão da construção dos pneus também impacta. Embora os pneus usados e não aproveitados sejam aproveitados para a fabricação de concreto, o uso de elementos ambientalmente responsáveis será mais cobrado.
Não à toa, a FIA cogita que, antes do lançamento da licitação, seja emitida uma convocação para levantamento de informações para que sejam observadas situações para a elaboração da concorrência. Neste caso, não só a Pirelli, mas outras fabricantes poderiam participar não só para dar subsídios ao processo, mas também para verificar o que vem sendo feito neste sentido pelo mercado.
Entretanto, nós deveremos ver o formato atual sendo mantido. Ou seja: fornecimento por uma única empresa. Embora muitos fãs torçam por uma guerra de fornecedores, nem as equipes querem isso por conta da espiral de custos que o desenvolvimento forçaria.
Outro aspecto também a ser considerado é o desgaste. Muitos reclamam do trabalho que a Pirelli faz, só que o mantra é repetido: só fazemos o que nos é pedido. Um dos pontos é o desempenho. Só que para 2022, temos visto pneus durando mais do que seus antecessores. Pode ser um ponto para o lado ambiental...pode animar outros fornecedores.
A Michelin não quis tomar parte no processo passado por não concordar com a política de fazer pneus que desgastassem demais e ter o monopólio. A Bridgestone toparia o monopólio, mas não pneus esfarelantes. Ambas as marcas têm tido uma postura mais ativa em relação ao meio ambiente.
Quem deve reaparecer nesta história é a coreana Hankook, que participou do último processo de licitação para fornecimento à F1. Cabe lembrar que a marca assume o fornecimento para a Fórmula-E a partir da próxima temporada com a implantação do Gen3. Outra que pode aparecer é a Good Year, que está se recuperando de um processo de recuperação judicial e iniciou uma reaparição no automobilismo internacional com o fornecimento de pneus para o WEC (categoria LMP2).
Este será um tema que esquentará nos próximos tempos e você verá tudo aqui no Parabólica.