Red Bull muda paradigma ao contratar mexicano Sergio Pérez
Pela primeira vez em 13 anos, Red Bull ignora sua própria academia de pilotos, busca Sergio Pérez no mercado e rebaixa Alex Albon para 2021
Sergio Pérez estará de carro novo em 2021. Depois de semanas de especulação sobre quem faria dupla com Max Verstappen no ano que vem, a Red Bull anunciou na manhã desta quinta-feira (18) a contratação do piloto mexicano para a próxima temporada. Com essa decisão, o tailandês Alexander Albon, que disputou o campeonato deste ano pela equipe austríaca, será o reserva da escuderia.
A chegada de Pérez significa também um marco para a Red Bull. Com o histórico de promover pilotos que passam antes por sua equipe secundária, ele será o primeiro piloto em 13 anos (desde Mark Webber) a ser contratado diretamente pela equipe austríaca. Antes disso, nomes como o tetracampeão Sebastian Vettel, e Daniel Ricciardo, que correrá pela McLaren em 2021, passaram pela Toro Rosso (atual AlphaTauri) antes de chegarem à equipe principal.
Na última temporada, Pérez foi um dos principais destaques da Fórmula 1. Ele conquistou 125 pontos, o que garantiu o quarto lugar no campeonato, atrás somente da dupla de pilotos da Mercedes e de Max Verstappen, seu futuro companheiro na Red Bull. Foi a melhor classificação da carreira do mexicano, que tinha como melhores resultados dois sétimos lugares, em 2016 e 2018.
E os números se tornam ainda mais impressionantes pelo fato de Sergio ter perdido duas corridas (GP da Inglaterra e GP dos 70 Anos da F1), por ter contraído Covid-19, quando foi substituído pelo alemão Nico Hülkenberg. Exceto por esses Grandes Prêmios e pelos do Bahrein e de Abu Dhabi -- os quais Pérez abandonou por problemas mecânicos -- o mexicano pontuou em todas as outras 13 etapas da temporada.
Há seis anos na mesma equipe -- Pérez chegou à atual Racing Point quando ela ainda se chamava Force India -- Sergio teve como ápice na temporada a vitória no GP de Sakhir, quando, após cair para a última posição, o piloto conseguiu uma espetacular recuperação até a liderança.
Foi a primeira conquista na história da escuderia e também da carreira de Pérez, que teve a maior espera entre os que já venceram uma corrida, conquistando o lugar mais alto do pódio em seu 190º GP disputado. Além disso, ele foi o primeiro mexicano a vencer na Fórmula 1 em 50 anos, desde o GP da Bélgica de 1970, vencido por Pedro Rodríguez.
O bom desempenho de Sergio, por outro lado, contrastou com a irregularidade de Albon. Após ser um destaque em 2019, quando foi promovido da Toro Rosso para a Red Bull, o tailandês não correspondeu às expectativas da equipe, com resultados muito distantes dos de Verstappen. E com a escolha de Yuki Tsunoda e a renovação do contrato de Pierre Gasly na AlphaTauri, o jovem piloto ficou sem um assento para o próximo ano.
Com uma nova chance na categoria, Pérez tem tudo para continuar sendo um destaque na Fórmula 1. Atuando em uma grande equipe e com um carro competitivo, o piloto pode fazer a bandeira mexicana tremular nos pódios mais vezes em 2021, além de simbolizar uma boa disputa com Max Verstappen.