Vettel fora. E agora? Aston Martin F1 tem opções à mesa
Com o anúncio da aposentadoria de Sebastian Vettel, um leque de possibilidades se abre para a Aston Martin. Saiba quais são.
O momento que os fãs da tanto Fórmula 1 temiam, chegou: Sebastian Vettel vai se aposentar. O anúncio do fim de carreira do alemão não chega a ser uma grande surpresa, mas, ainda assim, causa impacto. A saída de um piloto da envergadura de um tetracampeão, por mais que já não seja o mesmo dos tempos áureos, gera comoção.
Mas, como diz o poeta, o show não pode parar. E a Aston Martin vai precisar de um substituto para Vettel. Até onde se sabe, a equipe comandada por Lawrence Stroll ainda não tem um nome certo para ir atrás. Essa, que pode ser a vaga mais cobiçada do automobilismo para 2023, tende a causar uma grande movimentação nos bastidores da F1 nas próximas semanas ou meses.
Para começo da conversa, a Aston Martin tem algumas particularidades. Uma das vagas é de Lance Stroll, também conhecido como o filho do dono. E isso tem um peso na dinâmica da equipe. Vettel foi escolhido em 2021 por ter o perfil considerado ideal para as pretensões e o momento da equipe: vencedor gabaritado e já em um momento mais maduro da carreira, poderia ajudar tanto no desenvolvimento do carro quanto de Lance.
Somado ao estigma de vencedor, o perfil mais low profile e boa gente também era importante para a Aston Martin enquanto marca. O nome Vettel vende e, no fim das contas, é isso que uma fabricante de carros quer de sua principal figura em sua maior plataforma de marketing.
Portanto, temos aí os fatores que a equipe deve levar em conta na escolha de seu novo piloto: deve contrubuir no desenvolvimento do carro para os próximos anos, ser bom o bastante para entregar o que Lance nem sempre poderá entregar, ter uma boa relação com o futuro colega e ter um perfil agradável aos olhos do mercado (e dos acionistas).
Fernando Alonso
Um nome que que eventualmente surge em boatos ligados à Aston Martin é o de Fernando Alonso. O espanhol de 41 anos é tão experimentado quanto Vettel e até mais experiente, e poderia manter preenchida a função de um piloto de ponta para conduzir o desenvolvimento do carro.
Pesa contra ele, no entanto, o histórico de relacionamento complicado nos bastidores e a tendência de fazer a equipe trabalhar em torno de si. Mesmo que Lawrence Stroll já tenha declarado gostar de Alonso, esse histórico pode ser uma pulga atrás da orelha na hora de colocá-lo ao lado de seu filho – ainda que Alonso pareça estar bem mais tranquilo em sua fase pós-retorno.
Alonso está em processo de renovação com a Alpine, de modo que, em teoria, ainda não tem nenhum impeditivo contratual para uma transferência. Uma eventual ida à Aston Martin abriria espaço para Oscar Piastri na Alpine.
Mick Schumacher
Outro nome cotado há algum tempo para a eventualidade de Vettel se aposentar é o de outro alemão: Mick Schumacher. O filho de Michael é bastante amigo de Vettel, que pode exercer alguma influência na escolha. Mick poderia ser uma escolha forte do lado comercial, já que a Aston Martin fabricante de carros tem planos de crescimento no mercado alemão, e seu rosto é bem cotado por lá.
Pesa contra ele a ainda pouca experiência, o que poderia ser um problema na evolução do carro. Outro ponto é que, por ser jovem e alimentar ambições altas, ele precisaria se provar na equipe. Superar Lance Stroll seria sua meta número 1. Será que isso é do interesse da Aston Martin?
Mick tem contrato com a Haas até o fim do ano, estando livre para 2023, mas ainda mantém ligações com a Ferrari, da qual faz parte do programa de formação de pilotos. Uma eventual ida à equipe verde poderia ser o fim desse vínculo com Maranello. São questões a se pensar. Sua saída da Haas causaria outro chacoalhão interessante no mercado de pilotos.
Nico Hulkenberg
O supersub sempre é um nome a se considerar. O alemão de 35 anos pode não ter grandes conquistas em sua carreira na F1, mas experiência não falta. São 184 corridas, sendo 84 delas pela equipe em questão, se considerarmos também as eras Force India e Racing Point. Atualmente, é o reserva da Aston Martin, e chegou a fazer as duas primeiras etapas de 2022 substituindo o próprio Vettel, afastado por covid.
Seria uma escolha segura. Piloto confiável, com bastante conhecimento do time, tranquilo e que pode colaborar bastante com Stroll. A tendência é que seja tratado como um “plano B” pela equipe, caso não se chegue a um acordo com outros pilotos. Se ele for o escolhido, a dança das cadeiras não acontece, já que ele não abriria nenhum outro espaço.
Nyck de Vries
O holandês cumpriu o ritual para chegar a F1, mas nunca recebeu uma oportunidade como titular. Ele continuou mostrando serviço na F-E, onde foi campeão. Esse ano, fez treinos livre por Williams e Mercedes, o que de certa forma mostra que seu nome continua rondando o paddock. Por ter relações com a Mercedes, fornecedora da Aston Martin, é provável que uma eventual negociação seja tranquila, até mesmo mantendo o vínculo entre o piloto e a marca alemã para o futuro.
Alex Albon
O anglo-tailandês está em uma situação curiosa na Williams. Ele mantém o vínculo com a Red Bull, mas corre “por empréstimo” pela equipe de Grove, que usa motores Mercedes. Seu contrato é de apenas um ano, de modo que ele pode voltar a ficar sem carro para 2023.
Um eventual interesse da Aston Martin poderia fazer com que ele corresse pela equipe verde nos mesmos moldes de sua ligação com a Williams, mas a opção mais provável seria encerrar as relações com a Red Bull e assinar de forma definitiva com o novo time. De qualquer forma, a princípio, a tendência é que renove com a Williams por pelo menos mais um ano.
Daniel Ricciardo
Piloto experiente, com histórico vitorioso e de perfil boa gente. As caraterísticas batem com o australiano Daniel Ricciardo, que foi alvo de especulações referentes a uma saída da McLaren, onde vive má fase. No cenário hipotético de um interesse da Aston Martin, poderia ser a chance de Ricciardo mostrar que ainda tem seu valor e respirar novos ares.
Mas o próprio Ricciardo tratou de responder hoje mesmo a boatos e perguntas que o ligassem à Aston Martin, reafirmando que pretende cumprir seu contrato com a McLaren e ficar por lá até o fim de 2023.
Felipe Drugovich
É natural que o líder da F2 seja especulado em um vaga que se abre na F1. Nesse caso em particular, isso ganha ainda mais volume no Brasil quando o líder da F2 é um brasileiro. Para alimentar a esperança do torcedor brasileiro, cabe lembrar que empresários da XP, que demostrou interesse em patrocinar uma empreitada de Drugovich na F1, foram vistos nos boxes na Aston Martin em Silverstone.
Mas o cenário é bem mais complexo. É difícil imaginar que a Aston contrate um piloto jovem e estreante, que terá pouco a agregar em termos de bagagem para evolução do carro quando comparado a nome mais rodados. Além disso, a relação de Stroll com um novato seria uma potencial dificuldade: se o recém-chegado quiser se destacar, precisará se sobrepor ao companheiro, que, por sua vez, não vai querer esse tipo de problema dentro de casa...