Estreia Netflix: "A Mulher na Janela" entrega bom suspense, mas derrapa no final
Thriller estrelado por Amy Adams ainda tem Julianne Moore e Gary Oldman no elenco
Tem filmão estreando nesta sexta na Netflix! É "A Mulher na Janela", thriller com o melhor elenco que você vai ver neste mês no streaming: Amy Adams ("Era uma Vez um Sonho"), Julianne Moore ("Para Sempre Alice"), Gary Oldman ("O Destino de uma Nação").
Dirigido por Joe Wright (de "Desejo e Reparação"), o filme faz uma grande homenagem ao clássico "Janela Indiscreta" (1954), de Hitchcock, sobre um homem que presencia um crime da janela do seu apartamento.
Adams é Anna Fox, uma terapeuta infantil que há anos sofre de agorafobia, problema que gera nela um pânico de sair na rua. Trancada há meses em casa, ela vê apenas seu analista e um inquilino que aluga o seu porão. Até que ela recebe a visita de um rapaz adolescente que mora no prédio em frente, e algum tempo depois da mãe dele (Julianne Moore). Eles moram bem no apartamento em frente. Uma bela noite, Anna vai ver um crime da janela dela, envolvendo essa família.
Tava indo tão bem...
Toda a primeira metade do filme é muito interessante, explorando a ambiguidade do que aconteceu: Anna viu realmente o crime, ou é coisa da cabeça dela? O quanto podemos concluir daquilo que vemos, ou achamos que vemos? Some-se a isso a perturbação mental de Anna, e o fato de que mistura álcool com remédios pesados, e o jogo está criado.
Mas a resolução final é um tanto decepcionante, com uma conclusão apressada e uma sequência de ação que os produtores adoram apostar nesse gênero de filme, jogando o mistério e a sutileza no lixo.
O resultado um tanto problemático vem depois de uma produção turbulenta. "A Mulher na Janela" foi produzido pela Fox e deveria ter estreado nos cinemas há cerca de dois anos. Mas o público reprovou o desfecho do filme nas primeiras sessões-teste, e um novo roteirista foi chamado para melhorar o final. Quando ia estrear, em maio de 2020, a pandemia já estava aí, e o lançamento foi cancelado. A Disney, que controla a Fox, acabou desistindo do filme e vendendo-o à Netflix, onde ele estreia agora.
Se o roteiro tem seus problemas, o elenco vale os 100 minutos de filme. Amy Adams entrega mais um belo trabalho numa galeria de personagens complexos nos últimos anos, de "A Chegada" a "Era uma Vez um Sonho" - e anda merecendo seu primeiro Oscar, depois de seis indicações na bagagem. E que saudade estávamos de Julianne Moore…