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Detox de cortisol é a nova dieta da moda; funciona?

Especialistas explicam por que o hormônio do estresse não pode ser eliminado e como equilibrá-lo de forma saudável'.

7 jan 2025 - 12h32
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Mulher estressada olhando o notebook em casa.
Mulher estressada olhando o notebook em casa.
Foto: Freepik

A promessa de "desintoxicar" o cortisol, hormônio conhecido por sua relação com o estresse, tem ganhado espaço nas redes sociais e nas prateleiras de produtos de bem-estar. Mas, segundo especialistas, essa ideia não passa de mais um mito criado pela indústria do bem-estar.

De acordo com a médica psiquiatra Cíntia Braga, não é possível desintoxicar o corpo do cortisol. "O cortisol é um hormônio essencial para o corpo - é o hormônio de resposta ao estresse e da regulação da vigília. Não é possível 'desintoxicar' o corpo do cortisol, já que ele é um hormônio regulado naturalmente pelo organismo. O corpo humano possui sistemas altamente eficazes para metabolizar e excretar o cortisol, principalmente pelo fígado e pelos rins."

O biomédico Thiago Martins reforça essa visão. "O conceito de 'eliminar' ou 'desintoxicar' o cortisol não possui embasamento científico. O cortisol não é uma toxina a ser eliminada, mas uma substância que deve estar em equilíbrio."

Como o cortisol age no organismo?

O cortisol é produzido pelas glândulas adrenais e desempenha papéis importantes, como regular o metabolismo, a resposta ao estresse e processos inflamatórios. Em situações de estresse agudo, ele é essencial para preparar o corpo para reagir. Porém, quando o estresse se torna crônico, os níveis de cortisol permanecem elevados, resultando em problemas de saúde.

"O estresse crônico mantém o eixo hipotálamo-hipófise-adrenal hiperativado, levando a níveis persistentemente elevados de cortisol. A exposição prolongada pode causar alterações metabólicas, ganho de peso, disfunção imunológica, problemas de memória, insônia e até hipertensão", explica a Dra. Cíntia.

Hábitos que ajudam a regular o cortisol

Em vez de buscar soluções rápidas ou dietas milagrosas, o foco deve estar em hábitos que ajudam a regular os níveis de cortisol de forma natural. Segundo Thiago Martins, alimentos ricos em ômega-3, magnésio e chás calmantes, como camomila, podem auxiliar no equilíbrio hormonal. Além disso, práticas como meditação, exercícios físicos regulares e sono adequado são essenciais.

"A busca por soluções rápidas pode aumentar o estresse ao qual o corpo está submetido e perpetuar níveis elevados de cortisol. Dietas restritivas, por exemplo, frequentemente levam à sensação de privação e frustração", alerta a Dra. Cíntia.

O perigo das promessas milagrosas

Produtos e dietas que prometem eliminar o cortisol costumam ser estratégias de marketing sem respaldo científico. "A ideia de 'desintoxicação' é atraente, mas carece de fundamentação científica. O equilíbrio hormonal depende de uma abordagem holística, baseada em ciência e mudanças sustentáveis no estilo de vida", afirma Thiago Martins.

Foco no equilíbrio

Em vez de cair em modismos, especialistas recomendam adotar práticas realistas e sustentáveis para lidar com o estresse e, consequentemente, equilibrar o cortisol. Isso inclui dormir bem, investir em atividades prazerosas, estabelecer limites claros no trabalho e na vida pessoal, e, quando necessário, buscar apoio psicológico.

"O principal é integrar hábitos saudáveis de forma realista e duradoura, entendendo que a saúde é um processo contínuo e não um objetivo imediato", finaliza a Dra. Cíntia Braga.

Portanto, mais do que buscar desintoxicar um hormônio que é fundamental para o corpo, a chave está em equilibrar o estilo de vida, respeitar os limites do corpo e investir em práticas que promovam bem-estar físico e mental.

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