Afundamento do solo da mina de Maceió está desacelerando, avalia Defesa Civil
A velocidade de deslocamento da mina 18, da empresa Braskem, reduziu de 5 para 0,8 centímetros por hora
O afundamento do solo da região do Mutange, em Maceió - sob risco iminente de colapso da mina 18, da empresa Braskem - está desacelerando. De acordo com novo boletim da Defesa Civil, publicado por volta de 14h deste sábado, 2, a velocidade do deslocamento de terra foi reduzida de 5 para 0,8 centímetros por hora.
Dos 12 DGPSs, aparelhos que medem o afundamento da mina, seis haviam chegado ao alerta máximo. Agora, com a desaceleração, apenas um deles encontra-se em sinal de alerta para um colapso da mina 18.
O prefeito da cidade, João Henrique Caldas (PL-AL), conhecido como JHC, comentou sobre a atualização em suas redes sociais: “Não podemos afirmar que vai estabilizar, mas esse é o caminho para estabilização. Estamos vencendo um dia de cada vez para podermos juntos sairmos dessa situação”.
Tremores registrados
A Defesa Civil de Maceió informou que, na madrugada deste sábado, 2, foi registrado mais um tremor na região da mina 18, no bairro do Mutangue. Desta vez, o sismo teve magnitude de 0,89 e foi identificado a cerca de 300 metros de profundidade. A cidade continua em alerta máximo de risco iminente de colapso.
Na noite de sexta-feira, 1º, outro tremor aconteceu a cerca de 330 metros de profundidade, com magnitude de 0,39. O Terra solicitou à Defesa Civil o histórico de sismos dos últimos dias, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria. O espaço segue aberto.
Precaução
A Defesa Civil de Maceió mantém a recomendação de que a população não transite na área desocupada enquanto medidas de controle e monitoramento são aplicadas para reduzir o perigo.
Ao Terra, nesta sexta-feira, a Braskem informou que continua mobilizada e monitorando a situação da mina 18, tomando todas as medidas cabíveis para minimização do impacto de possíveis ocorrências. A empresa ainda diz que, desde a noite de quarta-feira, 29, também está apoiando a realocação emergencial dos moradores de 23 imóveis que ainda resistiam em permanecer na área de desocupação determinada pela Defesa Civil em 2020.
"Essa realocação emergencial foi determinada judicialmente na tarde da quarta-feira e está sendo coordenada pela Defesa Civil. Até o momento, 22 desses imóveis já foram desocupados e os trabalhos prosseguem. A realocação preventiva de toda a área de risco foi iniciada em novembro de 2019 e 99,3% dos imóveis já estão desocupados (dados de 31 de outubro de 2023)", diz a nota da empresa.
Bairros abandonados
As famílias são retiradas dos bairros que apresentam riscos desde 2019, e alguns bairros ficaram desertos. A seguir, veja imagens de antes e depois do deslocamento, que mostram o abandono.