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Amassadas? Sem lacre? Saiba o jeito mais adequado de descartar latas de bebida e comidas

Existem maneiras corretas para jogar uma latinha fora e evitar problemas de poluição, doenças e riscos a animais

10 jun 2024 - 05h00
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Resumo
Constituídas de material reciclável, as latas de alumínio requerem atenção para seu descarte ocorrer de forma correta e, assim, evitar a poluição da água e do solo e evitar riscos a animais. Saiba dicas para contribuir com o processo de reciclagem.
Lata de alumínio
Lata de alumínio
Foto: Freepik

Com uma movimentação anual de mais de 30 milhões de unidades só no Brasil, as latas de alumínio representam uma boa ajuda para quem trabalha com reciclagem, afinal o material é possível de ser totalmente reaproveitado. No entanto, o descarte das latinhas precisa acontecer corretamente, para evitar problemas e ajudar quem depende delas como fonte de renda.

Entre os riscos associados ao descarte irregular de latas estão a poluição do solo e da água -- já que seu tempo de decomposição pode alcançar 500 anos, de acordo com a Fiocruz -- e o aumento nos custos para a gestão de resíduos por parte de prefeituras, além de riscos à saúde pública: o acúmulo de restos de alimentos no interior das latas pode atrair vetores de doenças, como roedores e insetos.

Especialistas dizem que é preciso considerar que um descarte errado das latas também pode trazer danos à vida de animais. Em maio deste ano, o grupo Sunshine Coast Snake Catcher 24/7, que atua na remoção e realocação de répteis na Austrália, foi acionado para retirar de dentro de uma latinha uma cobra mulga -- também conhecida como king brown, uma das mais venenosas do país. 

Cobra ficou presa em lata de bebida
Cobra ficou presa em lata de bebida
Foto: Reprodução Facebook/Adam Brice

Fora o risco para os animais, o desperdício de recursos é outra questão a se considerar quando se fala de descarte de latas de alumínio. "A lata por completo é reciclável e é uma solução, por si só, sustentável. Basta descartar adequadamente no lixo seco", disse Guilherme Canielo, responsável por assuntos corporativos da Associação Brasileira de Fabricantes de Latas de Alumínio, Abralatas, em entrevista ao Terra

Para um melhor reaproveitamento, as latas de alumínio devem ser separadas do lixo comum e destinadas junto com o lixo seco ou em cestos específicos para metais, separado do orgânico.

O ideal é esvaziar o conteúdo não ingerido e amassar as latinhas, o que irá facilitar o transporte, ocupando menos espaço. O lacre da abertura da lata pode permanecer sem ser retirado, assim, ele não se perde no trajeto até o local da reciclagem.

Reciclagem
Reciclagem
Foto: Freepik

Segundo a entidade, que representa os fabricantes de latinhas de alumínio para bebidas no Brasil, em 2023 foram comercializadas 32,3 bilhões de unidades no País. Este resultado é 1,65% maior do que o registrado em 2022.

"Em relação à reciclagem, o Brasil é recordista mundial, mantendo índice médio acima de 95% há mais de 15 anos. Os Estados Unidos, por exemplo, possuem índice de 56% e a Europa de 73%", diz Canielo. Ele ainda reforça que a lata de alumínio é "infinitamente reciclável e não perde suas propriedades quando é reciclada".

"Tanto que é transformada em uma lata novamente. É um processo que leva em média 60 dias, passando pela produção, distribuição, consumo, reciclagem e chegando de volta às prateleiras. Um ciclo virtuoso, exemplo de economia circular e que gera renda para mais de 800 mil catadores de materiais recicláveis em todo o país", explica.

Guilherme afirma também que o setor de produtores de latas mantém um modelo nacional consolidado de reciclagem, com unidades de produção de latas  e centros de coleta da sucata em todas as regiões do Brasil.

Há no País a Lei nº 12.305/2010, que regula a reciclagem e define responsabilidades para o reaproveitamento de todos os materiais, inclusive o alumínio, resultado de décadas de discussões sobre reciclagem no Congresso Nacional. 

A indústria, como a das latas, "deve estruturar e manter sistema de reciclagem que possa receber e processar todo volume colocado no mercado. O poder público de implementar a coleta seletiva e o consumidor de descartar adequadamente aquilo que consome. Basta todos cumprirem com as suas obrigações que os problemas ambientais, sanitários e até sociais terão solução", conclui Canielo.

Fonte: Redação Terra
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