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Amazônia pode atingir 'ponto de não retorno' até 2050, diz estudo

Segundo pesquisadores, a região passaria por transformações significativas, tendo alteração na disponibilidade de recursos e biodiversidade

18 fev 2024 - 05h00
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Resumo
Um estudo publicado na revista científica Nature aponta que pouco menos da metade da floresta amazônica está sujeita a um ponto de não retorno, com possíveis consequências alterações na disponibilidade de recursos e biodiversidade, até 2050.
Floresta amazônica em imagem de drone
Floresta amazônica em imagem de drone
Foto: reprodução gettyimagens

Pouco menos da metade da floresta amazônica pode estar exposta a fatores de degradação que levariam a Amazônia a um ponto de não retorno até 2050, de acordo com um estudo publicado na revista científica Nature, na quarta-feira, 14.

Segundo os pesquisadores, a Amazônia passaria por transformações significativas, tendo alteração na disponibilidade de recursos e em sua biodiversidade, caso esse ponto seja atingido. Assim, o ritmo de degradação das últimas décadas terá levado ao colapso parcial ou total da floresta. Entre as possíveis consequências, dizem os cientistas, está a aceleração do aquecimento global.

As conclusões são de pesquisa conduzida por Marina Hirota e Bernardo Flores, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), com colaboradores do Brasil, Europa e Estados Unidos. "O ponto de não retorno é isso: um ponto a partir do qual o sistema se retroalimenta numa aceleração de perda de florestas, e perdemos o controle", explicou Flores, em declaração divulgada pelo Instituto Serrapilheira, que financiou o estudo.

Ainda segundo a publicação, 4,6 mil km² -- uma área três vezes maior do que a cidade de São Paulo -- está sob risco alto, muito alto ou médio de desmatamento na Amazônia em 2024.

"Estamos nos aproximando de todos os limiares. No ritmo em que estamos, todos serão alcançados neste século. E a interação entre todos eles pode fazer com que aconteça antes do esperado", reforça Flores.

Levando em conta também as áreas apontadas pela ferramenta de estarem sob ameaça de destruição baixa ou muito baixa, a previsão total para 2024 é de 10.190 km² desmatados na Amazônia

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O estudo destaca ainda que a Amazônia enfrenta uma pressão sem precedentes devido a mudanças climáticas e desmatamento, enfraquecendo os mecanismos de feedback que garantem a resiliência da floresta.

"A Amazônia é um sistema complexo, o que torna extremamente desafiador prever como os diferentes tipos de floresta responderão às mudanças globais. Se quisermos evitar uma transição sistêmica, precisamos adotar uma abordagem preventiva que mantenha as florestas resilientes nas próximas décadas", afirma Marina Hirota, uma das autoras.

Apesar disso, ainda existe tempo para que não chegue neste ponto, mas para isso, esforços locais para deter o desmatamento e promover a restauração da floresta, são fundamentais. Bem como, iniciativas globais para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e mitigar os impactos das mudanças climáticas. 

"Em alguns casos, a floresta pode se recuperar, mas permanece presa em estado degradado, dominada por plantas oportunistas, como cipós ou bambus. Em outros casos, a floresta não se recupera mais e persiste presa em estado de vegetação aberta e com incêndios recorrentes", finaliza Flores.

Fonte: Redação Terra
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