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Apresentador de TV e cientistas descobrem nova espécie de sucuri-verde na Amazônia

Cientista e apresentador de televisão holandês, Freek Vonk postou um vídeo que o mostra nadando ao lado da serpente gigante

21 fev 2024 - 12h00
(atualizado às 12h13)
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Cientista e apresentador de televisão holandês, Freek Vonk esteve na Amazônia e junto com outros pesquisadores descobriu o que afirma ser uma nova espécie de sucuri.
Cientista e apresentador de televisão holandês, Freek Vonk esteve na Amazônia e junto com outros pesquisadores descobriu o que afirma ser uma nova espécie de sucuri.
Foto: Reprodução/Instagram

O cientista e apresentador de televisão holandês, Freek Vonk, esteve na Amazônia e junto com outros pesquisadores descobriu o que afirma ser uma nova espécie de sucuri, a Eunectes akayima ou sucuri-verde-do-norte. A descoberta foi publicada na revista científica "Diversity" no último dia 16. Até então, apenas uma espécie de sucuri-verde, a Eunectes murinus, conhecida popularmente como sucuri-verde-do-sul era reconhecida na região.

Em uma postagem que fez no Instagram, ele detalhou como ocorreu o achado: "Junto com outros 14 cientistas de nove países, descrevi uma nova espécie de cobra da Amazônia, que pode ser a maior do mundo. E não qualquer uma, é uma serpente gigante! Descobrimos que a maior espécie de cobra do mundo, a sucuri-verde, como todos a conhecemos pelos filmes e por todas as histórias sobre cobras gigantes, é na verdade duas espécies diferentes!."

O cientista destacou que, embora as duas espécies de sucuri-verde possam parecer quase idênticas à primeira vista, a diferença genética entre elas é grande, atingindo 5,5%. Essa disparidade, segundo ele, é significativa, e ele comparou essa divergência com a diferença genética entre humanos e chimpanzés, que é de aproximadamente 2%.

Vonk também postou imagens que mostram ele nadando no rio ao lado da sucuri, que mede aproximadamente 8 metros de comprimento e pesa mais de 200 quilos. "Ela tem a cabeça do tamanho da minha. Por completo espanto e admiração, um 'monstro'! Já descobri uma nova espécie antes, mas era uma pequena cobra da Austrália. Agora é sobre um animal mítico e lendário! Definitivamente um dos destaques da minha carreira científica. Até porque essa cobra ocorre na Amazônia, um lugar que para mim parece um lar", disse o apresentador.

Vonk ressaltou que, apesar da empolgação gerada pela descoberta da nova espécie de cobra, a região amazônica enfrenta sérias ameaças devido às mudanças climáticas e à contínua destruição de suas florestas primárias. Com mais de um quinto da Amazônia já desaparecido, o equivalente a mais de 30 vezes a área da Holanda, a sobrevivência dessas cobras gigantes é ligada à preservação de seu habitat natural. Ele enfatizou a importância de cuidar da maior floresta do mundo, destacando que esta pesquisa ressalta a urgência em proteger a biodiversidade única da Amazônia.

Biólogo da Universidade de Queensland, localizada na Austrália, e coautor do estudo, Bryan Fry enfatizouque a recém descrita sucuri-verde-do-norte apresenta uma variedade genética significativamente menor em comparação com sua contraparte do sul. Essa distinção genética mais limitada a torna muito mais vulnerável a ameaças ambientais. 

Conforme revelado pelo estudo, documentado na revista Diversity, a sucuri-verde-do-sul (Eunectes murinus) pode ser encontrada em regiões que abrangem Bolívia, Brasil, Peru e Guiana Francesa. Por outro lado, sucuri-verde-do-norte (Eunectes akayima) é observada em territórios que incluem Colômbia, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Suriname, Trindade e Tobago, além da Venezuela.

O principal autor do estudo, Jesus Rivas, compartilhou que há mais de 15 anos, ele e sua esposa, Sarah Corey-Rivas, identificaram indícios de que havia mais de uma espécie de sucuri verde na região. Isso os motivou a iniciar uma minuciosa análise de amostras coletadas, visando identificar possíveis diferenças genéticas entre as populações de sucuri-verde. Embora tenham começado esse processo há anos, somente recentemente conseguiram publicar suas descobertas. 

"Sarah e eu começamos a trabalhar nisso em 2007, quando notamos pela primeira vez que havia uma grande diferença genética entre as amostras venezuelanas e algumas amostras do Peru", declarou. "Em seguida, iniciamos o processo de coleta de amostras e colaboradores em toda a América do Sul e fora para completar o mosaico de amostras que nos permitiu montar o estudo. Trabalhei em vários países com vários colegas para coletar as amostras, e Sarah fez a maior parte do trabalho pesado, sequenciando genes e fazendo a análise filogenética", relatou o cientista.

Fonte: Redação Terra
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