Conheça a startup ucraniana que transforma folhas em embalagens biodegradáveis
Empresa já produz sacolas de papel para marcas famosas como a L'Oréal e o Google
O ucraniano Valentyn Frechka usou a sua paixão por bioquímica para dar um novo destino às folhas mortas. Em vez de apenas virarem adubo ou irem para o lixo, ele encontrou uma maneira de produzir celulose, o principal ingrediente usado na produção de papel, a partir das folhas. Com isso, evita a derrubada de mais árvores para a produção de papel.
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Com a nova 'ideia', Frechka deixou a Ucrânia, mudou-se para Paris, na França, e fundou a Releaf Paper ao lado de seu sócio, Alexandre Sobolenko. A empresa produz uma tonelada de celulose a partir de 2,3 toneladas de folhas mortas. Na indústria padrão, seriam necessárias 17 árvores para produzir a mesma quantidade.
Eles estimam que o seu processo de produção emite 78% menos CO2 (dióxido de carbono) do que a produção tradicional e utiliza também 15 vezes menos água. Outro benefício é na degradação do papel feito de folhas mortas quando comparado ao papel comum.
"O papel à base de folhas degrada-se no solo em 30 dias, enquanto o período de degradação do papel comum é de 270 dias ou mais", afirmou em entrevista ao Euro News.
O papel produzido pela startup é usado também na produção de caixas e sacolas. Mensalmente, eles produzem 3 milhões de sacolas de compra de papelão para clientes como L'Oréal, Samsung, LVMH e Google.
Produção e origem
A startup recebe toneladas de folhas degradadas de diferentes cidades europeias.
"Estamos trabalhando apenas com as folhas que recebemos das cidades, porque não podemos aproveitar as folhas da floresta. Não é fácil coletá-las e não há necessidade, porque existe um ecossistema nas florestas", explicou.
Nas cidades, as folhas mortas acabam se transformando em resíduos que devem ser recolhidos. Além de conseguir produzir papel e embalagens biodegradáveis, a empresa também desenvolveu substância que pode ser usada como fertilizante.
"Numa cidade, é um resíduo verde que deve ser recolhido. Na verdade, é uma boa solução, porque estamos a manter o equilíbrio -- obtemos fibra para fazer papel e devolvemos uma lenhina como semi-fertilizante para as cidades fertilizarem os jardins ou as árvores. Portanto, é como um modelo onde todos ganham", avalia Frechka.
Após chegarem na empresa, as folhas são separadas e secas, num processo onde são convertidas em pellets. Eles, por sua vez, são convertidos em uma fibra especial que forma a base do papel. O material gerado é prensado no formato de folhas de papel.