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Conheça arquiteta que saiu na Forbes por trabalho ambiental em favelas

Ester Carro é cofundadora e presidente do Instituto Fazendinhando, responsável pela gestão de autossustentabilidade de regiões vulneráveis

5 ago 2024 - 04h00
(atualizado em 15/8/2024 às 13h51)
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Arquiteta atua com projetos socioambientais em favelas de São Paulo (SP):

Ester Carro (29) nasceu e cresceu na favela do Jardim Colombo, na zona oeste de São Paulo (SP), é arquiteta, ativista, professora, doutoranda e presidente do Instituto Fazendinhando. Em 2023, pelo seu trabalho no Instituto, integrou a lista da Forbes Under 30 Brasil, revista que destaca “os mais brilhantes empreendedores e criadores” que propõem novas perspectivas ao mundo dos negócios.

O Instituto Fazendinhando foi criado em 2021 a partir da União Educacional e Esportiva do Jardim Colombo, movimento articulado por moradores em 2012 a fim de regenerar um lixão e transformá-lo em parque: hoje, o Parque Fazendinha.

O projeto atua principalmente em favelas e em três frentes diferentes - de transformação territorial, cultural e socioambiental. A primeira é voltada à revitalização de espaços degradados, transformando-os em áreas verdes destinadas a arte, cultura e educação. A segunda trabalha a capacitação de mulheres na área da gastronomia, do artesanato e, sobretudo, da construção civil, oferecendo cursos de aparato teórico e prático.

“A capacitação acontece na própria moradia das participantes. No final, nós fazemos a conexão delas com o mercado de trabalho. Hoje, temos mulheres, antes desempregadas e sem perspectivas, que estão trabalhando em escritórios de arquitetura e engenharia”, detalha Ester. Por fim, a terceira frente é o projeto “Fazendo o Lar”, voltado para reformas de moradias precárias de famílias sem fontes de renda.

“É urgente que haja planos de intervenção urbana, ambiental e sociocultural nas favelas. Nesses territórios, tem muitas moradias precárias, sem auxílio técnico, construídas em cima de encostas e córregos, por exemplo. Quase não há permeabilidade do solo, quase não há áreas verdes. É preciso conscientizar a comunidade desses territórios, formada por uma parte considerável que não teve acesso ao ensino fundamental completo e, por isso, não se atina às questões ambientais. É preciso incentivar o plantio de árvores e o cultivo de hortas comunitárias - e o trabalho que realizamos no Fazendinhando tem a ver não só com a intervenção em um determinado ponto, mas também com a reeducação e o incentivo social”, comenta.

Ester atua com o social desde a sua infância, muito inspirada por seu pai, que era líder comunitário: “Entendi que, independente da profissão que eu fosse exercer, eu queria devolver à comunidade”.

A arquiteta lembra, com orgulho, que figura entre as 100 brasileiras extraordinárias do livro infantil “Histórias de Ninar para Garotas Rebeldes”. “Quando entrei na universidade, muitas pessoas me questionavam: para onde o social da arquitetura e do urbanismo vai te levar? Hoje falo com muito carinho que o social abriu o meu mundo”, completa.

Fonte: Redação Planeta
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