Empreendedorismo ativista: restaurante oferece comida vegana a preços populares
Pop Vegan Food, de São Paulo (SP), busca gerar impacto positivo para os animais, para o planeta e para a justiça social
Na hora do almoço, quando se passa pela Rua Fernando de Albuquerque, travessa da Rua Augusta, em São Paulo (SP), é comum ver uma longa fila na frente de um restaurante instalado ali. As pessoas estão esperando para entrar no Pop Vegan Food, “um grupo de alimentação vegana acessível”, conforme define Mônica Buava, sócia do estabelecimento. Assista ao vídeo acima.
Além do restaurante com almoço, pizzaria e hamburgueria, a empresa também tem uma fábrica de produtos como queijos, doces e refeições congeladas, tudo vegano, que fornece para outros 200 pontos de venda.
Veganismo acessível
Lá é possível que uma pessoa almoce pagando a partir de R$ 16, coma um sanduíche por R$ 12 ou uma pizza grande com bebida por R$ 34.
“Servir comida vegana acessível tinha virado a nossa missão e combinamos que o Pop seria mais do que um restaurante, porque a gente colocaria ali os nossos ideais e valores”, conta Mônica sobre o início da história do local, que foi inaugurado em 2017.
Segundo a sócia, aproximadamente 70% dos clientes do almoço não são veganos e nem vegetarianos. Por isso, o restaurante atua, praticamente, como ativista em prol dos animais, da sustentabilidade e da justiça social, “ganhando pela barriga” novos adeptos à alimentação à base de plantas, nem que seja por apenas um dia na semana: “Como somos ativistas que viraram empreendedores, para nós, quanto mais pessoas comerem comida vegana, mais vamos salvar os animais”.
“Mostrar para o público geral que é possível comer muito bem, é uma ferramenta poderosa para diminuir barreiras que algumas pessoas ainda têm em relação ao veganismo. É fazer com que a pessoa quebre o preconceito e descubra novos sabores e possibilidades”, diz.
Impacto
”Termos uma alimentação com carne, leite e derivados é um sistema extremamente ineficiente, que consome os nossos recursos naturais de forma irresponsável”, diz Mônica ao exemplificar que, para se criar animais, o consumo de água, de terra, de soja e de outros grãos é desproporcional. “Se queremos, de verdade, respeitar o meio ambiente, é preciso olhar de forma muito séria para as nossas escolhas alimentares”.
Ela define a empresa como pertencente ao setor 2.5, que é o meio do caminho entre o segundo setor (empresas com fins lucrativos) e o terceiro (organizações sem fins lucrativos): “temos como objetivos tanto a geração de mudança positiva para o mundo, quanto a geração de lucro para o negócio”.
Além da fama da boa comida, o Pop também ficou conhecido por promover ações como, por exemplo, entrega de refeições a pessoas em situação de vulnerabilidade, incentivo a doação de sangue, arrecadação de recursos para santuários de animais e ONGs de proteção aos oceanos, incentivo de pequenos produtores veganos e alimentação digna para os entregadores de aplicativo.
Dê o play no vídeo da entrevista no início deste texto.