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Estúdio do RJ reaproveita caixas de ovos para desenvolver objetos para casa

Marca Bekka foi fundada há menos de um ano com o objetivo de ressignificar o lixo e transformá-lo em peças de design

29 set 2024 - 04h02
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Caixas de ovos são reaproveitadas e viram objetos para casa:

No final de 2022, a artista visual e designer Brenda Guimarães, 38, que é natural de Fortaleza (CE), se mudou para o Rio de Janeiro (RJ) "já carregada de alguns desconfortos e de alguma insatisfação", conforme conta para Planeta sobre a trajetória de seu estúdio de design de impacto socioambiental, a Bekka. Assista ao vídeo da entrevista acima. 

Após trabalhar por quase 20 anos com moda em grandes varejistas do país, o que antes era o seu sonho de profissão, começou a se transformar em um grande incômodo. Principalmente quando entendeu que a indústria da moda é a segunda maior poluente.

Brenda chegou, então, à capital fluminense, dando uma pausa na carreira e se aventurando a estudar artes. "Voltei a entrar em contato com as minhas habilidades manuais e a trazer tudo o que vinha sendo abafado pelo sistema do universo corporativo. Comecei a pintar e desenhar. Tudo isso foi muito transformador para mim", diz.

Durante esse processo, a designer, que já era engajada com a pauta ambiental, passou a colocar no papel as ideias que tinha para contribuir com o mundo. "Então, eu comecei a pegar o lixo, esses resíduos que me incomodavam tanto, e a explorar algumas formas de reutilizar isso, de um jeito mais bonito", conta Brenda, que fundou o seu estúdio, oficialmente, em fevereiro deste ano.

"Eu comecei a fazer muitos experimentos. Como, por exemplo, transformar uma garrafa plástica em um vaso realmente bonito para casa. Fui estudando sobre revestimentos, até chegar na massa de celulose", explica a designer sobre a principal matéria-prima de suas peças. 

À base de caixa de ovos

A Bekka vende objetos para casa, como itens decorativos, vasos e luminárias, feitos com celulose e aglutinantes, o que torna as peças mais resistentes e duráveis. Cada uma é moldada, lixada e pintada.

Essa massa usada como base é feita a partir de papelão reciclado, vindo especificamente de embalagem de ovo: "que a gente tem em abundância", diz. Esses resíduos são coletados por uma cooperativa de reciclagem da Rocinha.

Parceria com ONG na Rocinha

"Eu desenvolvi um programa de capacitação para mulheres em situação de vulnerabilidade social e trabalho em parceria com a ONG Família na Mesa, na Rocinha", conta Brenda, que tem a oportunidade de promover o contato com a arte, a educação ambiental e conversas seguras, além de gerar renda para essas mulheres.

 A partir dos desenhos criados pela artista, as mulheres trabalham replicando as peças, que são produzidas de maneira 100% artesanal. Cada objeto leva de duas a três semanas para ficar pronto.

Dê o play para assistir ao vídeo acima. 

Fonte: Redação Planeta
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