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Calor pode aumentar em 2,3 milhões as mortes na Europa até 2099, diz estudo

Pesquisadores afirmam que mudanças climáticas podem ser revertidas e mortes podem ser evitadas

31 jan 2025 - 14h44
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Pesquisadores afirmam que mudanças climáticas podem provocar problemas de saúde e acarretar em mais óbitos
Pesquisadores afirmam que mudanças climáticas podem provocar problemas de saúde e acarretar em mais óbitos
Foto: ImagemFreepik

Pesquisadores do Laboratório de Modelagem Ambiental e de Saúde (EHM) da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres (LSHTM) apontam que as mudanças climáticas devem provocar um aumento significativo nas mortes por calor em toda a Europa, superando qualquer redução nos óbitos relacionados ao frio. Mesmo com altos níveis de adaptação ao calor, essa tendência persiste.

Publicado na Nature Medicine, o estudo estima que, sem medidas drásticas para reduzir as emissões de carbono, o continente pode registrar mais de 2,3 milhões de mortes adicionais relacionadas à temperatura até 2099, em 854 cidades europeias. No entanto, até 70% dessas perdas podem ser evitadas com ações rápidas e eficazes.

Os pesquisadores alertam que, mesmo com esforços para adaptar as cidades ao aumento das temperaturas, o impacto do calor extremo continuará elevando os riscos à saúde, especialmente em regiões vulneráveis, como o Mediterrâneo, a Europa Central e os Bálcãs. Apenas a redução das emissões mostrou-se capaz de diminuir significativamente as mortes por calor.

O Dr. Pierre Masselot, autor principal do estudo, ressalta a gravidade da situação: “Nossos resultados enfatizam a necessidade urgente de buscar agressivamente tanto a mitigação das mudanças climáticas quanto a adaptação ao aumento do calor. Isso é especialmente crítico na área do Mediterrâneo, onde, se nada for feito, as consequências podem ser terríveis. Mas, seguindo um caminho mais sustentável, poderíamos evitar milhões de mortes antes do final do século”.

Cidades mais afetadas

As dez cidades europeias com maior projeção de mortes relacionadas à temperatura até 2099 são:

  • Barcelona (Espanha): +246.082
  • Roma (Itália): +147.738
  • Nápoles (Itália): +147.248
  • Madri (Espanha): +129.716
  • Milão (Itália): +110.131
  • Atenas (Grécia): +87.523
  • Valência (Espanha): +67.519
  • Marselha (França): +51.306
  • Bucareste (Romênia): +47.468
  • Gênova (Itália): +36.338

Devido à alta densidade populacional, as grandes cidades mediterrâneas concentram os maiores números absolutos de mortes projetadas. No entanto, cidades menores na Espanha, Itália e Malta também podem enfrentar taxas elevadas de mortalidade relacionada ao calor.

Fora da região mediterrânea, o impacto tende a ser menor. Em Paris, por exemplo, estima-se um aumento de 13.515 óbitos. Já em Londres, o número pode diminuir em 27.455, assim como em outras cidades das Ilhas Britânicas e da Escandinávia. No entanto, essa redução será amplamente superada pelo aumento de mortes no restante da Europa.

Impacto das mudanças climáticas na mortalidade

O professor Antonio Gasparrini, coautor do estudo, reforça que os dados desmontam a ideia de que o aquecimento global poderia ter efeitos “benéficos” ao reduzir as mortes pelo frio. 

“Este estudo fornece evidências convincentes de que o aumento acentuado nas mortes relacionadas ao calor excederá em muito qualquer queda relacionada ao frio, resultando em um aumento líquido na mortalidade em toda a Europa. Esses resultados desmascaram teorias propostas de efeitos 'benéficos' das mudanças climáticas, frequentemente propostas em oposição a políticas vitais de mitigação que devem ser implementadas o mais rápido possível.”

A pesquisa utilizou modelagens detalhadas para calcular o impacto das mudanças de temperatura, considerando fatores como adaptação local, idade da população e projeções climáticas do IPCC. Ainda que tenha explorado cenários de mitigação, os pesquisadores alertam que apenas cortes drásticos nas emissões podem frear a escalada de mortes por calor no continente.

Fonte: Redação Terra
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