Chorume: o que é, como se forma e para que serve
O chorume é resultado de uma série de processos químicos e, se não for bem manejado, representa risco ambiental.
Basicamente, o chorume é o líquido que saí da matéria orgânica em decomposição, como exemplo o lixo caseiro. É viscoso, escuro e tem um cheiro bem forte.
Quando se fala em meio ambiente, sustentabilidade e gestão de resíduos, um termo que costuma ser discutido é o chorume, um item relacionado a lixo ou decomposição de matéria orgânica que está presente na realidade de muitas cidades.
Basicamente, o chorume é o líquido que saí da matéria orgânica em decomposição, como exemplo o lixo caseiro. É viscoso, escuro e tem um cheiro bem forte.
Em geral, o chorume é considerado um item prejudicial ao meio ambiente e ligado à poluição da água. Porém, essa substância pode ser positiva para o solo e para plantas em geral, desde que a sua origem não venha de processos químicos com materiais tóxicos.
O chorume tem potencial para ser usado em diversas situações e é fundamental realizar o manejo correto dessa substância, que apresenta riscos para as pessoas e para a natureza se não for corretamente utilizada ou descartada.
O que é chorume?
O chorume é uma substância resultante do processo de decomposição de lixo orgânico. Sua aparência é líquida ou viscosa, em tons escuros, com odor forte e desagradável. O chorume também é chamado de lixiviado ou líquido percolado.
A substância pode ser classificada como:
- Biochorume: resultado da decomposição natural de qualquer matéria orgânica, como restos de alimentos, cascas e outros componentes, também chamado de chorume orgânico ou biológico;
- Necrochorume: líquido gerado a partir da decomposição de corpos enterrados em covas de cemitérios.
Além disso, o chorume também pode se originar a partir da decomposição conjunta entre materiais orgânicos e itens não biodegradáveis, representando riscos para o meio ambiente e para a saúde humana.
Como o chorume se forma?
O chorume se forma a partir do processo de decomposição de matéria orgânica, ou seja, a partir de situações como a oxidação de materiais orgânicos, degradação causada por fungos e bactérias em contato com substâncias que causam a decomposição.
Esse processo gera substâncias como carbono, nitrogênio e gás metano. Entretanto, quando o lixo orgânico entra em contato com materiais não-orgânicos, pode produzir chorume com substâncias tóxicas e nocivas à saúde e ao meio ambiente.
Quando o chorume se forma a partir do lixo doméstico, no qual itens orgânicos como cascas de frutas, legumes, verduras e restos de alimentos jogados fora são misturados a itens não naturais (como sacolas plásticas, pilhas e restos eletrônicos, por exemplo), o lixiviado passa a contar com composições físico-químicas que levam materiais como cobre, mercúrio e chumbo.
O chorume tóxico é mais comum em áreas de descarte de lixo irregular e em aterros sanitários, onde os rejeitos orgânicos não são separados de itens como metais, plásticos, vidros ou eletrônicos. Tudo é depositado em um mesmo espaço e, com a decomposição de todo o lixo, produz-se um chorume cheio de substâncias tóxicas.
Para que serve o chorume?
Quando o chorume é gerado apenas a partir da decomposição da matéria orgânica, a substância pode atender diversas finalidades que não são nocivas para a natureza nem para a saúde dos seres humanos.
O chorume serve, por exemplo, para fertilização, já que o líquido percolado obtido com a degradação de materiais exclusivamente biológicos é rico em nutrientes, que são positivos para o plantio e rapidamente absorvidos pelo solo, como é o caso do nitrogênio.
O chorume biológico pode ser gerado a partir de composteiras alimentadas por itens orgânicos crus, como folhas, cascas e restos de frutas, especialmente as menos cítricas para que o chorume não seja ácido demais. A substância pode ser diluída em água e transformada em biofertilizante usado em vasos, hortas e jardins em geral. O chorume também pode ser usado como um pesticida natural para repelir pragas e insetos
No caso do chorume gerado pelo lixo doméstico, em locais de descarte inadequado ou em aterros sanitários, a substância precisa ser tratada para não causar contaminações na natureza ou problemas de saúde em seres vivos.
Quais os riscos do chorume?
O chorume pode ser uma substância tóxica que carrega componentes como mercúrio, cádmio, arsênio, cobalto e chumbo. Quando o líquido se mistura à água da chuva ou de margens de rios, pode penetrar pela terra e poluir o solo, tornando-o impróprio para o plantio e contaminando vegetais da área.
Esse chorume pode, ainda, contaminar lençóis freáticos, contaminando a água e trazendo riscos à população. Caso os compostos químicos tóxicos do chorume sejam consumidos pelo ser humano, pode causar problemas diversos em regiões como o sistema nervoso, respiratório e cardiovascular.
Por isso, é importante que o lixiviado seja tratado, já que traz uma série de riscos ao meio ambiente. O tratamento do chorume, geralmente, ocorre nos aterros sanitários, locais feitos com impermeabilização do solo para evitar a contaminação do solo pelo chorume.
O tratamento pode ocorrer em diferentes maneiras:
- Recirculação, quando o chorume é captado por drenos e redistribuído pela superfície do aterro, contribuindo para reduzir a toxicidade do material pela evaporação e pela ação de microorganismos;
- Tratamento biológico, com o armazenamento do chorume em tanques que recebem microrganismos que se alimentam dos componentes do líquido, eliminando as substâncias tóxicas pela oxigenação e pela geração de carbono;
- Tratamento bioquímico, no qual são criadas barreiras bioquímicas com plantas capazes de despoluir o chorume ao retirar, isolar e eliminar os metais da substância.
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