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Chuva de verão: por que o fenômeno é comum nesta estação do ano?

Doutor em meteorologia explica relação entre as chuvas e a estação mais quente do ano

15 fev 2024 - 05h00
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Resumo
As chuvas de verão são um fenômeno meteorológico comum em várias regiões do mundo, motivado pelo aumento da temperatura e da umidade nos meses mais quentes do ano, podendo ser influenciado por aspectos geográficos e mudanças climáticas.
Chuvas de verão têm sido frequentes na região de São Paulo neste início de ano
Chuvas de verão têm sido frequentes na região de São Paulo neste início de ano
Foto: BRUNO ESCOLASTICO/E.FOTOGRAFIA/ESTADÃO CONTEÚDO

As chuvas de verão são um fenômeno meteorológico comum em várias regiões do mundo, incluindo o Brasil, especialmente em áreas tropicais e subtropicais. Elas acontecem, principalmente, devido à combinação do calor do verão com o aumento da umidade do ar. As duas características acontecem, principalmente, em regiões próximas ao litoral, e as chuvas de verão são diretamente influenciadas pela geografia.

Micael Cecchini, professor do (Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo) IAG-USP e doutor em meteorologia, explica por que o fenômeno é mais comum durante os meses mais quentes do ano.

De acordo com Cecchini, as chuvas de verão são caracterizadas pela combinação de calor e umidade. Durante a estação, o sol está mais direto sobre a superfície terrestre, o que impulsiona a temperatura e promove a evaporação da água, aumentando a umidade na atmosfera. Esse aumento da umidade cria as condições necessárias para a formação de nuvens e, eventualmente, de chuva.

A umidade na atmosfera é fundamental para a ocorrência das chuvas de verão. À medida que o ar quente sobe na atmosfera, ele se resfria e forma nuvens de condensação, que posteriormente produzem chuva. Durante o verão, o ar quente é capaz de reter mais umidade do que durante os meses mais frios, criando um ambiente propício para a formação de tempestades e chuvas intensas, de acordo com o professor.

“É igual a uma panela, quando a gente esquenta a panela no fogão, ela esquenta a parte de baixo. Quando você começa a ver as bolhas subindo, a água está se transformando em vapor e estão subindo as bolhas. Então, é mais ou menos a mesma coisa que acontece na atmosfera. A gente aquece embaixo, aí as bolhas que se formam são parcelas de ar, basicamente bolhas de ar mesmo, só que elas estão mais quentes, então elas começam a subir. Elas são mais leves, e começa a formar a nuvem, e aí se forma chuva. Então, o próprio Sol estando mais intenso, gera mais evaporação para ter mais umidade no ar e também faz com que essa umidade suba. E aí causa a chuva”, explica.

Além do calor e da umidade, outros fatores podem influenciar a ocorrência das chuvas de verão. Por exemplo, a geografia de uma região desempenha um papel importante, afetando os padrões de vento e a disponibilidade de umidade.

Regiões próximas ao oceano ou a grandes massas de água tendem a ter mais umidade disponível para a formação de chuvas. Da mesma forma, a topografia, como montanhas ou vales, pode afetar o movimento do ar e a formação de nuvens.

Chuvas de verão acontecem pela combinação de altas temperaturas e umidade do ar
Chuvas de verão acontecem pela combinação de altas temperaturas e umidade do ar
Foto: RONALDO SILVA/ATO PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

"Por exemplo, no Sul, em média, todos os meses chove mais ou menos o mesmo tanto, independente se é verão, inverno, primavera ou outono. Chove mais ou menos cento e poucos milímetros por mês, porque lá eles estão mais sujeitos às frentes frias, que são grandes sistemas meteorológicos e eles passam por cima da região causando chuva", exemplifica o professor.

Cecchini também destaca que mudanças climáticas podem influenciar as chuvas de verão. Embora seja difícil prever os efeitos exatos das mudanças climáticas em cada região, é esperado que o aumento das temperaturas contribua para a intensificação dos extremos climáticos, incluindo chuvas mais intensas e secas prolongadas. Além disso, as mudanças climáticas podem alterar os padrões sazonais de chuva, afetando o momento e a duração das estações chuvosas.

A chuva de verão não é um fenômeno apenas brasileiro, mas é comum na maior parte dos países tropicais. "Tem muito efeito da latitude que a gente está, porque se a gente está na região mais equatorial, é muito quente e muito úmido o ano inteiro. Por exemplo, na Amazônia, a estação chuvosa e seca são em períodos um pouco diferentes, mas ainda pegam um pouco do verão. No outono chove mais. Em regiões que estão mais próximas dos trópicos, como São Paulo, por exemplo, elas têm um clima que no verão chove mais, e no inverno, não."

O meteorologista diz que as chuvas de verão são um fenômeno meteorológico comum, impulsionado pela combinação do calor e da umidade, em especial nos meses mais quentes do ano. Apesar da ocorrência ser influenciada por diversos fatores, como a geografia e as mudanças climáticas, essas chuvas são fundamentais para o ciclo hidrológico e o clima de regiões ao redor do mundo.

Fonte: Redação Terra
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