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Como alternativa a lixões, brasileiros criam 1º sistema de crédito de carbono de resíduos orgânicos

Alternativa reduz as emissões de metano com a transformação de resíduos em adubo; entenda

3 set 2024 - 05h00
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Pátio de compostagem parceiro da Carrot
Pátio de compostagem parceiro da Carrot
Foto: Divulgação/Pátio de Compostagem Tera Ambiental

Menos de 1% do lixo orgânico no Brasil é reciclado e, assim como em vários outros países, mesmo grandes geradores como restaurantes e supermercados, que são obrigados a destinar seus resíduos corretamente, veem grande parte desse lixo acabar em aterros sanitários ou lixões devido à falta de comprovação de reciclagem. Para enfrentar esse desafio, a startup Carrot, fundada na Suíça por dois brasileiros, desenvolveu uma tecnologia que reduz o envio desses resíduos para aterros, diminuindo as emissões de metano e criando um mercado de créditos de carbono que beneficia todos os envolvidos na cadeia.

Segundo o CEO da Carrot, Ian McKee, explica ao Terra que esses resíduos que acabam em aterros ou lixões geram metano --ainda mais potente que o CO2-- como gás de efeito estufa.

"Essa situação destrói todo o potencial da economia circular", explica McKee. A tecnologia desenvolvida pela startup busca resolver esse problema ao assegurar que os resíduos sejam devidamente reciclados e ao medir o impacto ambiental e social gerado por esse processo.

O sistema da Carrot funciona interligando todos os atores da cadeia de resíduos --desde geradores como restaurantes e supermercados até transportadores e recicladores-- para garantir que os resíduos sejam transformados em adubo e retornem como insumo para plantações ao invés de irem parar em aterros. 

Além disso, a empresa está prestes a lançar os primeiros créditos de carbono no mercado, que serão negociados em formato de NFTs (tokens não fungíveis) através de marketplaces. McKee ressalta o potencial desse mercado, que pode alcançar um valor entre US$ 500 bilhões (R$ 2,8 tri) e US$ 1 trilhão (R$ 5,6 tri) nos próximos 10 a 15 anos.

Atualmente, a startup já trabalha com oito pátios de compostagem, processando resíduos de cerca de 1880 empresas, incluindo hotéis, restaurantes e indústrias. O CEO destaca que "cada projeto de compostagem é mensurado contra cenários tradicionais de destinação de resíduos, e a compostagem gera muito menos metano do que lixões ou aterros".

Com relação a transparência e segurança na emissão de créditos de carbono, McKee afirma que a startup usa tecnologias como blockchain, machine learning e inteligência artificial, para garantir que os créditos sejam rastreados desde a origem até a sua utilização final, evitando problemas como a dupla contagem de registros. "Isso permite que órgãos governamentais ao redor do mundo façam a gestão de inventários de maneira eficiente e transparente", afirma McKee.

A Carrot está em fase de expansão, com negociações em andamento na Califórnia e com grandes empresas de tecnologia dos EUA. A empresa está focada em atrair parceiros que compartilhem seu compromisso com a a sustentabilidade. "Nosso foco tem sido nos resíduos orgânicos, pois é o mais difícil de resolver, mas ao mesmo tempo é o que mais gera valor para todos e destrava o caminho para uma economia circular sustentável e de baixo carbono", destaca McKee.

Fonte: Redação Terra
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