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Ecossistema marinho com recife de até 60 metros de altura é descoberto na costa do ES

"Colinas Coralinas" abrigam um ambiente exclusivo que não pode ser encontrado em nenhuma outra região do planeta

26 fev 2024 - 11h08
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Resumo
Pesquisadores da UFES descobriram um novo tipo de formação geológica, chamada Colinas Coralinas, que abriga uma diversa biodiversidade, incluindo peixes, tubarões e corais. A pesquisa foi realizada em colaboração com a USP e a Academia de Ciências da Califórnia e financiada pela Fundação Grupo Boticário e Vozes da Natureza.

Pesquisadores descobriram um novo tipo de formação geológica chamada "Colinas Coralinas", localizada na costa do Espírito Santo. Trata-se de um recife com aproximadamente 60 metros de altura, que abriga uma grande biodiversidade, incluindo peixes, tubarões ameaçados de extinção e corais.

ecossistema marinho com recife de até 60 metros de altura é descoberto na costa do ES
ecossistema marinho com recife de até 60 metros de altura é descoberto na costa do ES
Foto: Foto: Istock

Segundo os cientistas, esta área é única em todo o planeta Terra e apresenta grande diferença em relação aos recifes de corais existentes na costa brasileira. O local abriga uma formação incomum de colinas predominantemente compostas por algas coralináceas -- nome botânico de uma ordem de algas vermelhas pluricelulares da classe Florideophyceae, subfilo Rhodophytina. 

Hudson Pinheiro, pesquisador colaborador da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) e do Centro de Biologia Marinha da Universidade de São Paulo (USP), destacou a importância da descoberta, ressaltando que ainda há muito a ser explorado nos oceanos. "É uma descoberta muito importante porque mostra que ainda tem muita coisa para ser descoberta nos oceanos. A gente conhece ainda muito pouco do fundo do mar", disse ele.

Como explica  Pinheiro, a grande diversidade de fauna e flora presentes nas formações geológicas se deve ao fato de o local ser isolado geograficamente. "Apesar de existirem locais de pesca lá, o local ainda não é muito conhecido, poucos pescadores se aventuram a ir a essas distância."

Esse isolamento geográfico também possibilita que espécies ameaçadas de extinção em outras regiões possam se abrigar nas colinas, como os tubarões-lixa (Ginglymostoma cirratum), que são 14 vezes mais numerosos na região do que em outros locais da costa.

"O tubarão-lixa é uma espécie encontrada em ambientes mais rasos e de fácil captura. Ela é super pescada e, por isso, está ameaçada de extinção. Tem um crescimento lento, gera poucos filhotes e tem várias características que a fazem suscetível a esse status", afirma Pinheiro, que acrescenta os riscos da mineração na região. 

Por causa da sua composição de algas coralináceas, a região é muito visada para a extração desse material, que podem trazer danos irreversíveis. "Essa mineração destrói todo o fundo marinho. [Os mineradores] removem esse substrato, fazem um granulado desse material recifal junto com as algas, bancos de rodolitos e areia, que fica ali naquele entorno, e utilizam essa extração calcária para a fabricação de fertilizantes, destruindo e causando um dano permanente no ambiente de toda aquela biodiversidade", conta o pesquisador. 

A pesquisa é realizada pela UFES em colaboração com a USP e a Academia de Ciências da Califórnia. Ao todo, foram mais de dez anos de estudo, que também contaram com financiamento da Fundação Grupo Boticário e da ONG Vozes da Natureza. 

Fonte: Redação Terra
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