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El Niño: o que é o fenômeno e seus efeitos no Brasil

O fenômeno do El Niño traz vários impactos para a natureza, inclusive no Brasil, e pode ser ainda mais intenso com o aquecimento global

30 ago 2023 - 05h00
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El Niño provoca fortes secas nas regiões Nordeste e Norte do Brasil
El Niño provoca fortes secas nas regiões Nordeste e Norte do Brasil
Foto: terstill / iStock

O fenômeno El Niño é o causador de uma série de eventos climáticos extremos em todo o planeta, inclusive no Brasil. Diante do aquecimento global, a expectativa é que o El Niño seja ainda mais intenso com o passar dos anos.

Um dos seus efeitos no país é provocar fortes secas nas regiões Norte e Nordeste, já que o volume de chuvas tende a ficar abaixo da média nessas regiões. Ao mesmo tempo, as regiões Sul e Sudeste sofrem com chuvas e tempestades ainda mais intensas.

Além disso, o El Niño influencia o clima em outros locais, como nos Estados Unidos, na Europa e mesmo na Oceania. Fenômenos como secas, ondas de calor e chuvas fortes, por exemplo, estão relacionados ao clima mais quente deixado pelo El Niño.

O que significa o fenômeno do El Niño?

O fenômeno do El Niño é um evento do clima no qual há o aquecimento excessivo das águas do oceano Pacífico em sua área equatorial (perto da linha do Equador), entre o continente americano, a Ásia e a Oceania. Esse aquecimento acima do normal traz diversos impactos na temperatura da Terra e, também, nas chuvas em diferentes locais do globo.

É comum que a água nessa região do oceano tenha sua temperatura elevada entre 2º C a 3,5º C. Se, normalmente, as águas do Pacífico têm 23º C, durante o El Niño as águas podem esquentar para um nível entre 25º C até 26,5º C, aproximadamente.

O termo El Niño surgiu por causa do período em que esse fenômeno foi descoberto por pescadores da costa oeste sul americana. Como a primeira observação detectou o fenômeno em dezembro, próximo ao Natal, deu-se o nome espanhol de El Niño, em uma referência ao menino Jesus, que é celebrado na época.

Qual é a causa do fenômeno El Niño?

O El Niño é um fenômeno natural do Planeta Terra que acontece quando os ventos que sopram no Equador, de leste a oeste no planeta, são menos intensos do que de costume. Assim, a água do oceano Pacífico na altura da linha do Equador tende a ficar mais quente, o que também aumenta as temperaturas gerais das águas oceânicas.

O calor das águas mais quentes faz com que a evaporação da água seja maior e há formação de nuvens de chuva intensa. Além disso, outros locais ficam mais secos, já que o El Niño desregula a distribuição de correntes de vento que ajudam a distribuir as chuvas. Estima-se que, durante os anos em que o El Niño acontece, a temperatura da superfície da Terra fique pelo menos 0,1º C acima do normal.

Esse fenômeno é o oposto do comum, já que, nos anos em que o El Niño não acontece, ventos transportam águas do oceano Pacífico para a direção oeste. Esses ventos tornam o ar acima dessas águas mais leve e úmido e, quando ele atinge grandes altitudes, se condensa e forma nuvens e gotículas de águas que levam chuva para a Oceania.

Além disso, esse movimento de ventos eleva as águas mais frias do oceano Pacífico Equatorial para a superfície. Essa água, rica em nutrientes, atrai peixes para a costa do Peru, sendo importante para a cultura de pesca local.

Com o El Niño, a água fica mais quente e a evaporação faz com que as nuvens de chuvas surjam mais próximas da América do Sul. Esse desequilíbrio é o responsável por deixar o clima no Norte e Nordeste mais seco e no Sul e no Sudeste, mais úmidos.

Quando ocorre o El Niño e quais suas consequências?

Em geral, o El Niño ocorre ao final do ano, em dezembro, nas épocas mais propícias para seu aparecimento. Não é possível determinar em quais anos haverá El Niño e o seu início pode ser antes do final do ano, como no caso de 2023, em que o fenômeno começou a ser detectado entre julho e agosto.

De acordo com o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), as últimas vezes em que o El Niño ocorreu foram nos intervalos abaixo:

  • 2015 - 2016;
  • 2009 - 2010;
  • 2006 - 2007.
  • 2002 - 2003;
  • 1997 - 1998.

Para 2023, a ocorrência do El Niño começou em julho e deve ir pelo menos até dezembro do mesmo ano, com possibilidade de intensidade moderada a forte.

Economistas da Universidade de Dartmouth avaliam que o El Niño traga perdas econômicas de US$ 3 trilhões na economia mundial até 2029. Entre os diversos impactos do El Niño, estão:

  • Períodos de inverno menos frios, já que o El Niño deixa a atmosfera mais quente e impede a chegada de frentes frias da Antártica para a América do Sul;
  • Predomínio de tempo seco e quente nas regiões Norte e Nordeste, assim como em países da América Central, Colômbia e Bolívia;
  • Chuvas intensas, especialmente no verão, no Sul e Sudeste do Brasil, o que pode causar alagamentos e enchentes.

No setor elétrico, por exemplo, os períodos secos podem aumentar o consumo de energia para uso de ar condicionado e ventilador nas casas. Além disso, inundações e deslizamentos de terra causados pelas chuvas mais intensas danificam a estrutura do setor e atrapalham a transmissão de energia.

O setor de infraestrutura também é afetado, especialmente pela necessidade de paralisação de obras durante as chuvas. Outra área atingida pelos fenômenos do El Niño é a agricultura, já que as secas atrapalham a irrigação e as inundações e deslizamentos prejudicam plantações, resultando na perda de colheitas. Isso pode atrapalhar também a produção global de alimentos.

Qual é a diferença entre o fenômeno El Niño e La Niña?

Enquanto o El Niño é resultado do enfraquecimento de ventos que causa o aquecimento das águas e da atmosfera no Oceano Pacífico, o fenômeno La Niña ocorre quando os ventos sopram com mais intensidade, o que resfria do ar acima do oceano na mesma área.

A La Niña tende a provocar efeitos diferentes do seu “irmão” El Niño: temperaturas das águas mais frias do que a média; invernos mais rigorosos; chuvas mais intensas na região Norte e Nordeste; secas mais intensas nas regiões Sul e Sudeste.

Entre as semelhanças entre os dois fenômenos, estão:

  • Tanto o El Niño quanto a La Niña podem ocorrer entre abril e junho, com picos de intensidade entre outubro e fevereiro;
  • Além disso, sua duração é de, em geral, 9 meses a 1 ano, e a persistência dos eventos pode durar por até 2 anos;
  • Por fim, há intervalos na ocorrência desses eventos climáticos extremos entre 2 e 7 anos, chamados de períodos de zona neutra. 

Para determinar que algum dos dois eventos está ocorrendo, a temperatura no Oceano Pacífico deve registrar 5 ou 6 meses seguidos de alta (El Niño) ou de queda (La Niña).

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Fonte: Redação Terra
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