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Em parceria com ONGs, marca transforma sobras de tecido em matéria-prima de cangas

Ação envolveu sustentabilidade, reciclagem e o empoderamento de trabalhadoras em situação de vulnerabilidade

29 jan 2024 - 05h00
(atualizado às 11h15)
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Costureiras fizeram cangas que foram presenteadas a clientes
Costureiras fizeram cangas que foram presenteadas a clientes
Foto: Divulgação

Um projeto em parceria entre a Schutz Lifestyle, marca de vestuário e calçados da Arezzo&Co, e as ONGs Costurando Sonhos e OrientaVida, deu origem à criação de produtos sustentáveis. Cangas foram produzidas com uma matéria prima diferenciada: resíduos têxteis da fabricação de roupas e calçados.

O reaproveitamento de 100% dos resíduos deu origem a presentes para as clientes da marca no fim do ano de 2023, e a prática sustentável não é uma novidade para a empresa, que projeta ainda mais ações envolvendo produtos de reaproveitamento de materiais, prática conhecida na moda como upcycling.

O projeto teve início a partir do programa "Loja dos Sonhos", da Arezzo&Co, no qual produtos com pequenos defeitos são destinados a projetos sociais para reaproveitamento do material. A parceria com a Costurando Sonhos e OrientaVida foi estabelecida para criar produtos inovadores e sustentáveis, além de quebrar o paradigma de que produtos que são feitos por ONGs não podem ser objeto de desejo de moda.

As ONGs atendem principalmente mulheres em situação de extrema vulnerabilidade social, e oferecem capacitação para que elas trabalhem como costureiras. Elas passam a ser professoras dentro da própria organização, ou trabalham registradas em carteira de trabalho para prestar serviços à ONG, como costureiras, tendo a chance de trabalhar em casa.

"Conseguimos fechar um ciclo", diz fundadora da Costurando Sonhos:

As cangas foram desenvolvidas a partir de tecidos excedentes da marca Schutz Lifestyle, visando a economia circular e o reaproveitamento de materiais. As cangas foram distribuídas como brindes às clientes, promovendo a sustentabilidade e o aspecto social do projeto.

“Como a gente tem já essa prática de trabalhar com produtos com pequenos defeitos e devoluções, a gente tem uma marca de produtos têxteis, que é a Schutz Lifestyle – uma marca nova, que vem com essa proposta de full look, do calçado à roupa –, e algumas coleções antigas tiveram uma sobra. A gente tinha um estoque de tecidos antigos, já parados há bastante tempo, e a gente pensou no projeto para desenvolver as práticas ambientais e também sociais”, explica Suelen Joner, head de ESG da Arezzo&Co.

Os resíduos de tecidos foram entregues às ONGs OrientaVida e Costurando Sonhos para que as costureiras atendidas pelas organizações pudessem costurar as cangas. Os produtos passaram por testes e pelo controle de qualidade até que chegaram para as clientes, que receberam as cangas como presentes no fim de 2023.

Hoje, o projeto está finalizado, mas segundo Suelen, nada impede futuras ações com produtos de origem sustentável com total reaproveitamento de resíduos, em parceria com as ONGs. A head de ESG da empresa confia que, futuramente, as marcas possam até mesmo comercializar os produtos de materiais reciclados produzidos pelas mulheres que são atendidas pelas organizações não-governamentais.

Objetivo da parceria foi promover a sustentabilidade
Objetivo da parceria foi promover a sustentabilidade
Foto: Divulgação

“Nessa parceria, tanto a OrientaVida, como a Costurando Sonhos, foram remuneradas por esse projeto, por esse trabalho, e a gente está pensando em como manter um projeto ativo, porque a gente sempre vai ter sobras de tecido. A própria produção sempre acaba gerando uma sobra, seja de tecido ou pequenas sobras de materiais”, diz Suelen. Como as sobras não são suficientes para criar uma nova coleção, por exemplo, é possível pensar em alternativas para fazer o upcycling do material.

“Podem ser reaproveitados para outras frentes, como presentes de brinde, saquinhos para guardar os calçados, sacolas e ecobags. São muitas possibilidades”, completa.

Em relação aos projetos futuros, a Schutz Lifestyle planeja continuar a parceria e explorar alternativas além das cangas, buscando maneiras de integrar a sustentabilidade em seus produtos de forma contínua.

Pilares de ESG

Segundo Suelen, a empresa possui uma estratégia robusta de sustentabilidade dividida em quatro pilares: produção sustentável, meio ambiente saudável, pessoas empoderadas e comunicação transparente.

A Arezzo&Co trabalha com a rastreabilidade de couro, utiliza materiais de menor impacto, promove a produção local e possui iniciativas de combate à mudança climática. Além disso, o empoderamento de minorias também é promovido dentro das empresas.

Sustentabilidade e inclusão no mercado de trabalho

As ONGs Costurando Sonhos Brasil e OrientaVida, estão comprometidas com a sustentabilidade e com a inserção no mercado de trabalho de mulheres em situação de vulnerabilidade social extrema. Elas capacitam essas mulheres, proporcionando autonomia financeira e a chance de exercerem a profissão em casa, no caso das mulheres que também precisam cuidar da família.

"A parceria com a Schutz foi transformadora para o Costurando Sonhos Brasil. Ao reutilizarmos os resíduos têxteis da Schutz em cangas de praia, geramos trabalho e renda para nossas costureiras, cumprindo nosso propósito de capacitar mulheres e impulsionar o empoderamento feminino. Essa colaboração promove ainda a economia circular e reafirma nosso compromisso ambiental, ao adotar o conceito upcycling na produção das peças," declara Suéli Feio, cofundadora da ONG Costurando Sonhos Brasil.

Ana Eliza Angelieri é porta-voz da ONG OrientaVida. Sobre o projeto, ela conta que ele é fruto de uma parceria de cerca de 10 anos com a Arezzo&Co e suas marcas. As mulheres atendidas pela organização recebem o trabalho e entregam as peças confeccionadas, sendo remuneradas por isso, mesmo aquelas que ainda estão em fase de capacitação.

ONGs Costurando Sonhos (foto) e OrientaVida participaram de produção de cangas feitas com resíduos têxteis da marca Schutz Lifestyle
ONGs Costurando Sonhos (foto) e OrientaVida participaram de produção de cangas feitas com resíduos têxteis da marca Schutz Lifestyle
Foto: Divulgação

“Quando a gente foi convidado para participar desse projeto junto à Schutz, para nós foi um enorme prazer, porque a gente já tem um vínculo enorme com a Arezzo&Co. Os nossos valores são muito similares, a gente compartilha do mesmo sonho grande, que é combater a desigualdade, promover a ascensão social, extinção da fome, entre outros. A gente topou de imediato, eles mandaram o material para nossa sede, em uma comunidade no interior de São Paulo, em Potim. Mandaram para a gente todo o tecido necessário para a produção das cangas, que nós nos comprometemos a entregar, tendo um prazo determinado”, explica Ana.

“[O material] entrou dentro da nossa planta, vai primeiro para uma área de corte e depois a gente distribuiu para essa rede de mulheres que nós temos já capacitadas em costura, para que elas pudessem ser engajadas em trabalho, remuneração digna, crescimento econômico, entre outros pilares importantes para nós. A gente produziu mais de 2 mil cangas na nossa entidade, num prazo super pequeno, acho que foram 10, 12 dias, mais ou menos, e dentro de uma amostra pré-aprovada pelo grupo Arezzo, pela Schutz, a gente devolveu a produção e ela pôde fazer parte de uma ação de final de ano da marca”, diz sobre o processo de criação das peças.

Objetos de desejo

Para a porta-voz da OrientaVida, é importante que marcas olhem para as ONGs como parcerias estratégicas, quebrando um preconceito de que o produto não poderia ter valor agregado.

“A gente vem para o mercado para mostrar que pode entregar um produto de altíssima qualidade, que desperte o desejo, que tem design, que agregue valor para os clientes da Schutz e, principalmente, um produto carregado de propósito. Seja propósito ambiental, porque a gente minimiza resíduos que seriam destinados para o meio ambiente não compostáveis, a gente aumenta a vida útil desse produto, minimiza de forma gigantesca o consumo do impacto hídrico da moda, a gente diminui a emissão de CO2, estimula a economia circular, a economia criativa, estimula a equidade de gênero, estimula o trabalho sustentável e crescimento econômico, entre outros pilares”, ressalta.

A responsabilidade ambiental e a responsabilidade social, além da transparência do processo andam lado a lado em projetos como este, na visão de Ana Eliza, e são fundamentais para uma mudança de comportamento de consumo da moda e do que é considerado objeto de desejo.

Entre os pilares seguidos pela OrientaVida, ela destaca: “Que a nossa cadeia de suprimentos fosse limpa, que nossos produtos, nossa matéria prima viesse através de uma rastreabilidade profunda, viesse através de um ecossistema de reciclagem ou de produtos que sejam regenerativos. A gente não quer que nosso ecossistema gere impacto no meio ambiente e nem resíduo ambiental”, tudo isso atrelado à confecção de bons produtos, que são interessantes para o mercado.

Agora, novos produtos feitos pelas ONGs devem entrar nas prateleiras das lojas, possivelmente para venda. “A gente vem fazendo alguns testes, algumas amostras para que a gente possa dar continuidade a esse projeto com certeza”, diz Suelen.

Fonte: Redação Terra
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