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Descarbonização da Indústria: A Economia do Amanhã

Provavelmente você já ouviu falar em aquecimento global e mudanças climáticas, mas você sabe o que isso significa?

30 set 2022 - 10h58
(atualizado às 14h01)
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Para te explicar melhor esses conceitos é interessante pontuar qual a diferença entre Tempo e Clima. Basicamente, chamamos de tempo meteorológico condições atmosféricas momentâneas como por exemplo um dia nublado, chuvoso ou ensolarado. Já o Clima representa o padrão médio dessas condições instantâneas em um determinado período de tempo para uma determinada região (usualmente um período de 30 anos), como por exemplo o período úmido ocorrer principalmente durante o verão no Sudeste do país. 

Agora que ficou mais claro o que é o Clima, fica fácil entender o que são mudanças climáticas, não é?

Essencialmente definimos mudanças climáticas como mudanças nos padrões de tempo que persistem por décadas ou mais. Você pode estar se perguntando agora: Mas o que isso tem a ver comigo? E a resposta é: Tudo! As mudanças climáticas afetam diversas atividades tais como geração de energia elétrica, agricultura, pecuária, comércio, aviação, transportes, entre outras. 

Esta temática tem recebido destaque nas últimas décadas, e muitos estudos apontam para influência humana nesse processo, isto porque muitas das nossas ações liberam gases do efeito estufa (GEEs) na atmosfera, que resultam em uma elevação ainda maior da temperatura do planeta, originando o termo que conhecemos como aquecimento global. 

Quais os impactos do aquecimento global?

Essa elevação na temperatura gera uma série de consequências tanto na frequência de ocorrência, quanto na intensidade de diversos fenômenos climáticos, como por exemplo, as inundações que atingiram a Alemanha, França e outros países europeus em julho de 2021, onde 240 pessoas vieram a óbito e, ainda segundo a BBC, os danos estimados foram de US$ 43 bilhões.

Diante desse cenário preocupante, cientistas, tomadores de decisão e organizações ao redor do mundo, tais como o Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC) da ONU, tem dedicado seus esforços para entender mais profundamente quais os possíveis impactos das mudanças climáticas e o que podemos fazer para mitigar esses efeitos com o objetivo de preservar a vida como conhecemos. 

Uma das principais medidas imediatas para atenuar os impactos das mudanças climáticas é reduzir a emissão de GEEs na atmosfera, em especial o CO2, que é um dos principais causadores do efeito.

Desde a revolução industrial, os níveis de concentração deste gás têm aumentado consideravelmente chegando a atingir  a marca de 417,19 ppm em Agosto de 2022 de acordo com as informações da National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA). 

Nesse contexto, a pauta de descarbonização surge como um caminho alternativo e eficiente para solução dessa problemática. Vale ressaltar que medidas que visam lançar uma menor quantidade de poluentes na atmosfera podem ser adotadas por todos, mas aqui resolvemos trazer um olhar especial para as indústrias. 

Mas porquê as indústrias deveriam adotar a descarbonização e como viabilizar este processo? 

Segundo o Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (SEEG), a indústria brasileira chegou a emitir um total de 99.964.388 toneladas de CO2 em 2020, portanto a descarbonização deste setor teria um grande impacto no total de emissões, fazendo dela uma forte aliada na mitigação dos efeitos das mudanças climáticas.

Um dos principais pilares para se atingir a meta de descarbonização, é a transição energética que, em poucas palavras, consiste em adotar fontes renováveis e limpas para geração de energia. Ao adotar uma fonte renovável, a empresa está garantindo a sua resiliência energética, evitando oscilações de disponibilidade e preço da produção tradicional, garantindo redução de custos, uma vez que a longo prazo as energias renováveis são mais baratas. De acordo com o boletim Anual 2021 da ABEEÓLICA, o total de emissões evitadas em 2021 foi de 34,4 milhões de toneladas de CO2, o equivalente à emissão anual de cerca de 34 milhões de automóveis de passeio. Os benefícios não param por aí, ao adotar práticas como esta, seu negócio estará alinhado aos preceitos do Acordo de Paris e também aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), o que tem sido destaque e diferencial na escolha de muitos consumidores. 

Como funciona o processo de descarbonização e quais seus benefícios?

A descarbonização busca a redução das emissões de carbono, com o objetivo de alcançar uma economia global com emissões reduzidas para conseguir a neutralidade climática. O processo eficiente de descarbonização é aquele que atinge a neutralidade em carbono com o menor investimento possível, priorizando o uso de fontes limpas.

Um dos processos relacionados com a descarbonização, é a compensação ou compra de crédito de carbono, sendo uma das portas de entrada para a construção de uma sociedade que integre a modernidade com o equilíbrio natural, contribuindo com a manutenção da biodiversidade, preservação da qualidade dos solos, garantia de disponibilidade e qualidade hídrica, desenvolvimento das comunidades tradicionais entre outros.

Além disso, com a descarbonização, espera-se uma redução na escala da temperatura, revitalizando zonas degradadas pelo clima e melhorando a qualidade do ar para a população que vive nas adjacências dos grandes centros industriais, contribuindo com a sociedade e o meio ambiente.

Do ponto de vista industrial, as boas ações socioambientais agregam valor ao negócio, melhora a imagem da empresa no mercado e trazem maior lucratividade no longo prazo uma vez que ações governamentais ao redor do mundo estão sendo feitas para beneficiar financeiramente empresas aliadas ao desenvolvimento sustentável, a partir de incentivos fiscais e isenção de impostos. Consequentemente, contribui para o desenvolvimento econômico de setores sustentáveis da economia. 

Descarbonização e ESG

Em vista destes benefícios, muitas empresas estão seguindo o conceito de Environmental (Ambiental), Social e Governance (Governança) (ESG) da empresa, que normalmente pode ser utilizado para medir as práticas de cada tema dentro da empresa. Desta forma, este conceito tem como objetivo mapear todo impacto ambiental relacionada às operações da empresa, como por exemplo entender e monitorar as emissões de gases poluentes em vista de diminuir este impacto. Já a temática social se relaciona a responsabilidade social e dos direitos humanos da empresa, onde são realizados projetos que agreguem valor para a comunidade e sociedade como um todo, além de garantir aos colaboradores seus direitos humanos, leis trabalhistas, entre outros. Em termos de governança, o mesmo garante ações e esforços anticorrupção, conduta corporativa e está diretamente relacionado com os outros dois temas. Além disso, um terceiro tema tem se somado ao conceito ESG, que é o Financial, ou Financeiro (ESG+F), sendo justamente para trazer o equilíbrio entre os compromissos sociais, ambientais e de governança com a lucratividade da empresa.

Um exemplo de empresa que monitora seus indicadores ESG+F é a Neoenergia, onde dentro do seu relatório de sustentabilidade é possível observar os mesmos. A Neoenergia traçou diversas metas, como por exemplo ter a intensidade de suas emissões abaixo de 50 gramas de CO2 por kWh gerado, visando alcançar a neutralidade em carbono até 2050. Ainda, também tem como meta alcançar 35% de mulheres em postos de liderança e também 70% dos grandes fornecedores classificados como sustentáveis até 2022 e 100% até 2030. Além da Neoenergia, existem diversas ações que estão movimentando o setor privado para serem cada vez mais sustentáveis, como por exemplo o Pacto Global da ONU, o TCFD (Task Force on Climated-Related Financial Disclosures) e também a Conferência das Partes que acontece anualmente para discutir as ações sustentáveis que os países estão realizando.

Agenda 2030 e COP27

É esperado que essa temática ganhe cada vez mais destaque no cenário nacional e internacional. Em Novembro de 2022 ocorrerá a COP27 no Egito, onde serão realizadas várias discussões acerca das mudanças climáticas, com foco nos seus impactos econômicos e sociais. Cada dia terá uma pauta específica sendo a data de 11/11 reservada apenas para o tópico de descarbonização. É previsto que sejam debatidas ações a serem tomadas pelos países participantes e lideranças corporativas, visando atingir os objetivos da Agenda 2030 que foi aprovada em 2015 pelos 193 países-membros das Nações Unidas. 

A expectativa é que as ideias discutidas sejam transformadas em medidas práticas que levem os colaboradores participantes a ação necessária para transformar o futuro da humanidade. Já existem muitos caminhos a serem trilhados e as corporações pioneiras na temática certamente garantirão mais segurança, vantagem econômica, e ainda estarão contribuindo para a saúde de nosso planeta.

Você tem interesse nesse tipo de conteúdo e quer saber mais? A Climatempo iniciou uma comunidade de discussões sobre mudanças climáticas e sustentabilidade. É uma comunidade totalmente interativa com intenção de criarmos discussões relevantes e fazer networking. Quer fazer parte desta comunidade e receber nossa newsletter por e-mail e fazer parte do nosso grupo no Whatsapp?  e se inscreva! 

REFERÊNCIAS:

CAVALCANTI, I. et al. Tempo e clima no Brasil. São Paulo: Oficina de Textos, 2009.

MUDANÇAS Climáticas. WWF, 2022. Disponível em: <https://www.wwf.org.br/natureza_brasileira/reducao_de_impactos2/clima/mudancas_climaticas2/ >. Acesso em: 12 de set. de 2022.

MCGRATH, Matt. Mudanças climáticas: os eventos extremos que provocaram mortes, deslocamentos e prejuízos bilionários em 2021. BBC, 2021. 

Disponível em: <https://www.bbc.com/portuguese/geral-59801391>. Acesso em: 12 de set. de 2022.

EMISSÕES por setor. SEEG, 2022. Disponível em: <https://plataforma.seeg.eco.br/sectors/processos-industriais>. Acesso em: 15 de set. de 2022.

TRENDS in Atmospheric Carbon Dioxide. Global Monitoring Laboratory (NOAA), 2022. Disponível em: <https://gml.noaa.gov/ccgg/trends/>. Acesso em: 16 de set. de 2022.

AUTORES:

Demmily Fernandes - Graduanda em Meteorologia pela UFCG

Lara Marques 

Rafael Benassi

Luciano Ritter

Pedro Regoto

Vitor Hassan

Climatempo
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