Tudo sobre ESG: o que é, significado da sigla, seus pilares, aplicação nas empresas e mais

A sigla ESG (Environmental, social, governance, ou meio ambiente, impacto social e governança em tradução livre para o português), veio para ficar e está presente em todo o mundo, afetando empresas, mercados, economias e setores como o financeiro.

• Leia também: Princípios ESG estão cada vez mais presentes nos negócios

Nas últimas décadas, a agenda ESG deixou de ser apenas uma tendência global e passou a figurar de maneira constante nas estratégias e ações de corporações no Brasil e no mundo. O objetivo é repensar e mudar determinadas práticas empresariais em prol da sustentabilidade ambiental, da responsabilidade social e da transparência e governança corporativa.

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Os pilares de ações alinhadas à agenda ESG visam enfrentar desafios variados, como o aquecimento global, a desigualdade social, a corrupção e centenas de outros presentes no mundo. Ao mesmo tempo, o conceito traz vantagens para as empresas e, cada vez mais, o conceito está presente em diferentes áreas, sendo uma delas o mercado financeiro.

O que é ESG?

ESG é uma sigla para os termos em inglês Environmental, Social e Governance. Em tradução livre, cada palavra tem relação, respectivamente, como o meio ambiente, o impacto social e a governança. O objetivo é representar ações que uma empresa pode adotar em cada uma dessas áreas.

Acredita-se que o termo foi usado pela primeira vez no começo dos anos 2000. O relatório “Who Care Wins”, publicado pela ONU (Organização das Nações Unidas) em 2004, traz não apenas a sigla, mas também várias recomendações para que as corporações possam agir pela conservação do meio ambiente, pela promoção da responsabilidade social e pela transparência e governança corporativa em suas atividades empresariais.

A ideia do conceito ESG é integrar a sustentabilidade financeira, geração de valor e de lucros das empresas com boas práticas ambientais, sociais e de governança. Dessa maneira, as empresas podem executar suas atividades e obter resultados financeiros, ao mesmo tempo, em que deixam um impacto mais positivo para o planeta e para a sociedade.

O que é agenda ESG?

A agenda ESG diz respeito ao compromisso relacionado aos pilares do ESG e, também, tem a ver com o debate público e a cobrança cada vez maior para que empresas estejam alinhadas a boas práticas ambientais, sociais e de governança.

Dessa maneira, a agenda ESG forma as ações e objetivos que o setor empresarial e as empresas, de maneira conjunta e separada, precisam adotar em suas atividades para respeitar os conceitos de cada componente dessa agenda. Afinal, ela está presente em diferentes áreas de um negócio.

Quais são os 3 pilares do ESG?

Os pilares do ESG são 3, um para cada aspecto dessa agenda. Em muitos casos, os pilares podem coexistir, ou seja, as ações de uma empresa podem pertencer, ao mesmo tempo, a dois ou aos três pilares.

Saiba mais sobre cada um deles.

Environmental (Meio ambiente)

O pilar de meio ambiente da sigla ESG faz referência a ações que visem a preservação da natureza, a sustentabilidade ambiental e a redução do impacto das atividades empresariais no planeta. 

Entre algumas ações possíveis em prol do meio ambiente que as empresas podem adotar, estão:

• Descarte adequado de lixo e um bom sistema de gestão de resíduos, que evite contaminações ou a poluição do solo, da água e do solo;
• Utilização maior de energia renováveis, como energia solar e eólica, no lugar do uso de energias provenientes de combustíveis fósseis, como carvão ou gasolina;
• Redução, reutilização e reciclagem de itens utilizados na empresa, para evitar o excesso de lixo e, também, o uso descontrolado de matérias-primas (que também traz impactos ambientais);
• Posicionamento claro em prol da proteção do meio ambiente e apoio a iniciativas que promovam a preservação da natureza.

Social

O aspecto social da agenda ESG está relacionado a ações que promovam a responsabilidade social, bem como o bem-estar social das próprias pessoas que fazem parte de uma empresa.

É possível listar atividades como:

• Respeito às leis trabalhistas e garantia de direitos dos funcionários, para evitar a precarização de mão de obra;
• Criação de políticas que promovam o bem-estar e a segurança das pessoas no ambiente de trabalho, bem como ações afirmativas para aumentar a diversidade por meio da contratação e manutenção de pessoas de grupos minorizados no ambiente profissional;
• Ações voltadas ao bem-estar da comunidade próxima da empresa, como famílias de funcionários ou mesmo moradores do entorno de uma companhia;
• Parcerias com ONGs e organizações do terceiro setor, que também podem contribuir para a responsabilidade social de uma empresa.

Governance (governança)

A governança é o último item da sigla ESG e está relacionada aos princípios, mecanismos e ações que uma empresa possui para garantir boas práticas de gestão e, principalmente, a transparência de suas atividades.

Entre ações de governança, é possível citar:

• Elaboração de auditorias e fiscalizações nas áreas contábil e financeira;
• Divulgação de relatórios que reflitam a realidade da empresa;
• Transparência em questões como promoções de funcionários e remuneração de acionistas;
• Respeito às leis fiscais e de controle criadas pelas entidades públicas competentes.

Quais são as vantagens do ESG para as empresas?

Existem uma série de vantagens para as empresas que adotam boas práticas relacionadas à agenda ESG. Entre as principais, estão:

• Melhora na imagem da marca: a reputação da empresa se torna positiva perante outras empresas e também a sociedade, ao mostrar que suas atividades não trazem prejuízos para o planeta;
• Fidelização de clientes: o público tende a se relacionar de maneira mais duradoura com a empresa, especialmente quando a companhia representa valores que seus clientes também possuem;
• Redução de custos: ao fazer uma boa gestão do aspecto ambiental, a empresa diminui desperdícios e custos relacionados a insumos ou ao descarte de resíduos, o que contribui também para a saúde financeira do negócio;
• Redução de riscos jurídicos: boas práticas de ESG reduzem o risco de multas ou penalizações por não cumprimento da legislação, principalmente na área financeira e de governança;
• Atração e retenção de talentos: mais pessoas poderão se interessar pelo trabalho da empresa, o que ajuda a atrair bons profissionais do mercado para o quadro de funcionários. Além disso, a equipe tende a se sentir mais motivada ao trabalhar em uma empresa que respeita preceitos ambientais, sociais e de governança;
• Atração de investimentos: cada vez mais, grandes empresas investidoras procuram por companhias alinhadas às diretrizes da agenda ESG para injetar recursos, o que pode trazer investimentos importantes para o negócio;
• Maior valor de mercado: com mais investimentos, o valor de mercado de uma empresa tende a aumentar, assim como o seu crescimento e sustentabilidade financeira.

Como o ESG funciona nas empresas?

Empresas de diferentes tamanhos podem adotar boas ações que respeitem a agenda ESG. Por isso, mesmo pequenas ou médias empresas podem repensar suas práticas e atuar de forma mais alinhada ao respeito ao meio ambiente, à responsabilidade social e à governança.

Um dos exemplos é a adoção de um programa de gestão de resíduos e de conscientização dos colaboradores para a preservação ambiental. Fazer parcerias com cooperativas de reciclagem ou estimular a redução de papéis e descartáveis pode trazer impactos positivos importantes que ajudam a reduzir o impacto ambiental da empresa.

Outra medida, alinhada à parte social da sigla ESG, é a adoção de medidas que contribuam para o bem-estar das pessoas na empresa. Uma delas é a realização de treinamentos de segurança, uso de equipamentos de proteção individual ou respeito às normas regulamentadoras (NRs), que previnem acidentes de trabalho.

No que diz respeito à governança, a criação de diretrizes para o relacionamento com outras empresas ou órgãos do governo também contribuem para a transparência. É possível, por exemplo, criar políticas que impeçam o recebimento de vantagens indevidas no fechamento de contratos de prestação de serviço, mantendo o relacionamento institucional da empresa com outras corporações.

Qual a relação entre ESG e investimentos?

Desde meados dos anos 2000, o mercado financeiro também viu uma oportunidade de ganhos com a agenda ESG. Por isso, alguns índices do mercado e também fundos ESG foram criados para abrigar ações de empresas que estão alinhadas às boas práticas ambientais, sociais e de governança.

Índices como o ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial), o ICO2( Índice Carbono Eficiente) e o IGC (Índice de Ações com Governança Corporativa Diferenciada) foram criados para que investidores pudessem adquirir ações ou realizar investimentos  em um grupo de empresas que, reconhecidamente, possui ações em prol da agenda ESG.

As empresas que têm diretrizes ESG possuem, na visão do mercado financeiro, bons potenciais de ganhos e de crescimento financeiro. Por isso, elas podem ser agrupadas em fundos específicos ou índices que facilitam a atração de recursos para essas companhias.

Ao mesmo tempo, a destinação de investimentos para empresas que respeitam as práticas ESG também tem potencial para aumentar o impacto positivo dessas companhias na sociedade, o que contribui para a preservação do meio ambiente, a redução da desigualdade social e a transparência corporativa.

Existem cursos para a área de ESG?

Com o tempo, foram criados uma série de cursos livres ou mesmo especializações que estão relacionadas à agenda ESG. 

Instituições como a FGV (Fundação Getúlio Vargas), no Brasil, e a Royal Holloway University of London, no Reino Unido, oferecem cursos de pós-graduação ou MBA especificamente voltadas à área ESG. Além disso, é possível realizar formações gratuitas de maneira online em organizações como o Instituto Brasileiro de Sustentabilidade (INBS). 

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