Galo que 'prevê' o tempo: saiba como funciona o objeto 'meteorológico' do lar dos brasileiros
Peça decorativa utiliza reações químicas para apontar variações de clima, como temperatura e possibilidade de chuva
Entre pinguins sobre a geladeira, jarras no formato de abacaxi e copos americanos, existem objetos que caracterizam o lar dos brasileiros, mas um deles se destaca por uma funcionalidade inusitada. Quem nunca se deparou, na casa de uma avó ou uma tia, com um galo que muda de cor de acordo com o clima?
Popular em Portugal, o item foi criado em 1960 por José Dias Cardoso a partir do Galo de Barcelos, símbolo do país. Desde então, o bibelô caiu na graça dos brasileiros e, segundo os mais velhos, indica se o dia será de sol ou chuva, calor ou frio.
Mas você sabe como funciona o galo que prevê o tempo? Crendices à parte, o item decorativo se utiliza de reações químicas que podem indicar as variações de clima do momento. Tudo isso a partir de uma solução aquosa de cloreto de cobalto hexahidratado, um tipo de sal, que cobre o 'corpo' do galo. Na prática, é mais simples do que parece.
Segundo a química Jennifer Vargas Fogaça, o equilíbrio dessa combinação pode ser alterado a partir das condições meteorológicas e existem dois fatores que podem desencadear as reações químicas: o grau de umidade do ar e as variações de temperatura.
Quando o tempo está seco, o sal perde suas moléculas de hidratação e fica azul, indicando a baixa umidade e poucas chances de chuva. Por outro lado, quando há umidade na atmosfera e o sal fica hidratado, ele se torna rosa, indicando possibilidade de chuva.
Assim, o galo que prevê o tempo também é capaz de indicar se o dia será de frio ou calor. Em dias quentes, o equilíbrio tende à reação que absorve calor e o objeto, então, fica azul. Já em baixas temperaturas, a reação libera calor, assim, o galo fica rosa, explica Jennifer ao Brasil Escola.
Atualmente, existem equipamentos e medidores mais eficientes para a apuração das condições climáticas. Ainda assim, o galo que prevê o tempo faz parte da cultura do lar brasileiro e, de forma lúdica, certamente já ajudou muitas famílias a saber se 'vai dar praia' ou não.