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Herbívoro, solitário e citado de maneira pejorativa: conheça o maior mamífero terrestre da América do Sul

Anta brasileira aparece como “vulnerável de extinção” na Lista Vermelha da IUCN

3 jan 2025 - 04h59
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Anta-brasileira é o maior mamífero terrestre da América do Sul
Anta-brasileira é o maior mamífero terrestre da América do Sul
Foto: Getty Images/Westend61

O maior mamífero terrestre da América do Sul ainda desperta curiosidade ao redor. Do comportamento solitário ao injusto uso de seu nome de maneira pejorativa, a anta-brasileira carrega algumas particularidades em meio ao seu peso de 180 a 300 quilos e medidas de 1,10 a 2 metros.

Mesmo com todo esse tamanho, a espécie não escapa da definição como “vulnerável de extinção” na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN). Apesar de ter a onça como seu grande predador, o animal convive com outras preocupações. 

Em conversa com o Terra, Patrícia Medici, coordenadora da Iniciativa Nacional para a Conservação da Anta Brasileira, explicou que o contexto da espécie varia a depender do ambiente em que está inserida na natureza. 

Os perigos, entretanto, são quase sempre os mesmos e, na maioria das vezes, causados pela ação humana, seja diretamente com a caça esportiva e de subsistência ou como consequência de outras atividades do homem.

“As principais ameaças hoje são atropelamentos em rodovias, incêndios de grandes proporções, o desmatamento e a fragmentação do habitat. A contaminação por agrotóxicos é um fator que detectamos aqui no Mato Grosso do Sul”, diz a pesquisadora.

Junto a essas ameaças, o ciclo reprodutivo de cerca de 13 meses dificulta sua sobrevivência. Além da gestação demorada, a fêmea gera apenas um filhote por vez, que pode ou não sobreviver.

De acordo com o IUCN, a anta está presente na Argentina, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana Francesa, Guiana, Paraguai, Suriname e Venezuela, além do Brasil, na América do Sul. No Brasil, sua presença ocorre na Amazônia, Pantanal, Cerrado e Mata Atlântica.

Em todos esses biomas uma possível extinção da espécie pode causar grande impacto no ecossistema. Os pesquisadores, inclusive, a apelidaram de “jardineira das florestas”, tamanha a importância.

“Ela é herbívora, ela come muitos frutos e ela dispersa as sementes desses frutos através das suas fezes. São animais que têm áreas de vida bem grandes, se deslocam por grandes distâncias e nesses grandes deslocamentos vão defecando e dispersando as sementes que consumiram pelo caminho. Então, elas criam biodiversidade e mantêm a biodiversidade e influenciam grandemente a composição do habitat”, explica Medici.

Com o trabalho silencioso feito pela anta, o futuro pode ter uma floresta degradada e sem a devida manutenção das espécies vegetais, em caso de ausência da espécie, segundo a coordenadora do INCAB-IPÊ.

Mas, afinal, por que a anta é usada de maneira pejorativa? 

Não existe uma resposta exata para o questionamento. Quando uma pessoa chama a outra de ‘anta’, na maioria das vezes ela quer definir o ouvinte como alguém estúpido ou desprovido de inteligência.

Apesar do imaginário popular, o uso da palavra está longe de retratar a realidade da espécie. Segundo o INCAB-IPÊ, estudos sobre a quantidade de neurônios no cérebro reforçaram que a anta é um animal inteligente.

Com essa controvérsia, as teorias para a origem da palavra como ofensa variam. Em uma delas, acredita-se que colonizadores não conseguiram domesticar as antas e, devido às fugas com certa truculência do animal, a definiram como “burras”.

Outra linha de pensamento vai para o lado contrário. Por ser bastante dócil, algumas pessoas acreditam que a anta é uma espécie “lesada”, conforme explicou Medici, que tem uma teoria preferida.

“Mas se eu tivesse que apostar minhas fichas, eu colocaria nessa coisa dos colonizadores não terem conseguido habituar esse bicho para serviços e que aí então deve ter ficado essa fama de animal burro. Essa é a minha grande aposta”, destaca.

Como é o comportamento da anta? 

Uma das principais características da anta é seu lado solitário e noturno. Medici explica que, normalmente, o animal só é visto acompanhado em caso de machos e fêmeas em épocas de reprodução.

Outro ponto a ser citado é que, apesar de ser mais frequente em florestas, a espécie também vive em áreas abertas no cerrado, e alagadas e brejos no pantanal. Mesmo sendo um animal terrestre, a anta tem uma boa relação com a água, utilizando-a até mesmo para copular.

A alimentação representa outra característica marcante da anta, um animal herbívoro. Cerca de 60% de sua dieta é baseada em frutos silvestres, principalmente de palmeiras.

Fonte: Redação Terra
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