'Já passei por tanta coisa, não é afogada que vou morrer', diz sobrevivente de enchente no RS
Viviane Roselei Blak foi arrastada pela correnteza do Rio Pardo, em Candelária, a 155 km de Porto Alegre
Viviane Roselei Blak, de 46 anos, é uma sobrevivente do temporal que já deixou 10 mortos e 21 desaparecidos no Rio Grande do Sul. Ela foi arrastada pela correnteza do Rio Pardo, em Candelária, a 155 km de Porto Alegre, na tarde de terça-feira, 30. A mulher tentava chegar na casa da filha, para conferir a situação no local, em razão das inundações na região.
Receba as principais notícias direto no WhatsApp! Inscreva-se no canal do Terra
"As duas primeiras vezes que eu abaixei, engoli muita água. Aí eu pensei: 'Já passei por tanta coisa, não é afogada que eu vou morrer'. Foi quando me deu a ideia de mergulhar, tentar fugir do redemoinho", relembrou a mulher em entrevista a RBS, afiliada da TV Globo.
A sobrevivente relata que após conseguir se desvencilhar do redemoinho seguiu flutuando. Moradores gritaram, pedindo para que Viviane se segurasse em árvores no curso do rio. "Não sei onde eu tirei força, meus braços estão doendo, de nadar”, contou.
A mulher foi encontrada viva presa em uma árvore, no fim da tarde de ontem. Ela teria sido resgatada por moradores que ouviram o chamado de Viviane e acionaram socorro. "Ele [um morador] pulou na água, me resgatou, me pôs nas costas. Daí me levaram para o hospital", disse.
A previsão é de mais chuva para o Rio Grande do Sul nos próximos dias. Algumas localidades esperam volumes que podem ultrapassar os 300 milímetros, podendo chegar até a 400 mm. Candelária é o município que mais concentra os casos de desaparecidos em razão do mau tempo. São oito casos, segundo o balanço da Defesa Civil.