Medo de trovão? Conheça as fobias meteorológicas mais comuns
Quantidade de pessoas com claustrofobia é comparável ao número de pessoas com medo de trovões e tempestades; confira as outras fobias
Fenômenos meteorológicos intensos, como tempestades de trovões e ventos fortes, costumam despertar medo em muitas pessoas. No entanto, para aqueles que sofrem de fobias específicas relacionadas ao clima, o impacto vai muito além de um susto momentâneo. Essas fobias, classificadas como transtornos de ansiedade, podem limitar severamente a vida cotidiana e causar reações desproporcionais ao estímulo desencadeador.
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Enquanto o medo ocasional diante de uma situação perigosa pode ser um instinto saudável, as fobias se caracterizam por serem irracionais e incapacitantes. Basta pensar no objeto ou na situação para desencadear crises de ansiedade, paralisia emocional e comprometimento das funções do dia a dia. No caso das fobias meteorológicas, os estímulos variam desde trovões até fenômenos aparentemente inofensivos, como o sol ou o vento.
A psicóloga Maria Madalena, formada pela PUC Goiás, explica que as fobias relacionadas ao clima estão inseridas em um grupo maior de fobias naturais. “Entre as fobias relacionadas ao ambiente natural se incluem as condições relacionadas ao clima, como medo de tempestades, nuvens, furacões, neve, frio, vento e chuva, entre outros.”
Segundo ela, a prevalência dessas fobias pode variar conforme o contexto ambiental e social. “Levando em consideração que moramos em um país de clima quente, algumas são mais frequentes que outras, uma vez que muitos brasileiros nunca nem ao menos tiveram contato com neve, furacões, etc. O que é mais frequente no meu consultório é o medo de tempestades, incluindo trovões e ventos fortes.”
As fobias climáticas mais comuns
Astraphobia – Medo de trovões e relâmpagos
A astraphobia está entre os medos mais comuns, afetando de 2 a 3% dos americanos, segundo o Farmers' Almanac. Esse número é comparável ao de pessoas que sofrem de claustrofobia. Além de humanos, até animais de estimação podem demonstrar sintomas dessa fobia, que geralmente está associada ao medo das consequências de tempestades, como danos e perigos imediatos.
Lilapsofobia – Medo de tornados e furacões
Muitos que têm medo de tempestades apresentam pavor extremo de fenômenos severos como tornados e furacões, intensificando a ansiedade diante da possibilidade de destruição em larga escala.
Antrafobia – Medo de ventos
Para os ancraofóbicos, o problema não é a tempestade em si, mas os ventos associados a ela. O medo de árvores caídas, linhas de energia derrubadas e danos estruturais causados por ventos fortes é um dos gatilhos mais comuns. Alguns também temem a sensação de perda de fôlego provocada por rajadas intensas.
Chionofobia – Medo de neve
Embora menos conhecida, a chionophobia pode ser desencadeada pelos perigos associados à neve, como estradas escorregadias, baixa visibilidade durante tempestades e o risco de ficar preso em locais remotos devido às condições climáticas.
Ombrofobia – Medo de chuva
Comum em crianças, a ombrophobia geralmente está relacionada ao medo de que chuvas intensas sejam precursoras de tempestades. Essa fobia pode levar a reações exageradas, mesmo diante de chuvas leves.
Outras fobias climáticas curiosas
Além das mais conhecidas, há também fobias relacionadas a condições específicas, como:
- Nephophobia (medo de nuvens);
- Homichlophobia (medo de neblina);
- Cryophobia (medo de geada ou dias frios);
- Thermophobia (medo de calor);
- Heliophobia (medo do sol).
Origem e tratamento
A origem dessas fobias, segundo Maria Madalena, pode ser diversa. “A origem geral das fobias pode ser desconhecida, e precisamos investigar cada paciente para sabermos como se deu seu surgimento. Mas principalmente elas podem estar associadas a experiências traumáticas e negativas, fatores genéticos e histórico familiar, entre outros. E não seria diferente com as fobias climáticas.”
Para tratar essas condições, a psicóloga ressalta a importância de uma abordagem personalizada. “A cura para cada fobia está relacionada à sua causa e pode ser tratada com psicoterapia, medicamentos e técnicas de relaxamento. Ressaltando que não existe ‘receitinha de bolo’, e como ‘cada dor é única, cada tratamento deve ser personalizado de acordo com cada paciente.’”
Seja por medo de tempestades ou de outros fenômenos climáticos, a busca por tratamento é essencial para garantir a qualidade de vida dos afetados.