Brasil ganha prêmio de melhor café pela 2ª vez com plantio regenerativo
Fazenda Serra do Boné foi laureada no troféu Ernesto Illy
Pelo segundo ano consecutivo, um café brasileiro cultivado por meio de práticas agrícolas regenerativas conquistou o troféu "Best of the Best" ("Melhor dos Melhores") no Prêmio Internacional Ernesto Illy.
A Fazenda Serra do Boné recebeu a maior honraria por seu café despolpado, cultivado por meio de um processo que realça a doçura e o aroma, ao mesmo tempo em que preserva o meio ambiente. O resultado ressalta o crescente reconhecimento da agricultura regenerativa como pedra angular do futuro do café, não apenas pela qualidade, mas também por seu papel no combate às mudanças climáticas e no apoio aos agricultores.
"Pelo segundo ano consecutivo, uma fazenda brasileira que adota práticas regenerativas nos deu o melhor café do mundo. Na Fazenda Serra do Boné, a saúde do solo, a biodiversidade e as fontes de água são preservadas graças ao uso de fertilizantes orgânicos, controle biológico e reaproveitamento de subprodutos do processamento", disse o presidente da illycaffè, Andrea Illy.
"Estamos mais uma vez vendo sinais importantes que confirmam como a agricultura regenerativa é o caminho certo para uma produção mais resiliente, capaz de garantir produtividade e qualidade superior", acrescentou.
O vencedor do prêmio "Best of the Best" foi selecionado por um júri internacional de nove especialistas que provaram às cegas cafés de nove países: Brasil, Costa Rica, El Salvador, Etiópia, Guatemala, Honduras, Índia, Nicarágua e Ruanda.
A cerimônia de premiação, realizada durante um jantar de gala em Nova York, seguiu um painel na sede das Nações Unidas na cidade, que celebrou a excelência na produção sustentável de café e abordou os desafios mais urgentes do setor.
O painel, moderado por Clare Reichenbach, CEO da James Beard Foundation, levou ao palco com Andrea Illy líderes e visionários em café e sustentabilidade, incluindo Massimo Bottura, chef de renome mundial e embaixador da boa vontade da ONU; Jamil Ahmad, diretor do escritório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) em Nova York; Andrea De Marco, gestor de projetos na Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (Unido); Raina Lang, diretora sênior de café sustentável da ONG Conservation International; e a brasileira Vanusia Nogueira, diretora-executiva da Organização Internacional do Café (OIC).
O painel destacou a importância de promover a colaboração global para implementar práticas regenerativas, bem como a proposta para instituir um fundo público-privado de US$ 10 bilhões para ajudar pequenos agricultores. "A agricultura regenerativa provou que pode melhorar a saúde do solo, proteger a biodiversidade e garantir uma produção resiliente e de alta qualidade. A hora de agir é agora, pois cada atraso coloca em risco o sustento de milhões de pessoas", ressaltou Illy.
O Brasil é um ator fundamental no debate global sobre café e clima: após a Cúpula do G20 na semana passada, o país sediará a COP30 em 2025, em Belém, evento que servirá como uma plataforma mundial para impulsionar práticas agrícolas sustentáveis.
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