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'Elites não resolverão crise climática', diz ativista italiano

Ultima Generazione ficou famoso por atos em monumentos na Itália

12 dez 2023 - 13h25
(atualizado às 13h31)
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Por Luciana Ribeiro - A 28ª Conferência da ONU sobre as Mudanças Climáticas, a COP28, prevista inicialmente para terminar nesta terça-feira (12), em Dubai, ainda não chegou a um consenso sobre o documento conclusivo, mas o grupo de ativistas ambientais da Itália "Ultima Generazione" ("Última Geração", em português) não tem esperança de que as negociações alcancem compromissos eficazes.

Em entrevista à ANSA, o italiano Aldo Riboni, representante do movimento, que diz lutar contra o colapso do clima no mundo e já fez vários atos contra obras de arte, monumentos e prédios públicos, afirmou que a cúpula não vai conseguir anunciar medidas para amenizar os efeitos do aquecimento global.

"Não serão as elites políticas e econômicas que nos trouxeram a esse desastre que resolverão a situação. Nós, pessoas comuns, temos o poder de mudar as coisas", afirmou ele, acrescentando que "não são políticos corruptos que vão pôr fim às alterações climáticas".

Uma das bandeiras do grupo é o fim dos investimentos e subsídios públicos aos combustíveis fósseis, um dos temas mais debatidos na COP28, mas países árabes sustentados pelo petróleo resistem a estabelecer um cronograma para a eliminação desse tipo de fonte energética.

Riboni defende que o governo da premiê Giorgia Meloni também precisa contribuir com compromissos para tentar reduzir as emissões de gases de efeito estufa na Itália, que vive um período de "inundações, incêndios, ondas de calor e tempestades".

"É por isso que pedimos que seja disponibilizado dinheiro para ajudar os italianos em dificuldade, através do Fundo de Reparação", disse o ativista, explicando que esses recursos terão de vir "dos bolsos dos maiores responsáveis pela situação em que nos encontramos", como políticos e empresas de óleo e gás.

Atos em monumentos 

Membros do Última Geração já promoveram inúmeros protestos em pontos turísticos de grandes cidades da Itália, como Roma, Florença e Milão, fazendo com que o governo baixasse uma lei que prevê multas de até 60 mil euros para quem vandalizar monumentos.

"Essas medidas são um incentivo adicional para sair às ruas e exigir justiça. O nosso objetivo não são os monumentos, mas sim trazer à tona o que está lá para todos verem, mas sobre o que os meios de comunicação social não falam: uma situação em que algumas pessoas ricas ficam mais ricas às custas das pessoas comuns", disse Riboni.

Por isso, os ativistas querem "criar perturbações suficientes para que se abra um diálogo real que possa mudar a situação". "Graças às nossas ações, conseguimos apresentar uma lei para retirar dinheiro público de atividades prejudiciais e iniciamos um diálogo com o Ministério do Meio Ambiente", justificou. .

Ansa - Brasil
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