Entenda o Paradoxo Amazônico
Novo estudo do Amazônia 2030 mostra que problemas são oportunidades na Amazônia Legal. Apesar da situação apresentar enormes desafios, não é irremediável.
Novo estudo evidencia que problemas são oportunidades na Amazônia Legal
O Paradoxo Amazônico, estudo do Amazônia 2030, diz que apesar da situação apresentar enormes desafios, não é irremediável
Paradoxo Amazônico: desmatamento da floresta não gera emprego e nem valor
O desastroso processo de ocupação da Amazônia Legal oferece também as chaves para a construção de um futuro sustentável, é o que desvenda o estudo: O Paradoxo Amazônico, pesquisa nº 50 do projeto Amazônia 2030, uma iniciativa de pesquisadores brasileiros em prol do desenvolvimento da região.
Conforme os pesquisadores associados do projeto, Beto Veríssimo, Juliano Assunção e Paulo Barreto, a Amazônia Legal apresenta um grande paradoxo.
De acordo com o estudo, esse paradoxo é formado por três elementos-chave: primeiro, o fato de que ainda há uma vasta área de floresta tropical de pé. Embora o desmatamento acelerado e descontrolado coloque seu futuro em risco, a Amazônia continua sendo a maior floresta tropical do mundo.
Em segundo lugar, a região dispõe de um bônus demográfico. Ou seja, há mais pessoas economicamente ativas (aquelas com idade entre 15 e 64 anos) em relação a crianças e idosos. Porém, a economia da região vem desperdiçando esse benefício potencial, oferecendo pouco acesso a empregos e a bons salários para a maioria da população.
Em terceiro vem o desmatamento que além de todo estrago ambiental causado, deixou para trás uma enorme área descoberta e mal utilizada. Essa área é tão grande, que nela caberia toda a produção agrícola do país e em sobraria espaço.
Contudo, para os pesquisadores, apesar da situação apresentar enormes desafios, não é irremediável. Cada um dos fatores que contribuíram para o atual cenário pode ser aproveitado para avançar em direção a um desenvolvimento regional mais eficiente e sustentável.
Algumas condições são fundamentais para transformar os problemas em oportunidades. Para aproveitar a floresta que ainda está de pé, é necessário acabar rapidamente com o desmatamento.
O estudo evidencia que além do dano ambiental que ele causa, o desmatamento não gera empregos, nem valor. E para deixar a situação ainda mais dramática, está associado a uma série de crimes como o roubo de terras públicas, exploração madeireira predatória, garimpo ilegal entre outros.
De acordo com o estudo, a boa notícia é que o Brasil sabe como controlar o desmatamento. O país já faz isso anteriormente de maneira eficiente e relativamente barata, com planejamento e criação de áreas protegidas, bem como monitoramento e penalização dos infratores. Com essa estratégia, o Brasil viu uma redução de 84% do desmatamento entre 2004 e 2012, em contrapartida viu o PIB agropecuário aumentar exponencialmente.
O estudo revela ainda cinco caminhos possíveis para alavancar a economia da Amazônia Legal sem aumentar a destruição da floresta. Eles estão na: Conservação; Restauração florestal; Produtos da floresta; Produtividade Agropecuária; e Cidades.
Sobre o Amazônia 2030
O projeto é uma iniciativa conjunta do Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) e do Centro de Empreendedorismo da Amazônia, ambos situados em Belém, com a Climate Policy Initiative (CPI) e o Departamento de Economia da PUC-Rio, localizados no Rio de Janeiro. Pesquisadores têm gerado conhecimento a partir das experiências dos povos da floresta, empresários, empreendedores e agentes públicos. Esses documentos reunirão recomendações práticas, que poderão ser aplicadas por agentes privados e públicos.