Financiamento para biodiversidade divide ricos e pobres na COP16
Países não chegaram a acordo sobre o tema em cúpula em Cali
A Conferência das Nações Unidas sobre Biodiversidade, a COP16, realizada em Cali, na Colômbia, terminou neste fim de semana sem acordo a respeito do financiamento para proteger espécies ameaçadas pela crise climática no planeta.
A cúpula foi suspensa pela ministra do Meio Ambiente colombiana, Susana Muhamad, após delegados terem começado a sair para pegar seus voos devido a negociações que já se estendiam por 12 horas a mais que o esperado, deixando a reunião sem quórum para tomada de decisões.
A COP16 tinha o objetivo de implementar medidas para acelerar o progresso em direção às 23 metas definidas na COP15, no Canadá, em 2022, para deter a devastação da biodiversidade até o fim da década, incluindo proteger 30% das áreas terrestres e marítimas e restaurar 30% dos ecossistemas degradados até 2030, além de eliminar gradualmente os subsídios agrícolas.
No entanto, as delegações em Cali, divididas entre países ricos e pobres, não chegaram a um acordo para estabelecer um plano de financiamento detalhado para a proteção da natureza. A Colômbia chegou a propor a criação de um fundo próprio para a tutela da biodiversidade, ideia rejeitada por União Europeia, Canadá, Suíça e Japão.
Por outro lado, a COP16 aprovou a criação de um fundo para compartilhar os lucros de dados de sequenciamento genético de plantas e animais com as comunidades de origem das espécies, informações largamente utilizadas na indústria farmacêutica e de cosméticos. Estima-se que o mecanismo pode totalizar bilhões de dólares por ano, dinheiro que seria revertido sobretudo a países em desenvolvimento.
Os delegados também aprovaram a criação de um órgão permanente para representar os interesses dos povos indígenas na Convenção da ONU sobre Diversidade Biológica. .