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Mudanças climáticas: saiba quando o homem começou a afetar o clima

27 set 2013 - 08h46
(atualizado às 15h26)
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Nesta sexta-feira, um novo relatório do Painel Intergovernamental de Mudança Climática (IPCC, na sigla em inglês) subiu o tom de alerta sobre o aquecimento global.

Além de apresentar projeções sobre o futuro do planeta, o documento afirmou ser "extremamente provável" ("95% de certeza") que o aquecimento observado desde a metade do século 20 seja resultado da influência humana no clima.

O correspondente da BBC para meio ambiente, Richard Black, fez uma cronologia sobre o tema, com marcos importantes, descobertas científicas, inovações técnicas e ações políticas. Confira:

Cronologia dos problemas climáticos
1712 O britânico Thomas Newcomen inventa o primeiro motor movido a vapor para ser usado em larga escala, abrindo caminho para a Revolução Industrial, que levou à utilização do carvão a nível industrial.
1800 População mundial atinge 1 bilhão de pessoas.
1824 O físico francês Joseph Fourier descreve o "efeito estufa" natural do planeta Terra. À época, ele escreveu: "A temperatura (da Terra) pode subir pela interposição da atmosfera, porque o calor na forma de luz encontra menos resistência ao penetrar o ar do que quando passa o ar já convertido em calor não luminoso.
1861 O físico irlandês John Tyndall prova que o vapor d'água e outros gases criam o efeito estufa. Ele conclui que "a camada formada por este vapor é mais necessária à vida vegetal da Inglaterra do que o tecido é para o homem". Mais de 100 anos depois, uma importante organização britânica de pesquisa climática é batizada de Tyndall Centre, em sua homenagem.
1886 Karl Benz apresenta o Motorwagen, considerado por muitos como sendo o primeiro automóvel.
1896 O químico sueco Svante Arrhenius conclui que a era industrial movida a carvão vai colaborar para o aumento do efeito estufa natural. Ele indica que o fenômeno pode vir a ser benéfico para as gerações futuras. Seu dimensionamento do "efeito estufa criado pela ação do homem" são semelhantes - incremento de alguns graus Celsius para o dobro de aumento de gás carbônico (CO2) - ao usado em modelos climáticos atuais.
1900 Outro sueco, Knut Angstrom, descobriu que o CO2, mesmo em diminutas concentrações encontradas na atmosfera, absorve intensamente partes do espectro infravermelho. Sem entretanto perceber a importância de sua descoberta, Angstrom mostrou que o gás pode produzir aquecimento através do efeito estufa.
1927 As emissões de carbono a partir da queima de combustível fóssil com a industrialização alcançam 1 bilhão de toneladas por ano.
1930 A população mundial atinge 2 bilhões de pessoas.
1938 Utilizando dados colhidos em 147 centros de estudos climáticos ao redor do mundo, o engenheiro britânico Guy Callendar mostra que houve um aumento da temperatura no século anterior. Ele também comprova que a concentração de CO2 aumentou no mesmo período, sugerindo que esta seja a causa do aquecimento. O "efeito calendário" é amplamente desconsiderado por meteorologistas.
1955 Utilizando uma nova geração de equipamentos que incluem os primeiros computadores, o pesquisador americano Gilbert Plass analisa em detalhe a absorção de infravermelho de diferentes gases. Ele conclui que, ao dobrar a concentração de CO2, a temperatura será elevada entre 3°C e 4°C.
1957 O oceanógrafo Roger Revelle e o químico Hans Suess, ambos americanos, comprovam que a água do mar não é capaz de absorver toda a quantidade adicional de CO2 lançada na atmosfera, como era assumido por muitos. Revelle escreveu: "Atualmente, os seres humanos estão realizando um experimento geofísico em larga escala..."
1958 Utilizando equipamento criado por ele mesmo, Charles David (Dave) Keeling começa a medir sistematicamente o CO2 na atmosfera a partir de Mauna Loa, no Havaí, e na Antártida. Dentro de quatro anos, o projeto - que continua até hoje em dia - fornece a primeira prova inequívoca de que o nível de CO2 na atmosfera está aumentado.
1960 A população mundial atinge 3 bilhões de pessoas.
1965 Uma Comissão de Aconselhamento à Presidência dos Estados Unidos alerta que o efeito estufa é uma "preocupação real".
1972 A primeira conferência da ONU sobre o meio ambiente é realizada em Estocolmo. O item sobre mudança climática mal consta na agenda, que ficou concentrada em temas como poluição química, testes nucleares e caça às baleias. Como resultado, é criada a Unep, a agência da ONU para o meio ambiente.
1975 A população mundial atinge 4 bilhões de pessoas.
  O cientista americano Wallace Broecker põe o termo "aquecimento global" no domínio público ao usá-lo no título de um de seus papéis científicos.
1987 A população mundial atinge 5 bilhões de pessoas.
  Nações fecham acordo criando o Protocolo de Montreal, restringindo o uso de materiais químicos que destroem a camada de ozônio. Sem entretanto ter sido criado com as mudanças climáticas em mente, o protocolo teve um impacto maior sobre a emissão de gases do efeito estufa do que o Protocolo de Kyoto.
1988 Criado o Painel Intergovernamental para Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) da ONU para avaliar as evidências em torno das alterações no clima.
1989 Em um discurso na ONU, a então primeira-ministra britânica, Margaret Thatcher - que era formada em química -, alerta que "estamos presenciando um enorme aumento na quantidade de dióxido de carbono lançada na atmosfera... O resultado é que no futuro esse nível de alteração será provavelmente mais amplo e fundamental do que tudo que já vimos até aqui." Ela convoca as nações para que se unam em torno de um tratado global sobre mudanças climáticas.
  As emissões de carbono a partir da queima de combustível fóssil e da atividade industrial atingem 6 bilhões de toneladas por ano.
1990 O IPCC divulga seu primeiro Relatório de Avaliação. O documento conclui que, no último século, houve um aumento da temperatura global entre 0,3°C e 0,6°C; que as emissões feitas a partir da atividade humana estão sendo adicionadas às emissões naturais de gases formadores do efeito estufa e que este adicional deve resultar na elevação ainda maior da temperatura do planeta.
1992 Na ECO-92, no Rio de Janeiro, representantes das nações participantes acordam os termos da "Conferência Quadro das Nações Unidas para as Alterações Climáticas", documento que cria a matriz única sobre mudanças climáticas. Entre seus principais objetivos está "a estabilização do nível de concentração de gases do efeito estufa na atmosfera de forma a evitar uma interferência antropogênica perigosa no sistema climático". Os países industrializados concordam em reverter as emissões aos níveis de 1990.
1995 O segundo relatório de avaliação do IPCC conclui que um balanço das evidências sugere "uma discernível influência humana" no clima do planeta. O documento é considerado a primeira declaração definitiva a atribuir responsabilidade ao homem pelas mudanças climáticas.
1997 É acordado o Protocolo de Kyoto. Os países ricos prometem reduzir as emissões em média de 5% no período de 2008 a 2012, com metas que variam enormemente de um país para outro. O Senado americano declara imediatamente que não irá ratificar o acordo.
1998

Condições extremas do fenômeno El Niño combinadas com aquecimento global produzem o ano mais quente desde os primeiros registros meteorológicos. A temperatura média global supera em 0,52°C a média registrada no período 1961-1990 (um padrão comumente utilizado).

  Publicação do polêmico gráfico "hockey stick" ("taco de hóquei", em tradução livre) que indica um extraordinário aumento da temperatura do hemisfério norte nos tempos modernos comparada à dos últimos mil anos. Posteriormente, o trabalho é usado por duas investigações feitas pelo Congresso dos EUA.
1999 A população mundial atinge 6 bilhões de pessoas.
2001 O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, retira o país do Protocolo de Kyoto.
  O terceiro relatório de avaliação do IPCC indica "nova e mais forte prova" de que as emissões de gases causadores de efeito estufa a partir da atividade humana são a causa principal do aquecimento verificado na segunda metade do século 20.
2005 O Protocolo de Kyoto é transformado em lei internacional para os países que permanecem nele.
  O então primeiro-ministro britânico, Tony Blair, transforma o tema da mudança climática em prioridade do seu mandato na presidência do G8 (o grupo de países mais ricos do mundo) e da União Europeia.
2006 O Relatório Stern conclui que as mudanças climáticas podem prejudicar o PIB global, reduzindo-o em até 20% caso não sejam combatidas - mas combatê-las representaria um custo de cerca de 1% do PIB global.
  As emissões de carbono a partir da queima de combustível fóssil e da atividade industrial atinge 8 bilhões de toneladas por ano.
2007 O quarto relatório de avaliação do IPCC conclui que há mais de 90% de chance de que as emissões de gases causadores do efeito estufa a partir da atividade do homem serem responsáveis pelas mudanças climáticas da era moderna.
  O IPCC e o ex-vice-presidente americano Al Gore ganham o prêmio Nobel da Paz "pelos seus esforços em conscientizar e disseminar o conceito da interferência do homem na mudança do clima, e por lançar a base das medidas necessárias para reverter essas alterações".
  Na conferência da ONU para mudança climática em Bali, na Indonésia, os governos concordam em firmar o "Bali roadmap", um acordo que previa a elaboração de um novo tratado global no final de 2009.
2008 Meio século depois das primeiras observações no observatório de Mauna Loa, no Havaí, o projeto Keeling indica que as concentrações de CO2 aumentaram de 315 partes por milhão (ppm) em 1958 para 380 ppm em 2008.
  Dois meses antes de tomar posse, o futuro presidente dos EUA, Barack Obama promete "se engajar vigorosamente" com o resto do mundo na questão das mudanças climáticas.
2009 A China ultrapassa os EUA como maior emissor mundial de gás de efeito estufa - embora os EUA permaneçam bem à frente em uma base per capita.
  Hackers baixam uma enorme parcela de e-mails de um servidor da unidade de pesquisa climática da Universidade East Anglia, no Reino Unido, e liberam parte do conteúdo na internet, episódio conhecido como "ClimateGate".
  Governos de 192 países do mundo se reúnem na cúpula do clima da ONU em Copenhague, com grandes expectativas de um novo acordo global, mas o resultado da conferência é apenas uma declaração política controversa, o Acordo de Copenhague.
2010 Os países desenvolvidos começam a contribuir para um fundo de US$ 30 bilhões (R$ 67 bilhões) durante três anos. O objetivo é usar o dinheiro para ajudá-los a se adaptar aos impactos climáticos e tornar suas economias mais verdes.
  Uma série de análises sobre o "ClimateGate" e o IPCC pede por mais abertura, mas isenta os cientistas de negligência.
  A cúpula da ONU no México, não desmorona, como se temia, mas termina com acordos em questões pouco relevantes.
2011 Uma nova análise de registros de temperatura da Terra por cientistas preocupados com as acusações do "ClimateGate" prova que a superfície terrestre do planeta de fato se aqueceu durante o século passado.
  A população humana chega a 7 bilhões de pessoas.
  Dados mostram que as concentrações de gases de efeito estufa estão aumentando em um ritmo mais rápido do que em anos anteriores.
2012 O gelo no Ártico atinge uma extensão de 3.410.000 km², a menor área desde que as medições por satélite começaram, em 1979.
2013 Dados do Observatório de Mauna Loa, no Havaí, informam que a concentração média diária de CO2 na atmosfera já ultrapassou 400 partes por milhão (ppm), pela primeira vez desde que as medições começaram, em 1958.

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