ONGs divulgam carta contra exploração de petróleo na Amazônia
Documento foi publicado durante a cúpula climática COP28
Quase 130 ONGs ambientalistas, movimentos sociais, organizações indígenas e institutos de pesquisas assinaram uma carta aberta na COP28, em Dubai, pedindo ao governo brasileiro que não explore petróleo na Amazônia.
A iniciativa chega uma semana depois de a Petrobras ter enviado um navio-sonda para retomar a perfuração de poços exploratórios na Margem Equatorial, trecho de costa que vai do Rio Grande do Norte ao Amapá, englobando a foz do Rio Amazonas.
Essa região é considerada a nova fronteira petrolífera do país, mas ambientalistas criticam a hipótese de extrair hidrocarbonetos na área.
"As emissões da queima do óleo da Margem Equatorial são três vezes a meta que o país assumiu para 2030. Tal iniciativa levaria o Brasil de volta à estaca zero e nos colocaria na contramão do Acordo de Paris", diz o documento divulgado em Dubai.
"O preço da expansão do petróleo será uma conta cara demais para as gerações futuras. O objetivo de manter o aumento da temperatura global em 1,5ºC não é apenas uma meta, é um limite", acrescenta o texto, que é assinado por 127 entidades.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou da abertura da COP28, em 1º de dezembro, quando afirmou que a "meta do Acordo de Paris de manter o aumento da temperatura entre 1º e 1,5º já é insuficiente".
Ambientalistas também questionaram o governo brasileiro em Dubai pela intenção de ingressar na versão estendida da Organização de Países Exportadores de Petróleo (Opep+).