Vídeo: Petróleo na Amazônia é razão da fritura de Marina Silva
Petrobras causa polêmica com petróleo da Amazônia
Pega fogo a disputa pelo petróleo da Amazônia. A Petrobras separou US$ 3 bilhões para investir na Margem Equatorial no quadriênio 2023-2027. O Ibama negou a licença para perfurar. A Petrobras pede reconsideração e oferece medidas adicionais de proteção ao meio-ambiente.
A decisão do Ibama foi unânime, dez dos dez técnicos que realizaram a análise. O Ibama responde para o Ministério do Meio Ambiente. “A decisão será cumprida”, diz a ministra Marina Silva. Veremos.
Lula já deu seu pitaco: acha difícil um vazamento no mar causar danos na Amazônia, 530 quilômetros de distância. O risco é bem maior que o potencial óleo nas asas de araras ou nas escamas de pirarucus.
Aumenta minuto a minuto a pressão sobre Marina Silva. De dentro do próprio governo; do PT, que sempre a vê com desconfiança; de políticos aliados, ou aliados conforme interessa; dos especialistas em energia, mercado financeiro, colunistas. Marina sempre assim, radical, sonhática, ideológica etc.
A região Norte tem dezoito senadores, todos a favor da exploração do petróleo na Margem Equatorial. Três deles são os favoritos para relatar o Arcabouço Fiscal, coração da política econômica do governo Lula.
Osmar Aziz, um dos três, diz que se escolhido deve apresentar rapidamente seu parecer sobre o Arcabouço, e sem emendas. Mas manda recado para Lula: “o presidente sabe onde o calo aperta”. O fogo amigo é explícito.
Porque a Margem Equatorial é tema urgente? Não é. A Petrobras tem várias outras opções de áreas para explorar. A Margem Equatorial está na etapa preliminar. Se a Petrobras tiver autorização já, a produção começa lá por 2030 ou depois.
E tem a opção de não explorar nada. Como será o clima no mundo e Brasil em 2030 e depois? Mais quente, frio, seco, chuvoso, extremo - é o que dizem os cientistas. Por causa do aquecimento global, causado pela desmatamento e queima de combustível fóssil (inclusive o “gás natural”, que não é forma de transição para os renováveis coisíssima nenhuma).
Não é tema urgente, mas ferve. Garantida agora a perfuração na Margem Equatorial, entra no pipeline político a grana dos royalties que jorrarão no futuro. Será um Amazonas de dinheiro a rechear os cofres do Amapá, que tem três senadores, inclusive o influente ex-presidente do Senado, Davi Alcolumbre.
O Amapá tem população de 774 mil habitantes, uma meia Guarulhos. Momentos assim explicitam como é injusta, obsoleta e antidemocrática a existência de um Senado.
A questão é incendiária. Determinará a vocação e destino do governo Lula. O Brasil é um dos cinco países com mais responsabilidade pelo aquecimento global, principalmente por destruirmos florestas - na Amazônia dos 18 senadores acima.
Também é o oitavo maior produtor de petróleo do planeta. Pra que o Brasil precisa de petróleo no futuro? Não precisa, não por destino. O que dizem os cientistas? Bem, Ciência se leva a sério conforme contra ou a favor dos interesses dos interessados.
O fato técnico é que nossa eletricidade não vem da queima de óleo. Os motores da nossa frota são facilmente substituíveis por motores a etanol e elétricos.
O fato econômico é que a Petrobras precisa continuar extraindo petróleo e dane-se se assim causa secas, enchentes, incêndios, extinção de espécies e sofrimento humano à beça.
Só extraindo cumprirá sua missão de gerar lucro para os acionistas, a maioria fundos gigantes; receita para o tesouro nacional; royalties graúdos sobre controle de políticos locais.
É grana grande, portanto imensa é a chance a fervura de Marina Silva. Mas pensar só nesta fortuna suja é pensar pequeno.
Tem muito, muito mais grana, influência e poder para o Brasil se deixarmos o petróleo da Amazônia intocado. As razões estão neste vídeo acima.