5 países que têm "ecossistemas de surfe" e podem ajudar no equilíbrio climático
Áreas armazenam milhões de toneladas de "carbono irrecuperável", o que contribui para mitigar as mudanças do clima
Áreas ao redor do mundo que formam os chamados "ecossistemas de surfe" armazenam milhões de toneladas de "carbono irrecuperável", o que contribui para mitigar as mudanças do clima. A constatação é do estudo publicado na revista Conservation Science and Practice.
Receba as principais notícias direto no WhatsApp! Inscreva-se no canal do Terra
Os "ecossistemas de surfe" são locais em regiões costeiras formados por três componentes: o lugar que reúne todos os fatores que permitem a criação de ondas surfáveis; a biodiversidade da fauna e flora; e as pessoas que vivem e dependem do ambiente.
Já o "carbono irrecuperável" são as reservas armazenadas em mangues, florestas e oceanos, que, se perdidas, não poderiam ser recuperadas até 2050 -- data-limite para o mundo zerar emissões de gases de efeito estufa para tentar conter o aquecimento global.
A pesquisa analisou quase 5 mil "picos de surfe" no litoral de 113 países e descobriu que as áreas localizadas a até um quilômetro das ondas contam com 88,3 megatoneladas de carbono irrecuperável. Cada megatonelada corresponde a um milhão de toneladas. Em áreas a até três quilômetros das ondas, a quantidade chega a 191,7 megatoneladas.
De acordo com o estudo, cinco países contam com quase metade desse carbono irrecuperável armazenado. São os seguintes:
- Estados Unidos (18,4%);
- Austrália (10,2%);
- Indonésia (10,2%);
- Brasil (4,6%);
- Panamá (4,3%).
O carbono irrecuperável foi encontrado principalmente em manguezais (26,1%); florestas tropicais e subtropicais úmidas de folhas largas (24,0%); florestas temperadas de folhas largas e mistas (15,5%); florestas temperadas de coníferas (9,1%) e florestas, bosques e arbustos mediterrâneos (5,0%).
Ao considerar apenas manguezais, no entanto, um tipo de ecossistema de alta prioridade para conservação, aproximadamente metade de todo o carbono irrecuperável de manguezais associado ao surfe é encontrado no Brasil (10,9%), Panamá (10,5%), Indonésia (9,8%), Gabão (9,3%) e Filipinas (6,4%).
Ainda conforme o estudo, das 88,3 megatoneladas de carbono armazenadas, 17,2 estão em áreas que não estão legalmente protegidas.
"Esses resultados destacam a conservação dos picos de surfe como uma possível abordagem para simultaneamente mitigar as mudanças climáticas, proteger a biodiversidade e promover o desenvolvimento sustentável em comunidades costeiras", diz o artigo.