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5 países que têm "ecossistemas de surfe" e podem ajudar no equilíbrio climático

Áreas armazenam milhões de toneladas de "carbono irrecuperável", o que contribui para mitigar as mudanças do clima

2 set 2024 - 05h00
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Áreas ao redor do mundo que formam os chamados "ecossistemas de surfe" armazenam milhões de toneladas de "carbono irrecuperável"
Áreas ao redor do mundo que formam os chamados "ecossistemas de surfe" armazenam milhões de toneladas de "carbono irrecuperável"
Foto: Freepik

Áreas ao redor do mundo que formam os chamados "ecossistemas de surfe" armazenam milhões de toneladas de "carbono irrecuperável", o que contribui para mitigar as mudanças do clima. A constatação é do estudo publicado na revista Conservation Science and Practice.

Os "ecossistemas de surfe" são locais em regiões costeiras formados por três componentes: o lugar que reúne todos os fatores que permitem a criação de ondas surfáveis; a biodiversidade da fauna e flora; e as pessoas que vivem e dependem do ambiente.

Já o "carbono irrecuperável" são as reservas armazenadas em mangues, florestas e oceanos, que, se perdidas, não poderiam ser recuperadas até 2050 -- data-limite para o mundo zerar emissões de gases de efeito estufa para tentar conter o aquecimento global. 

A pesquisa analisou quase 5 mil "picos de surfe" no litoral de 113 países e descobriu que as áreas localizadas a até um quilômetro das ondas contam com 88,3 megatoneladas de carbono irrecuperável. Cada megatonelada corresponde a um milhão de toneladas. Em áreas a até três quilômetros das ondas, a quantidade chega a 191,7 megatoneladas. 

De acordo com o estudo, cinco países contam com quase metade desse carbono irrecuperável armazenado. São os seguintes:

  • Estados Unidos (18,4%);
  • Austrália (10,2%);
  • Indonésia (10,2%);
  • Brasil (4,6%);
  • Panamá (4,3%).

O carbono irrecuperável foi encontrado principalmente em manguezais (26,1%); florestas tropicais e subtropicais úmidas de folhas largas (24,0%); florestas temperadas de folhas largas e mistas (15,5%); florestas temperadas de coníferas (9,1%) e florestas, bosques e arbustos mediterrâneos (5,0%).

Ao considerar apenas manguezais, no entanto, um tipo de ecossistema de alta prioridade para conservação, aproximadamente metade de todo o carbono irrecuperável de manguezais associado ao surfe é encontrado no Brasil (10,9%), Panamá (10,5%), Indonésia (9,8%), Gabão (9,3%) e Filipinas (6,4%).

Ainda conforme o estudo, das 88,3 megatoneladas de carbono armazenadas, 17,2 estão em áreas que não estão legalmente protegidas.

"Esses resultados destacam a conservação dos picos de surfe como uma possível abordagem para simultaneamente mitigar as mudanças climáticas, proteger a biodiversidade e promover o desenvolvimento sustentável em comunidades costeiras", diz o artigo.

Fonte: Redação Terra
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