Após rompimento de mina em Maceió, prefeitura e governo fazem reunião de emergência
Mina da Braskem se rompeu sob lagoa em Maceió na tarde deste domingo, 10
Representantes da prefeitura de Maceió e do governo de Alagoas anteciparam para a noite deste domingo, 10, uma reunião de emergência após o rompimento da mina 18 da Braskem no começo da tarde.
A Defesa Civil de Maceió informou que às 13h15 deste domingo a mina sofreu um rompimento, que pôde ser percebido em um trecho da Lagoa Mundaú, no bairro do Mutange.
Em seu perfil no X (antigo Twitter), o prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (PL-AL), conhecido como JHC, divulgou que se reuniu com o gabinete de crise e representantes do governo de Alagoas.
O prefeito anunciou duas medidas imediatas que serão tomadas. "A Defesa Civil Municipal atuará em conjunto com a Defesa Civil Estadual pra demolições na área, reduzindo a pressão sobre o solo. A Aeronáutica está controlando o espaço aéreo, restringindo voos de drones. Vamos ainda atuar pra assegurar a compensação dos moradores dos Flexais e Bom Parto", escreveu.
Mais cedo, o prefeito havia dito que tinha entrado em contato com o governador de Alagoas, Paulo Dantas (MDB-AL), para pedir uma reunião urgente. Um encontro já estava marcado para esta segunda-feira, 11. No entanto, JHC solicitou a antecipação da reunião após o rompimento da mina neste domingo. O governador informou que não poderia participar.
Em seu perfil no X, o governador confirmou que haverá uma reunião conjunta nesta segunda com o governo federal e prefeituras de nove cidades, inclusive Maceió, "afetadas pelo crime da Braskem". "Definiremos ações para enfrentar esse problema que afetou 60 mil pessoas diretamente", escreveu.
Adversários políticos, JHC e Dantas não se encontram pessoalmente desde o agravamento da situação da mina da Braskem.
Veja o momento do rompimento da mina 18 da Braskem em Maceió:
Às 13h15 de hoje, a mina 18 sofreu um rompimento, no trecho da lagoa próximo ao Mutange. Estarei em instantes sobrevoando a área com os nossos técnicos. A Defesa Civil de Maceió ressalta que a mina e todo o seu entorno estão desocupados e não há qualquer risco para as pessoas.… pic.twitter.com/7sCZmYsRFB
— JHC (@jhcdopovo) December 10, 2023
Alerta sobre colapso
Segundo o Ministério Público Federal (MPF) informou ao Terra, um alerta emitido pela Defesa Civil Municipal, no dia 29 de novembro, sobre a possibilidade de afundamento abrupto do solo, desencadeou uma série de medidas adotadas pelo MPF, com o apoio do Ministério Público do Estado de Alagoas (MPAL) e da Defensoria Pública da União (DPU).
No entanto, os problemas em Maceió começaram bem antes disso, em 3 de março de 2018, quando um tremor de terra causou rachaduras em ruas e casas e o afundamento do solo em cinco bairros: Pinheiro, Mutange, Bebedouro, Bom Parto e em uma parte do Farol. Mais de 55 mil pessoas foram forçadas a deixar suas casas naquele ano. A petroquímica realizava a extração de sal-gema na capital alagoana em 35 minas.