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Brasil conseguiu reduzir emissões de gases de efeito estufa?

Em 2023, País emitiu 2,3 bilhões de toneladas brutas de poluentes. Queda no desmatamento na Amazônia não é suficiente para resolver o problema, segundo levantamento do Observatório do Clima

7 nov 2024 - 10h20
(atualizado às 13h38)
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O Brasil emitiu 2,3 bilhões de toneladas brutas de gases de efeito estufa em 2023. O número representa queda de 12% em relação ao ano anterior, quando foram emitidas 2,6 bilhões de toneladas.

Apesar da redução, o resultado deste ano se mantém em um patamar elevado, que coloca o Brasil na posição de quinto maior emissor de gases estufa do mundo.

As emissões dos países estarão em pauta na Cúpula do Clima (COP-29), que acontece em Baku, no Azerbaijão, a partir de segunda-feira, 11, com objetivo de discutir estratégias e financiamento para a descarbonização.

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  • O que fez a Amazônia ter a maior degradação florestal dos últimos 15 anos?
  • Mantendo nesse ano e no próximo o mesmo nível de redução de 2023 em relação a 2022, é possível conseguir alcançar a meta, segundo calcula o coordenador do levantamento, David Tsai.

    Sem questionar a importância de continuar diminuindo o desmateo, Tsai considera que apostar apenas na Amazônia para reduzir as emissões não é uma boa estratégia. "A gente precisa descarbonizar todos os setores", disse ao Estadão.

    Por que queimadas não contam?

    O relatório do Seeg reporta as emissões geradas por queimadas, mas até o momento elas não entram na conta das emissões brutas e líquidas anuais do País.

    Essas emissões são monitoradas pelo Observatório do Clima desde 2018, mas afirma calculá-las separadamente para "manter a comparabilidade com as metas brasileiras", uma vez que o inventário oficial de emissões do governo federal não contabiliza as emissões por queimadas.

    Os valores são significativos: em 2023, somente as emissões por queimadas não associadas a desmatamento chegaram a 90 milhões de toneladas de CO2 equivalente.

    Em 2024, o Brasil bateu recordes de incêndios florestais mesmo na Amazônia, onde a floresta não pega fogo naturalmente e os incêndios costumam estar associados ao desmatamento, atualmente em queda.

    Na avaliação do Observatório do Clima, o fogo tende a ser um fator cada vez mais importante no balanço de carbono do Brasil à medida que a crise climática se agrava.

    "Achamos que o governo deve passar a contabilizar essas emissões, inclusive porque é uma recomendação do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas)", afirmou o coordenador do Seeg David Tsai.

    Neste ano, o OC monitorou pela primeira vez as emissões de metano e de óxido nitroso por queima de pastagens. Os dois são gases mais potentes no aquecimento do planeta do que o CO2.

    Estadão
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