Brasil registra temperaturas mais amenas no verão; entenda o fenômeno
Grande volume de chuvas e umidade elevada do ar contribuem para temperaturas menos elevadas em todo o país
O Inmet prevê que no período da primeira quinzena de janeiro haverá alta umidade e chuva expressiva, com acumulados entre 100mm a 250mm, nas regiões Centro-Oeste e Sudeste do Brasil. No Sul, devido à umidade trazida pelo vento do mar, há previsão de chuva volumosa que pode alcançar os 200mm na região.
A forte onda de calor que atingiu parte do Brasil durante a primavera se despediu, e deu lugar a temperaturas mais amenas neste verão. Isso se deu por causa do aumento das chuvas e da umidade elevada do ar, que comuns nesta época.
Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a primeira quinzena de janeiro será marcada pela alta umidade e muita chuva, principalmente no Nordeste do Brasil. Alguns dos principais sistemas meteorológicos típicos de verão, como a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), Vórtice Ciclônico de Altos Níveis (VCAN) e a formação de uma Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), irão contribuir para a ocorrência de pancadas de chuvas, acompanhadas de rajadas de vento na região.
No Centro-Oeste, os mesmos fenômenos acontecem, além do Sul e Sudeste, especialmente em Minas Gerais e Espírito Santo. Os estados estão sob alerta de chuvas intensas, de acordo com o Inmet. As chuvas são responsáveis pela diminuição da temperatura.
É esperado que até 15 de janeiro um canal de umidade provocado pela Zona de Convergência do Atlântico Sul poderá se formar entre o norte da Região Sudeste (Minas Gerais), centro-sul da Bahia e dos estados do Maranhão e Piauí. Essa configuração poderá gerar volumes expressivos de chuva, com acumulados entre 150 e 250 milímetros.
Grandes volumes de chuva
O Inmet alerta para a atuação da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) pelo Brasil nos próximos dias. Este é o primeiro episódio de ZCAS do período chuvoso 2023/2024.
A ZCAS se caracteriza por ser uma extensa faixa de nuvens de chuva, que tipicamente se estende da Amazônia, passa pelo Brasil Central e vai até a Região Sudeste, podendo atingir, também, a porção sul da Bahia. Este sistema é responsável por promover dias seguidos de tempo nublado, volumes consideráveis de chuva, por vezes persistentes, e que por consequência ameniza o calor.
O fenômeno foi formado na noite desta quarta-feira, 3, e deve durar até o próximo fim de semana, dias 6 e 7, provocando grandes volumes de chuva neste período em áreas do Centro-Oeste, Sudeste e sul da Bahia.
Os acumulados de chuva devem ficar em torno ou até superar os 200 milímetros (mm) durante a atuação da ZCAS em algumas cidades de Goiás, Mato Grosso, sul do Tocantins, Minas Gerais e Espírito Santo. De forma pontual, devem ocorrer volumes de 100 mm a 150 mm em áreas especialmente do norte do Rio de Janeiro (áreas de divisa com o Espírito Santo) e sul da Bahia.
Chuvas no Sul
Grande parte do Sul do país também deve passar por mudanças de temperatura devido às chuvas. A instabilidade, de acordo com o MetSul Meteorologia, se concentra principalmente no Leste de Santa Catarina, que recebe umidade que vem do mar, interagindo com o relevo da Serra para gerar precipitação.
A chuva volumosa mais a Leste do Sul do Brasil é de natureza orográfica, isto é, a chuva que é causada pelo relevo. A umidade que vem do oceano, trazida por vento, ao encontrar a barreira do relevo da Serra do Mar, sobe na atmosfera e encontra temperatura mais baixa à medida que encontra camadas mais frias.