Brasil tem mais de mil cidades sem chuva há três meses; veja mapa
Pelo menos metade dos dias do ano foi sem chuva em algumas cidades afetadas por seca extrema, segundo dados do Cemaden
Mais de mil cidades do Brasil estão sem chuva há, pelo menos, três meses, segundo dados divulgados pelo Centro Nacional de Desastres Naturais (Cemaden). O total representa 20% dos municípios do País, que são afetados por uma seca severa, que é considerada por especialistas a maior estiagem da história recente.
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Os dados consideram as chuvas registradas até o dia 22 de setembro. A análise mostra a situação dos mais de 5 mil municípios brasileiros, sendo que cerca de 600 cidades sofrem com a falta de chuva há mais de quatro meses (133 dias). Já outras 1.188 localidades não sabem o que é precipitação há, pelo menos, 90 dias.
A situação mais alarmante é em Goiás, onde em quase todos os municípios não chove há mais de 100 dias. O cenário em Minas Gerais também é de preocupação --em vários locais não choveu em mais da metade do tempo em 2024 até agora. Outros Estados que enfrentam a estiagem severa são Mato Grosso, Tocantins, Bahia e São Paulo, segundo o levantamento.
O mapa a seguir mostra quais cidades por estado estão há mais dias sem chuvas.
O Cemaden utiliza dados de satélite, e faz uma estimativa para as cidades. Em São Paulo, a análise mostrou que não houve chuva há, pelo menos, 39 dias. No entanto, houve alguns registros de chuva em pontos isolados, durante a onda de calor. Quando a chuva é isolada ou em pouco volume, ela não é contabilizada pelo sistema.
Seca no Brasil
Especialistas explicam que a seca extrema no Brasil tem vários fatores. Entre eles, o fenômeno El Niño, que aqueceu o Oceano Pacífico, e contribuiu para o aumento das temperaturas no país, mudando os padrões de chuva.
Outra explicação é a ação de bloqueios atmosféricos, que impediram o avanço de frentes frias pelo país, deixando a chuva abaixo da média em quase todo o território, com exceção do Rio Grande do Sul.
O aquecimento do Atlântico Tropical Norte foi outro fator de influência para a seca. O Oceano está mais quente que o normal, contribuindo para mudanças nos padrões de chuvas, deixando a seca iniciada em 2023 ainda mais longa. Atualmente, o Brasil enfrenta a maior seca da história recente, agravada pelas altas temperaturas.