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Ciclone extratropical no Rio Grande do Sul: entenda fenômeno e previsão para os próximos dias

Conforme a Defesa Civil do Estado, há 4 mortos; maioria dos ciclones extratropicais que passam pelo Sul e o Sudeste está ligada a frentes frias

5 set 2023 - 09h46
(atualizado às 09h54)
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PASSO FUNDO RS - 04-09-2023 CICLONE CHUVAS-FORTES-CAUSAM-MORTES,-ESTRAGOS-ENCHENTES - GERAL - Chuvas fortes causam mortes, estragos, enchente e deixa centenas de pessoas desabrigadas. No Bairro Entre-Rios, o Rio Passo Fundo subiu deixando diversas casas embaixo d'agua e pessoas e animais tendo que serem resgata FOTO PREFEITURA DE PASSO FUNDO
PASSO FUNDO RS - 04-09-2023 CICLONE CHUVAS-FORTES-CAUSAM-MORTES,-ESTRAGOS-ENCHENTES - GERAL - Chuvas fortes causam mortes, estragos, enchente e deixa centenas de pessoas desabrigadas. No Bairro Entre-Rios, o Rio Passo Fundo subiu deixando diversas casas embaixo d'agua e pessoas e animais tendo que serem resgata FOTO PREFEITURA DE PASSO FUNDO
Foto: Divulgação/Prefeitura de Passo Fundo / Estadão

Um novo ciclone extratropical se formou na segunda-feira, 4, no Rio Grande do Sul, provocando tempestades e fortes rajadas de vento. Quatro pessoas morreram, de acordo com a Defesa Civil do Estado, e dezenas de cidades registram prejuízos e estão com pessoas desalojadas. Alertas ainda estão sendo emitidos para possíveis inundações, assim como para transbordamento de rios.

Enquanto a frente fria avança em direção a São Paulo, o ciclone extratropical que se formou no litoral gaúcho se afasta do Brasil para o oceano nesta terça-feira, 5.

O que são os ciclones extratropicais

São sistemas meteorológicos comuns na costa do Sul e do Sudeste do Brasil. Segundo a Climatempo, podem se formar em qualquer época do ano, mas são mais frequentes nos meses de outono e inverno.

"A maioria dos ciclones extratropicais que passam pela costa do Sul e do Sudeste estão associados a uma frente fria, mas alguns ciclones se formam de maneira independente. É o que tecnicamente se chama de ciclogênese, que podem ocorrer sobre o continente ou sobre o mar", explica a empresa brasileira de meteorologia.

Na segunda-feira, a combinação de uma acentuada queda pressão atmosférica sobre Paraguai e o Sul do Brasil, o direcionamento de muito ar quente e úmido do Norte para o Sul do Brasil e o deslocamento de frio de origem polar sobre o norte e leste da Argentina e Uruguai provocaram a organização da frente fria e do ciclone extratropical, segundo a Climatempo, condições propícias que deram origem ao fenômeno.

Ainda segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a situação atual está relacionada à circulação dos ventos e à baixa pressão que se formou sobre o Paraguai.

Ou seja, os ciclones extratropicais representam uma área de baixa pressão atmosférica, onde os ventos giram em um círculo completo, no sentido horário no Hemisfério Sul. Eles se originam a partir de grandes contrastes de temperatura.

"Quanto mais baixa a pressão atmosférica, mais intensos são os ventos e maior é o potencial para formação de nuvens carregadas, que podem provocar chuva intensa. O processo de formação de um ciclone extratropical, próximo do continente, pode provocar muitas horas consecutivas de chuva e os grandes acumulados podem causar enchentes, encharcamento do solo e deslizamentos de terra", acrescenta a Climatempo.

O fenômeno que atingiu o Rio Grande do Sul causou uma situação muito parecida com outros eventos de formação de frente fria e de ciclones que têm ocorrido no Sul do País desde meados de junho.

Rajadas de vento de até 100 km/h

Os ciclones extratropicais podem ocasionar ventania intensa e muita chuva, dependendo da sua força e da proximidade com o continente.

Nesta terça-feira, o leste do Rio Grande do Sul, as serras gaúcha e catarinense e o litoral sul de Santa Catarina ainda vão sentir rajadas fortes, com velocidade de até 80 km/h. No entanto, segundo a Climatempo, os pontos altos das serras podem ter rajadas em torno de 100 km/h.

Além da passagem do ciclone extratropical, uma grande quantidade de nuvens do tipo cumulonimbus também se formou sobre o Sul do Brasil e sobre parte de Mato Grosso do Sul na segunda-feira.

"Além de muita chuva, estas nuvens também produziram intensas rajadas de vento, que superaram os 100 km/h em locais do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina, do Paraná e de Mato Grosso do Sul", disse a Climatempo.

Mortes registradas no Rio Grande do Sul

Em Ibiraiaras, duas morreram após ficarem presas dentro de um veículo e serem levadas pela água. Houve também um óbito por descarga elétrica, em Passo Fundo. Em Mato Castelhano, uma pessoa desapareceu ao tentar cruzar um rio com uma caminhonete.

Muitas casas em diversos municípios do Estado sofreram danos após a ventania, a chuva forte e a queda de granizo. Além disso, ainda há muitos pontos de alagamento. Confira o panorama das cidades afetadas.

Segundo o Inmet, na madrugada de segunda-feira, já havia a previsão da formação de um ciclone extratropical no oeste do Rio Grande do Sul, nas proximidades da cidade de São Borja. Posteriormente, ele avançou para outras regiões ao longo da segunda-feira.

Frente fria avança em direção a São Paulo

Enquanto o ciclone extratropical se afasta para o oceano, uma frente fria avança em direção ao Sudeste. Em São Paulo, segundo a empresa Meteoblue, nesta terça, a máxima deve ser de 25ºC, quando a chuva volta a atingir a cidade. Na quarta-feira, 6, as temperaturas ficam ainda mais baixas, variando entre 14ºC e 18ºC. Na quinta-feira, 7, feriado da Independência, a máxima será de 24ºC.

Veja a previsão para São Paulo nos próximos dias:

  • Terça-feira: entre 15ºC e 25ºC - previsão de chuva
  • Quarta-feira: entre 14ºC e 18ºC - previsão de chuva
  • Quinta-feira: entre 15ºC e 24ºC
  • Sexta-feira: entre 16ºC e 29ºC
Estadão
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