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Clima árido no Brasil atinge área maior que do estado de São Paulo, indica estudo

Terras áridas no País já ocupam território de 282 mil km², abrangendo regiões na Bahia, em Pernambuco, na Paraíba e no Piauí

24 abr 2024 - 05h00
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Foto: Freepik

As terras áridas no Brasil já ocupam uma área de 282 mil km², abrangendo regiões na Bahia, em Pernambuco, na Paraíba e no Piauí, o que, em termos comparativos, equivale a um território maior do que o estado de São Paulo, que tem aproximadamente 248 mil km². Os dados foram revelados por um estudo realizado pelo Laboratório de Processamento de Imagens de Satélite (LAPIS), da Universidade Federal de Alagoas (UFAL).

Na prática, a área revelada pelo estudo representa mais de 8% das terras do semiárido --regiões tipicamente quentes e secas--, com longas estiagens, ou seja, grandes períodos sem chuva. Ao contrário do clima semiárido, o clima árido apresenta condições climáticas mais severas devido à sua baixa umidade do ar, o que resulta na escassez de água disponível.

O estudo se baseou em dados do semiárido brasileiro entre 1990 e 2022, utilizando dois índices principais. O primeiro é a evapotranspiração, que compreende o processo de evaporação da água do solo somado à transpiração das plantas. O segundo é o déficit hídrico no solo, que acontece quando a precipitação --água que se forma na atmosfera e retorna à Terra--, é inferior à evapotranspiração das plantas em um determinado período. 

Os dados, por sua vez, foram combinados com imagens de satélite que mostram a distribuição espacial da vegetação verde.

Secas-relâmpago

A pesquisa também analisou o fenômeno conhecido como secas-relâmpago, que geralmente duram cerca de 30 dias e têm contribuído para intensificar o problema. Os dados mostram o impacto desses tipos de secas no ecossistema vegetal e na umidade do solo entre 2004 e 2022.

As secas-relâmpago se desenvolvem rapidamente e podem causar danos significativos à vegetação, aos ecossistemas e prejudicar as colheitas. Além disso, como toda seca, pode desencadear ondas de calor e incêndios florestais. O fenômeno climático, resultado do aquecimento global, também é mais severo do que as secas convencionais devido à sua velocidade e imprevisibilidade, o que dificulta a previsão e, consequentemente, a preparação para lidar com esse tipo de evento climático extremo.

A pesquisa também constatou uma relação entre o aumento da degradação das terras e o agravamento das secas, resultando em um aumento do índice de aridez --utilizado para medir o grau de acidez de uma determinada região. Como resultado, uma área de 725 mil km² do semiárido está atualmente em processo de transição, passando da condição de subúmida seca (agora referida como agreste) para o clima semiárido (conhecido como sertão).

Ações de prevenção 

O Departamento de Combate à Desertificação do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), por sua vez, apresentou várias medidas para evitar a expansão das áreas semiáridas e o surgimento de áreas áridas no Brasil. As informações foram divulgados em seu site oficial.

Veja principais pontos:

  • Desenvolvimento do Plano de Ação Brasileiro de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca, que está sendo feito em colaboração com organizações, pesquisadores e governos estaduais e municipais.
  • Implementação do Programa Nacional de Combate à Desertificação, visando ações práticas de recuperação de solos degradados e reflorestamento.
  • Estabelecimento de uma agenda de cooperação com os governos do semiárido, em conjunto com outros órgãos federais, para facilitar a implementação de políticas estaduais de combate à desertificação.
  • Lançamento de uma campanha nacional com o intuito de conscientizar a população sobre as causas e impactos dos processos de desertificação e das secas.
  • Formulação do Plano de Prevenção e Controle ao Desmatamento da Caatinga.
Fonte: Redação Terra
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