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Coordenador da Defesa Civil tranquiliza sobre colapso de mina em Maceió: 'Cratera será preenchida por Lagoa'

O coronel Moisés Mello desmentiu boatos de que poderia haver um tsunami ou terremoto

2 dez 2023 - 18h05
(atualizado às 21h39)
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Foto: Reprodução/Secom Maceió/Itawi Albuquerque

O coordenador da Defesa Civil de Alagoas, coronel Moisés Mello, tranquilizou a população sobre alguns pontos relacionados ao iminente colapso da mina 18 da Braskem na capital alagoana. Em entrevista à CNN, neste sábado, 2, Moisés negou a possibilidade de haver um desastre natural maior como um tsunami ou terremoto. "Vai surgir uma cratera, que vai ser preenchida pela Lagoa Mundaú", explicou.

"Não vai ser uma cratera no meio da cidade, não vai gerar terremoto, tsunami, nada disso. Essa cratera será na sua maior parte submersa, preenchida de imediato pela água da Lagoa", disse.

O coronel ainda deu mais uma notícia de alívio. Segundo ele, o formato e a forma como a cratera está se desenvolvendo faz com que a Defesa Civil acredite que o dano não será tão grande quanto era esperado. "Mesmo assim teremos o dano ambiental considerável que levará o estado de Alagoas a tomar algumas medidas após o colapso", afirmou.

Tamanho da cratera

Moisés Mello disse ainda que o colapso da mina não deve atingir nenhuma moradia ainda habitada. Isso porque, segundo ele, a população mais próxima está a cerca de 2 km do local da mina 18 e ela deve chegar a superfície com 5 vezes o seu raio de cerca de 32 metros.

Sobre quando a mina deve colapsar, o coronel afirmou que isso pode acontecer a qualquer momento.

"Ainda no dia 4 de novembro, essa mina se encontrava a 780 metros de profundidade. A partir daí começou a ter os primeiros tremores e essa mina começou a se jogar em direção a superfície. Hoje, os tremores foram sentidos na profundidade de 300 metros, isso quer dizer que a mina já subiu bastante e poderá chegar a superfície a qualquer momento", afirmou.

Ritmo menor

 Vista geral da região que engloba os bairros Pinheiro, Mutange, Bom Parto e Bebedouro, em Maceió, no estado de Alagoas, onde os moradores tiveram que deixar suas casas devido a instabilidade do solo causada pela extração da sal-gema
Vista geral da região que engloba os bairros Pinheiro, Mutange, Bom Parto e Bebedouro, em Maceió, no estado de Alagoas, onde os moradores tiveram que deixar suas casas devido a instabilidade do solo causada pela extração da sal-gema
Foto: Reprodução/Estadão Conteúdo/Pei Fon

Apesar do alerta, o ritmo com que o solo tem afundado na região do bairro de Mutange, em Maceió, está desacelerando.

e acordo com novo boletim da Defesa Civil, publicado por volta de 14h deste sábado, 2, a velocidade do deslocamento de terra foi reduzida de 5 para 0,8 centímetros por hora.

Dos 12 DGPSs, aparelhos que medem o afundamento da mina, seis haviam chegado ao alerta máximo. Agora, com a desaceleração, apenas um deles encontra-se em sinal de alerta para um colapso da mina 18.

A Defesa Civil de Maceió mantém a recomendação de que a população não transite na área desocupada enquanto medidas de controle e monitoramento são aplicadas para reduzir o perigo.

Ao Terra, nesta sexta-feira, 1º, a Braskem informou que continua mobilizada e monitorando a situação da mina 18, tomando todas as medidas cabíveis para minimização do impacto de possíveis ocorrências. A empresa ainda diz que, desde a noite de quarta-feira, 29, também está apoiando a realocação emergencial dos moradores de 23 imóveis que ainda resistiam em permanecer na área de desocupação determinada pela Defesa Civil em 2020.

"Essa realocação emergencial foi determinada judicialmente na tarde da quarta-feira e está sendo coordenada pela Defesa Civil. Até o momento, 22 desses imóveis já foram desocupados e os trabalhos prosseguem. A realocação preventiva de toda a área de risco foi iniciada em novembro de 2019 e 99,3% dos imóveis já estão desocupados (dados de 31 de outubro de 2023)", diz a nota da empresa.

Fonte: Redação Terra
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